Mundo Corporativo: Antônio Carlos Aguiar fala dos desafios do trabalho na era digital

Bastidor da gravação com Aguiar, no estúdio da CBN. Foto: Priscila Gubiotti

“Então, não dá mais para fazer aqueles planejamentos que nós fazíamos de cinco, de 10 anos, porque eu não sei o que vai ser. Nem o mercado de trabalho a gente sabe mais o que é.”

Antonio Carlos Aguiar, advogado

A evolução tecnológica tem reformulado as bases tradicionais do trabalho, criando um novo paradigma onde as relações laborais precisam ser tão ágeis quanto as mudanças sociais e tecnológicas que as impulsionam. Neste contexto, o advogado Antônio Carlos Aguiar, especialista em direito do trabalho digital e disruptivo e autor do livro “Direito do Trabalho 2.0 – digital e disruptivo”, compartilhou suas perspectivas no programa Mundo Corporativo da CBN.

Transformação Digital no Ambiente de Trabalho

Durante a entrevista, Aguiar enfatiza que o cenário atual exige uma nova abordagem nas relações de trabalho, onde até mesmo a legislação existente, como a CLT, parece não mais atender completamente às necessidades atuais.

“O trabalhador tem um mindset digital na prestação do trabalho dele com visão de startup, do mundo do Século 21, do mundo com viés digital e não mais aquele mundo analógico, onde tinha para proteção do trabalhador uma CLT , alguma coisa mais formal”

O advogado pontua a importância de entender que estamos em um ecossistema trabalhista onde tem inclusive stakeholders que optam por sequer trabalhar e têm de ser respeitada essa opção” A flexibilidade e a informalidade, que antes poderiam ser vistas como precarização, hoje são entendidas como parte de um ambiente de trabalho que valoriza a autonomia e a contribuição individual de maneira não tradicional.

“Então, as relações de trabalho tem que acompanhar as mudanças das relações sociais e a visão de propósito que a nova geração tem”.

Antonio Carlos Aguiar também discute a interação entre diferentes plataformas digitais e o mercado de trabalho, admitindo que não se tem ainda uma resposta concreta sobre como essa relação deve se realizar porque é ainda algo muito novo. Entende, porém, que se deveria refletir sobre a maneira como as grandes empresas de tecnologia transformaram completamente seus modelos de negócio para atender às demandas do século 21. Um exemplo é a Amazon: se antes vendia livro, hoje entrega qualquer produto em qualquer lugar do mundo. Citou, também, o WeChat, que é a versão do Facebook na China, uma rede social pela qual também se faz pagamento sem usar cartão de crédito ou dinheiro. Ou seja, um espaço de entretenimento, pagamento e prestação de serviço que representa bem o modelo de negócio  atual.

Ouça o Mundo Corporativo

O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas da manhã pelo canal da CBN no YouTube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN e aos domingos, às 10 da noite, em horário alternativo. Você pode ouvir, também, em podcast. Colaboram com o Mundo Corporativo: Carlos Grecco, Rafael Furugen, Débora Gonçalves, Priscila Gubiotti e Letícia Valente.

Mundo Corporativo: se você não se reinventa todo dia, você morre, diz Janyck Daudet, do Club Med

CEO do Club Med em entrevista ao Mundo Corporativo Foto de Priscila Gubiotti

“Hoje em dia, não é mais ‘management top down’. São eles embaixo que mandam. A gente ouve muito eles. Mas a exemplaridade é essencial neste tipo de trabalho”.

Janick Doudet, CEO Club Med na América do Sul

Freundlichkeit,, gentillesse ou kindness. Seja em qual for a língua, gentileza deve fazer parte do vocabulário dos funcionários que atuam nos 26 países em que existem unidades do Club Med. Os integrantes da equipe dos resorts, não por acaso, são chamados G.O — Gentis Organizadores. Para Janyck Daudet, CEO do Club Med para a América do Sul, entrevistado no Mundo Corporativo, da CBN, exercitar a gentileza é essencial para que se ofereça a melhor experiência possível aos clientes.

“(gentileza) é importante e faz parte dos valores do Club. Como todas as empresas, o Club Med tem vários valores: responsabilidade, pioneirismo, etc, etc, etc e gentileza. Porque no final, nosso cliente quer passar férias inesquecíveis”. 

