Eles brigam e a cidade pára

Semáforo inteligente, agilidade na comunicação, mais fiscais nas ruas e remoção rápida de carros quebrados são alguns dos caminhos sugeridos para que a Companhia de Engenharia de Tráfego ajude a melhorar a mobilidade do paulistano e a circulação de carros na cidade de São Paulo. Apesar de todos concordarem com estas idéias, é fácil de verificar que estamos muito distante desta realidade. Nesta terça-feira, o CBN SP conversou com os representantes da diretoria e dos funcionários da companhia e cada uma das partes descreveu o cenário de forma diferente.

Em relação aos semáforos, prometidos pelo então prefeito José Serra (PSDB) e o agora prefeito Gilberto Kassab (DEM), os três anos e meio de administração serviram apenas para reformar os equipamentos implantados durante a gestão Paulo Maluf (PP). Segundo o diretor de operações da CET Adauto Martinez Filho os semáforos estão em 1.100 cruzamentos da cidade de um total de cerca de 5,5 mil. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Trânsito do Estado de São Paulo, Luiz Antônio Queiroz, falou que seria necessário triplicar o número de semáforos inteligentes na cidade.

A maior discussão, porém, ocorre em torno da forma de comunicação das ocorrências na cidade. A atual gestão decidiu implantar o uso de computadores de mão e abandonar o rádio comunicador. Perdeu agilidade. Agora, apesar de negar o recuo, anuncia que vai usar os dois sistemas em paralelo. Enquanto são aguardados acordos a serem assinados a qualquer momento, licitações que podem resultar na compra de equipamento até o fim do ano e outras complicações mais, nas ruas os fiscais se comunicam por telefone celular – meio que não facilita a vida de quem precisa notificar colegas para interrupções no tráfego.

O quadro de funcionários é reduzido se comparado com as administrações anteriores. No governo Luiza Erundina (PSB) havia 4.500 pessoas trabalhando na CET, hoje são 4.100. A frota de carros na época era infinitamente menor. Adauto Martinez ressalta que dois concursos públicos foram realizados nesta gestão – o último semana passada – e até o fim do ano (mais uma vez este é o prazo) os funcionários estão a seus postos. Além disso, a CET tem o apoio da polícia militar que passou a atuar na área de trânsito.

O reduzido número de guinchos também atrapalha o trabalho da CET. A atual administração fala que conseguiu ampliar a quantidade de carros que realizam este trabalho: “eram 35 e agora são mais alguns que não lembro o número”, disse Martinez. E, claro, até o fim do ano, a frota será ampliada.

Enquanto direção e funcionários concordam no que tem de ser feito e discordam no que está sendo feito, o repórter de trânsito Bruno Azevedo, da CBN, anunciava os índices de congestionamento: estes sim cada vez maiores. Mas dique tranquilo porque no fim o do ano … no fim do ano vai ser bem pior.

2 comentários sobre “Eles brigam e a cidade pára

  1. E os caminhões, vão ou não ser retirados?
    E os veículos irregulares?
    E os shoppings irregulares, serão multados e o dinheiro usado para aplicar soluções de trânsito?
    E as leis, começarão a ser aplicadas, ou vamos ficar só com a do rodízio?

Deixe um comentário