No Brasil, Janyck está à frente das operações de três resorts: em Rio das Pedras (RJ), Trancoso (BA) e Mogi das Cruzes (SP). No ano que vem, será entregue uma quarta unidade, em Gramado, na serra do Rio Grande do Sul. A convivência harmônica e produtiva entre colaboradores de cerca de 25 nacionalidades diferentes é um dos desafios do executivo. Ele enfatiza a importância de criar um ambiente de trabalho que respeite e celebre essa diversidade cultural, criando uma “família” corporativa unida não por laços sanguíneos, mas por valores compartilhados e objetivos comuns.

“A noção de respeito para mim é muito importante. Quando você dirige uma empresa, você tem de respeitar a cultura de cada um e estar sempre ouvindo as pessoas.” 

Inovação constante: a chave para o futuro

Num mundo em constante transformação, onde a inteligência artificial e a globalização redesenham os contornos do mercado de trabalho e do lazer, Janyck traz luz sobre como liderar com sucesso em um setor tão dinâmico como o turismo. Em um trecho impactante de sua fala, este francês de nascença, que está na empresa há 40 anos e no Brasil, desde 1996, sem jamais perder o sotaque de origem alerta:

“Se você não se reinventa todo dia, você vai morrer, porque o mundo já passa muito rapidamente e a inteligência artificial, hoje, faz com que a coisa acelere ainda mais. Então, você tem de se reinventar todos os dias”. 

Essa necessidade de inovação constante é particularmente crítica no turismo, um setor altamente competitivo e afetado por mudanças rápidas em tecnologia e comportamento do consumidor. A pandemia do COVID-19, por exemplo, foi um lembrete brutal da fragilidade do mercado; apenas aqueles prontos para adaptar-se e inovar poderiam esperar sobreviver e prosperar. Para Janick, adaptar-se é mais do que uma estratégia; é uma filosofia de vida que ele instila em sua equipe, garantindo que o Club Med continue a ser um líder no setor de turismo global.

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Na entrevista, Janick Doudet também falou sobre o momento do turismo brasileiro, as barreiras para o crescimento do setor no Brasil, a sustentabilidade nos negócios, os novos projetos da empresa e o seu desenvolvimento na carreira:

Saiba quais os cuidados para investir em ‘franchising’, mesmo com o crescimento supreendente do setor, em 2023

Você já pensou em empreender, mas fica indeciso sobre qual caminho seguir? Talvez seja hora de explorar o mundo das franquias, um segmento que tem se destacado no cenário econômico brasileiro. Segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), o franchising surpreendeu as expectativas e registrou um crescimento significativo de 13,8% em 2023, atingindo um impressionante faturamento de R$ 240,661 bilhões.

Esse crescimento não é apenas uma estatística, mas sim o reflexo de uma tendência consolidada de mercado. Com mais de 1,7 milhão de empregos diretos gerados e um aumento de 7,1% nesse aspecto, as franquias se destacam como uma fonte sólida de oportunidades de negócios e crescimento profissional.

Dentre os diversos setores que compõem o universo das franquias, alguns se destacaram ainda mais no último ano. Segmentos como Alimentação – Food Service, Saúde, Beleza e Bem-Estar, e Hotelaria e Turismo registraram desempenhos excepcionais, com crescimentos que superaram os 15%. Isso evidencia a diversidade e a adaptabilidade do modelo de franquia a diferentes nichos de mercado.

Por trás desses números impressionantes, há uma série de fatores que impulsionaram esse crescimento. A melhora do cenário macroeconômico, a adoção de práticas mais eficientes e a digitalização dos negócios são apenas algumas das razões que contribuíram para o sucesso do setor, de acordo com os representantes da ABF. Além disso, a capacidade de adaptação das franquias, tanto em relação aos modelos de negócio quanto às demandas dos consumidores, demonstra a resiliência e a versatilidade desse modelo empresarial.

Entenda os desafios do “franchising’

No entanto, é importante destacar que, apesar das oportunidades promissoras, existem desafios a serem enfrentados. Questões como os impactos da pandemia, a pressão de custos e a complexidade do ambiente de negócios no Brasil ainda representam obstáculos para os empreendedores. É essencial estar preparado para enfrentar esses desafios e buscar soluções criativas e inovadoras para superá-los.

Para aqueles que estão considerando ingressar no mundo das franquias, é fundamental tomar precauções e realizar uma análise criteriosa antes de tomar qualquer decisão. Avaliar a marca, o modelo de negócio, o suporte oferecido pelo franqueador e o potencial de mercado são passos essenciais para garantir o sucesso do empreendimento.

Em uma entrevista que fiz no Mundo Corporativo com Sidney Kalaes, líder de um grupo que reúne marcas de franquia, é importante olhar para dentro de si antes de empreender. Não se trata apenas de seguir ordens, mas sim de seguir padrões. As franquias oferecem segurança aos empreendedores, mas é necessário estar preparado para colaborar e seguir os padrões estabelecidos.

É fundamental que os franqueados e os franqueadores trabalhem em parceria, como ressaltou Kalaes. Os franqueados têm ideias valiosas e os franqueadores precisam ter humildade para ouvi-los e aproveitar esse potencial. Essa parceria é essencial para garantir que o negócio alcance todo o seu potencial e proporcione o retorno esperado.

Leia essas dicas e faça um bom negócio

O nosso saudoso colega Carlos Magno Gibrail, em um dos artigos escritos neste blog, usou de sua experiência no setor e traçou dez dicas (e mais uma) para o sucesso da franquia: 

1.Reflexão – Se você já teve negócio próprio e quebrou, ou já ocupou alguma posição de Direção e tem bom nível de cumprimento de regras, tem as condições ideais.

2.Casamento de perfis – Você não tem que fazer o que gosta, mas tem que gostar do que faz.

3. Capacidade financeira – É preciso verificar o valor do investimento, o fluxo de caixa, o retorno, a sua necessidade mensal, para saber se possui o capital próprio. Não financie.

4. O Ponto Comercial – Depois da franquia em si, é o item mais importante do seu negócio. Atente para a localização e a contratação.

5. Concorrência – Analise os concorrentes mas considere que quanto à localização a existência de cluster pode ser positiva. Até mesmo multimarca não é ameaça, mas divulgação da marca, que você como franqueado sempre terá mais opções.

6. Franqueador – Procure saber os números financeiros, mercadológicos e operacionais, mas use o expediente do cliente misterioso.

7. Franqueados – Para conhecer é preciso desconsiderar os franqueados extremos. Os apaixonados e os indignados. Faça o cliente misterioso nas lojas.

8. Circular de Oferta e Contrato – Esqueça parentes, amigos e conhecidos, contrate um advogado especialista.

9. Decisão – A decisão tem que ser racional. Nunca por impulso.

10. Responsabilidade – Foque na sua responsabilidade. Não descumpra e nem extrapole. Ideias novas devem ser levadas ao franqueador. Steve Jobs seria um péssimo franqueado.

10+1 Perda do Ponto Comercial – Uma das causas é a não manifestação no prazo legal estabelecido no Contrato de Locação e/ou não renovação do seguro. Atente para este detalhe simples, mas causador de dissabores fatais.

E você, diante dos números e dos alertas, pensa em investir em franquia ou prefere partir para um negócio próprio?

Mundo Corporativo: a jornada de resiliência e autodescoberta de Leonardo Simão

Nos bastidores do Mundo Corporativo em foto de Priscila Gubiotti

“A gente não precisa controlar nada externo, basta a gente controlar a nossa reação” 

Leonardo Simão, empreendedor

No universo do empreendedorismo, a jornada de Leonardo Simão se destaca s pelo seu sucesso como empreendedor em série, mentor, investidor e autor, e também pela sua profunda compreensão da importância da resiliência mental e do autoconhecimento. Em entrevista ao programa Mundo Corporativo, Simão compartilha ideias valiosas sobre os desafios e estratégias para prosperar em um cenário de negócios altamente competitivo.

O autor do livro “Do zero ao Exit, um manual completo do mundo da criação e captação de recursos para startups” argumenta que o cerne do sucesso empresarial não reside na ideia ou na execução, mas na capacidade do empreendedor de lidar com adversidades.

“O maior fator do sucesso de qualquer empreendedor, de qualquer empresário, não está na execução apenas, não está na ideia, não está no negócio, está na sua resiliência mental, está na sua saúde mental para lidar com todos os desafios”.

A filosofia do estoicismo, que Simão adotou após um período de intensa reflexão e busca pessoal, tornou-se uma pedra angular em sua vida e negócios. Ao abraçar conceitos como a dicotomia do controle e a importância do julgamento individual na percepção de eventos, Simão encontrou um equilíbrio que lhe permitiu enfrentar as incertezas do mundo dos negócios com uma mente mais tranquila e focada.

“Quando a gente entende o mindset positivo, a gente vê que não tem nada bom nem ruim na nossa vida. As coisas simplesmente são. E o que torna elas boas ou ruins é o nosso julgamento. Então, a partir do momento que você começa a controlar o seu julgamento, controlar a forma como você, age, como você reage, tudo muda”.

Simão compartilha sua trajetória de altos e baixos, desde o apogeu com a Bebê Store, uma líder em e-commerce, até momentos de introspecção profunda que o levaram a questionar o verdadeiro significado da felicidade e do sucesso. Esta jornada o inspirou a desenvolver o método “Calma da Mente”, visando ajudar outros empreendedores a encontrar paz e clareza em meio às pressões do ambiente de negócios.

Ao discutir a aplicação prática da filosofia estoica no empreendedorismo, Simão destaca a importância de focar no que se pode controlar e adotar uma mentalidade positiva. Ele enfatiza que, ao mudar nossa reação às circunstâncias, podemos transformar desafios em oportunidades de crescimento e aprendizado.

“Foque sempre em você, nunca foque no que está tá fora de você”.

Além disso, Simão toca em um tema de crescente relevância: o impacto da saúde mental no desempenho e sustentabilidade dos negócios. Ele argumenta que a produtividade e o bem-estar da equipe estão intrinsecamente ligados à saúde mental dos líderes e colaboradores, fazendo um apelo por uma maior atenção a este aspecto essencial do ambiente de trabalho.

Assista à entrevista com Leonardo Simão

A entrevista com Leonardo Simão serve como um lembrete oportuno da complexidade do empreendedorismo e da importância de cultivar uma mente saudável e resiliente. Suas experiências e ideias oferecem valiosas lições para empreendedores que buscam não apenas o sucesso nos negócios, mas também uma vida mais equilibrada e significativa.

O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas, pelo canal da CBN no YouTube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN; aos domingos, às 10 da noite, em horário alternativo; e está disponível no podcast do Mundo Corporativo. Colaboram com o programa Carlos Grecco, Letícia Valente, Débora Gonçalves, Priscila Gubiotti e Rafael Furugen.

Semana de quatro dias de trabalho: um ano depois, estudo mostra o que deu certo e o que tem de melhorar

Foto de fauxels

Um ano após o início do projeto-piloto de semana de trabalho de quatro dias no Reino Unido, a maioria das empresas participantes decidiu manter essa política, com resultados positivos notáveis. De 61 organizações que participaram do programa, que se iniciou em fevereiro de 2023, 89% continuam aplicando a medida, e 51% a tornaram permanente. É o que mostra relatório “Making it stick: the UK four-day week pilot one year on” divulgado pela Autonomy, que coordenou o projeto em parceria com pesquisadores das universidades de Cambridge e Oxford, bem como do Boston College.

A pesquisa aponta um impacto “positivo” ou “muito positivo” na maioria das empresas, com melhorias no bem-estar dos funcionários, redução da rotatividade e aprimoramento no recrutamento. A partir da avaliação feita pelos principais executivos das organizações que aceitaram testar o modelo constatou-se que 82% observaram que melhoraram os níveis de bem-estar dos funcionários, 50% notaram efeitos positivos da diminuição de rotatividade de trabalhadores e 32% apontaram que o recrutamento foi aprimorado. 

Benefícios sustentáveis e estratégias de implementação

Os benefícios para a saúde física e mental dos funcionários, assim como o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, mantiveram-se ou melhoraram desde o início do piloto.  Para Juliet Schor, professora de Sociologia no Boston College, os resultados são “excelentes”:

“Os resultados globais mantiveram-se e, em alguns casos, continuaram a melhorar. A saúde física e mental e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional estão significativamente melhores do que aos seis meses. As melhorias no esgotamento e na satisfação com a vida mantiveram-se estáveis. A satisfação no trabalho e os problemas de sono diminuíram um pouco, mas a maior parte da melhoria original permanece”.  

Um aspecto importante para avaliarmos as possibilidades de desenvolvermos essa ideia na empresa em que trabalhamos é entender em quais setores o modelo funciona melhor. A maior parte das empresas que participaram neste projeto-piloto é da área de marketing e publicidade, serviços profissionais e setor sem fins lucrativos. As demais são ligadas a indústria da construção, manufatura, varejo, saúde, arte e entretenimento.

O estudo também identifica que as organizações adotaram estratégias diversas para sustentar a política de quatro dias semanais de trabalho, incluindo revisão de reuniões e aprimoramento da comunicação. Ficou evidente a necessidade de se ter regras claras de como essa política vai ser implementada e, principalmente, de quais serão os compromissos que as partes envolvidas terão de assumir.

Desafios e reflexões para o futuro

A implementação parcial da semana de quatro dias em algumas empresas revela um panorama misto, onde esse modelo é encarado mais como um “privilégio” do que um “direito” inalienável. Para ter direito ao dia de folga adicional, é imprescindível que todas as tarefas sejam previamente concluídas. No entanto, a aplicação dessa regra varia significativamente entre as equipes. Enquanto algumas adotam plenamente a nova cultura, organizando suas agendas para garantir um dia livre toda semana, outras ainda mantêm o foco nos compromissos profissionais, relegando a folga a um plano secundário.

Diante dessa realidade, surge a reflexão sobre como diferentes organizações administram suas comunicações externas e internas. A chave para o sucesso parece residir na definição clara de expectativas, na delimitação de horários de trabalho até em comunicações por e-mail e na introdução de certa flexibilidade. Essas estratégias, embora originárias de setores diversos, sugerem que a preparação antecipada e a os processos de adaptação são fundamentais para superar obstáculos ao longo do período experimental.

Esse cenário sublinha a crucial importância do engajamento conjunto de funcionários e gestores na mudança proposta, desde o início até a conclusão do período de testes. A falta de um comprometimento contínuo pode levar a resultados insatisfatórios, com a adoção de soluções que não atendam plenamente às necessidades da equipe ou da organização. Portanto, a colaboração e a comunicação efetiva entre todas as partes interessadas emergem como elementos vitais para o êxito da semana de trabalho de quatro dias.

Mundo Corporativo: Sérgio Zimerman, da Petz, revela as transformações e o futuro do mercado pet no Brasil

Séregio Zimerman em entrevista ao Mundo Corporativo Foto: Priscila Gubiotti

“Se alguém acha que isso é uma onda, está absolutamente equivocado. Isso aqui, na verdade, é o início de uma grande mudança em como tratar o pet”

Sérgio Zimerman, PETZ

O mercado pet no Brasil é um universo em constante expansão, representando um dos cinco maiores do mundo. E o que explica esse poder é o amor que os brasileiros têm pelos animais de estimação, na opinião de Sérgio Zimerman, CEO e fundador da Petz. À frente da maior rede de lojas do setor no país, ele destacou ainda a tendência crescente da humanização desses animais, que hoje são vistos como membros da família.

Em entrevista ao Mundo Corporativo, da CBN, Sérgio Zimerman compartilhou sua jornada de empresário e falou da importância de se adaptar às mudanças do mercado e às necessidades dos consumidores. Ao refletir sobre a evolução do setor nos últimos 20 anos, Sérgio lembra que as pessoas passaram a entender que o cachorro não era mais o animal para ficar no quintal latindo e espantando as pessoas que se atrevessem a chegar perto. Os pets começaram a frequentar outras dependências da casa e estão na cama do quarto. 

“As crianças que nasceram nos últimos 10, 20 anos são crianças que estão vendo a naturalidade do pet indo para o restaurante, indo para o hotel, sendo tratado com todos os cuidados veterinários e cuidados de higiene. Essas crianças vão casar, vão ter filhos e, seguramente, essa memória afetiva vai retroalimentar esse movimento da humanização do pet”. 

O empresário lembra da primeira experiência profissional quando teve um fusca roubado e com o cheque do seguro decidiu comprar uma fantasia de palhaço para ele e para a namorada. Foi quando começou a trabalhar com animador de festas infantis. Depois do personagem divertido se aventurou nas barraquinhas de cachorro quente, pipoca e algodão doce, trabalhou em uma adega e no setor de atacado de alimentos e perfumaria. Foi, então, que teve o “privilégio de falir”:

“Eu digo o privilégio no sentido do aprendizado. É privilégio porque eu escolhi que fosse um privilégio ver aquele insucesso se transformado numa fonte de aprendizado, numa fonte de reflexões para que no próximo negócio eu pudesse usar. E esse próximo negócio veio ,foi justamente o mercado pet”.

Hoje, a Rede Petz tem cerca de 250 lojas no Brasil e 40% das suas vendas são online, modelo que cresceu de forma exponencial durante a pandemia e segue se expandindo. O mercado de produtos para cachorros ainda é o maior, porém o de gatos tem se destacado de forma considerável, constatou Sérgio Zimerman. 

Dentre os pontos cruciais para o sucesso da rede de lojas, o empresário fala da importância de se saber contratar profissionais de qualidade:

“Um dos grandes aprendizados de vida empresarial que eu tive foi que para crescer e tornar o que a Petz ficou, eu precisei ter a clareza de contratar gente muito melhor que eu,”

Falando sobre a evolução do negócio, Sérgio comenta sobre a necessidade de adaptar-se às demandas do consumidor. Ele observa que a indústria pet tem evoluído com alimentos de melhor qualidade, refletindo o cuidado dos tutores com a longevidade e a saúde de seus animais. 

“Hoje, os pets vivem notoriamente melhor e mais”

Sobre o desafio de gerenciar diferentes aspectos do negócio pet, Zimmerman destaca a importância de ter uma equipe competente e diversificada

“Eu tive algum mérito nessa história [foi] saber contratar pessoas que flagrantemente eram melhores do que eu no que se propunham a fazer,” explica ele.

A entrevista também aborda os desafios enfrentados pelo setor pet e pelo varejo em geral, incluindo questões tributárias e a concorrência com plataformas internacionais. Sérgio destaca a importância de políticas que apoiem empresas locais, em vez de favorecerem importações que não geram empregos ou impostos no Brasil.

Finalizando, o empresário oferece um conselho valioso para aspirantes a empreendedores no setor pet: 

“Se você pensar em ter um negócio, primeiro responda a seguinte pergunta: por que eu, como consumidor, compraria no seu comércio ou no nosso prestador de serviço? Se você não conseguir dar uma boa resposta para isso, não gaste o seu dinheiro.”

Assista ao Mundo Corporativo

O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, todas às quartas-feiras, às 11 horas da manhã, no canal da CBN no You Tube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN, domingo, às dez noite, em horário alternativo, e está disponível em podcast. Colaboram com o Mundo Corporativo: Renato Barcellos, Letícia Valente, Priscila Gubiotti e Rafael Furugen. 

Mundo Corporativo: Lara Folster, da Lanche&Co, ensina como criar uma empresa a partir de propósitos e oportunidades

Reprodução do vídeo da entrevista no Mundo Corporativo

“A Lanche&Co surgiu dessa vontade e dessa certeza para mim de que é possível mudar várias coisas no nosso planeta e no mundo através da alimentação” 

Lara Folster, Lanche&Co

“Mamãe, quero ficar com a boca laranja como a minha coleguinha”. Foi a fala do filho de três anos que motivou Laraa criar um negócio próprio, em 2012. O menino estava entusiasmado com o efeito provocado por “salgadinhos de presunto” que a amiga levava para o lanche da sala de aula. Enquanto a mãe dele ficou preocupada com o tipo de alimento que os alunos tinham à disposição na cantina da escola. Diante dessa situação, Lara, teve a ideia de unir a habilidade com a cozinha e seu desejo de oferecer refeições saudáveis às crianças. Lara Folster, entrevistada do programa Mundo Corporativo, na CBN, hoje comanda a Alimento&Co que têm cozinhas que produzem e fornecem “alimento de verdade” em 11 escolas do estado de São Paulo. 

Na entrevista, Lara compartilhou sua jornada desde a dor materna que a impulsionou até a criação de um negócio de sucesso baseado em seus valores e propósito: 

“Vi essa fragilidade e eu falei: ‘acho que a gente pode juntar as duas coisas, o que eu amo fazer que é cozinhar — hoje, cozinho bem menos do que eu gostaria —, levar a cozinha para dentro da escola, e fazer da parte do refeitório escolar um momento de aprendizado, um momento de levar também conhecimento dentro da escola”

Comida de Verdade na Escola: Transformando o Cardápio Escolar

Lara diz que a Lanche&Co oferece “comida de verdade”, feita diariamente nas escolas e faculdades. Com uma abordagem inovadora, a empresa monta cozinhas industriais dentro das instituições de ensino e prepara refeições frescas e saudáveis, evitando alimentos superprocessados. A fundadora enfatizou a importância de ensinar às crianças a fazerem escolhas alimentares saudáveis desde cedo.

Da Dor Materna ao Empreendedorismo com Propósito

O ponto de partida para a criação da Lanche&Co, como dissemos, foi a angústia de ver seu filho exposto a alimentos ultraprocessados na escola. O que sentiu foi potencializado pelo conhecimento que havia desenvolvido em institutos de culinária, em Nova Iorque, e na participação do projeto Food Revolution, de Jamie Oliver. Diante da necessidade de mudar aquela realidade, ela decidiu montar uma equipe que compartilhasse seus valores e conhecimentos, neste que foi seu primeiro empreendimento. A vivência com seus pais, que trabalham na área da educação, também colaborou para a iniciativa.

Da Cozinha à Liderança Empresarial

Lara contou como passou da atuação na cozinha para se tornar uma empreendedora. Ela enfatizou a importância de formar uma equipe diversificada, que seguisse sua visão e pudesse transmitir os valores da empresa para as escolas e clientes. Sem experiência na área de gestão, juntou-se a profissionais com conhecimento: “gente que conhece mais do que eu”, comentou. Começou com um plano de negócio bastante simples que foi ganhar robustez logo depois da pandemia quando percebeu que o negócio poderia se expandir. A parceria com uma rede de ensino fez com que ela criasse uma segunda empresa, a Garden.

Ao adotar uma abordagem inclusiva, Lara valoriza mães e mulheres em sua equipe, reconhecendo a importância de criar um ambiente de trabalho acolhedor e empoderador. Sua equipe tem 70 pessoas majoritariamente mulheres. E se em muitos locais de trabalho ser mãe se transforma em uma barreira, na Alimento&Co passa a ser um bônus:  

“Eu tenho muitas mães solo que trabalham com a gente. A independência delas, a autonomia — muitas que sofreram relacionamentos abusivos — é importante para que elas se sintam acolhidas dentro da nossa empresa. Eu sou mãe e vou sempre puxar sardinha para o meu lado, para essa (questão da) maternidade e o quanto elas precisam ser reconhecidas, serem admiradas e serem independentes com todas as escolhas que elas quiserem fazer”.

Desafios e Futuro da Lanche&Co

À medida que a LancheCo continua a expandir, Lara enfrenta o desafio de manter seu propósito e valores em um cenário de crescimento. Ela destacou a importância de ter uma equipe sólida e treinada, capaz de transmitir a cultura da empresa para diferentes escolas. A fundadora também falou sobre os desafios de equilibrar propósito e lucratividade, especialmente em um mercado onde alimentos mais saudáveis podem ter um custo inicial mais elevado.

O Caminho pela Frente

Lara compartilhou seus planos para o futuro, incluindo a expansão para outras regiões do Brasil, além do Estado de São Paulo. Ela reforçou seu compromisso em seguir oferecendo alimentos de qualidade e conscientização alimentar, mesmo que a empresa cresça como prevem nos planos que estão discutindo neste momento.

A entrevista com Lara Foster trouxe à tona a importância de unir propósito, paixão e conhecimento em um negócio. Através de seu empreendedorismo centrado na alimentação saudável para crianças, Lara está fazendo uma diferença duradoura na vida das famílias e no futuro da saúde infantil.

Assista à entrevista completa, no Mundo Corporativo, que tem as participação de Renato Barcellos, Letícia Valente, Débora Gonçalves e Rafael Furugen:

Mundo Corporativo: Paula Esteves, da Worklover, desvenda o universo do empreendedorismo

Paula Esteves em entrevista ao Mundo Corporativo. Foto: Priscila Gubiotti

“O empreendedor começa sonhando.Então, se eu não entendo o que eu posso sonhar e não identifico qual é esse sonho,  eu nem começo a empreender”

Paula Esteves, Worklovers

O empreendedorismo muitas vezes é visto como um desafio intimidador. No entanto, para Paula Esteves essa jornada representa uma tremenda oportunidade de autodescoberta e realização. Ela compartilha a visão de que, ao alinhar seu empreendimento com seu propósito de vida, os desafios se transformam em pequenas batalhas que impulsionam o crescimento. Paula,  criadora e CEO da Worklover, uma iniciativa voltada para a educação do empreendedor, foi entrevistada pelo programa Mundo Corporativo, da CBN, e destacou a mudança de mentalidade necessária, especialmente em uma cultura que muitas vezes valoriza a segurança do emprego tradicional. 

Para ela, também uma empreendedora, ao abraçar a liberdade e responsabilidade que vem com o empreendedorismo, podemos nos conectar verdadeiramente com nosso propósito.

“Empreender tem suas dificuldades, tem seus desafios, mas quando você faz aquilo que é para você, que está conectado com o seu propósito, justifica a razão pela qual você veio para cá, para essa vida. í a coisa fica diferente, aí os desafios, as dificuldades passam a ser pequenos desafios, apenas” 

O Mundo em Transformação

A sociedade está passando por transformações significativas, especialmente no mundo do trabalho. Paula observa que muitos indivíduos estão optando pelo empreendedorismo não apenas por escolha, mas também por necessidade. Isso ocorre à medida que as estruturas tradicionais de emprego se tornam menos previsíveis, levando um número crescente de pessoas a explorar suas paixões e transformá-las em negócios. Pesquisas indicam que mais da metade das pessoas que são demitidas decidem empreender por necessidade. Essa mudança de paradigma exige uma nova abordagem e planejamento, para que os empreendedores possam trilhar um caminho seguro e estruturado.

“O empreendedor não tem espaço para pouca paciência, o empreendedor não tem espaço para quem não tem foco e quer fazer mil coisas ao mesmo tempo, ele não tem espaço para quem não tem coragem e se vitimiza da sua própria vida”.

Educação Empreendedora Estruturada

Paula Esteves aborda essa lacuna educacional por meio da Worklover, oferecendo uma metodologia clara e direta para potenciais empreendedores. Seu “Método P”, baseado nos princípios de marketing de Philip Kotler, oferece uma abordagem abrangente para construir um plano de negócios sólido. Desde a definição do propósito até a construção de metas SMART (específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e temporais), o método auxilia os empreendedores a navegar pelos desafios com confiança. Além disso, Paula enfatiza a importância de se livrar de equívocos comuns, como a antecipação de cartão de crédito, que pode prejudicar a saúde financeira dos empreendimentos.

Empreendedorismo com Propósito

Uma das lições mais profundas que podemos extrair da jornada empreendedora de Paula é a importância de alinhar nossas ações com nosso propósito pessoal. Ao refletir sobre sua própria experiência, ela percebeu que a busca por um propósito significativo é a força motriz por trás de uma jornada empreendedora bem-sucedida. Compartilhando sua paixão e conhecimento, Paula busca não apenas educar, mas também inspirar outros empreendedores a seguir seus sonhos com determinação e foco 

Paula destaca o envolvimento da Worklover em projetos sociais, como uma parceria com o G10 Favelas para capacitar e ajudar mulheres em situação de risco a empreender.

Na conversa com Paula Esteves, de desafios transformados em oportunidades a métodos educacionais estruturados, fica evidente que a jornada empreendedora exige coragem, paixão e uma abordagem cuidadosamente planejada. No entanto, ao abraçar nosso propósito e tomar as rédeas de nossas vidas, podemos trilhar um caminho de sucesso e realização.

Assista à entrevista completa com Paula Esteves, CEO da Worklover. Colaboram com o Mundo Corporativo: Renato Barcellos, Letícia Valente, Rafael Furugen e Priscilla Gubiotti:

Mundo Corporativo: para Mariam Topeshashvilli, da LTK, é preciso ir “um pouco além do entendimento das coisas”

“Liderar pessoas parte do pressuposto de que você consegue ser muito transparente com relação ao que você está sentindo mas também ser muito humilde para entender e receber feedbacks do seu time”

Mariam Topeshashvilli, LTK América Latina

Foi para o Brasil que vieram na condição de refugiados os pais de Mariam, uma menina de apenas quatro anos, nascida na Georgia, país que faz fronteira com a Rússia e do qual ela tem poucas lembranças. Sabe mais pelo que o pai, cientista político, e a mãe, enfermeira, contam e pelos registros que fazem parte da história desta nação de cerca de  3,7 milhões de habitantes,  marcada por uma série de conflitos externos e internos.

Sem que os diplomas conquistados no país de origem fossem validados no Brasil, os pais tiveram de se virar do jeito que podiam. Seu Avtandil foi vender cerveja em lata na praia de Copacabana, no Rio. Mariam acompanhava o pai e não se contentava em observar o trabalho dele. Usava de sua desenvoltura para atrair os clientes, dando, sem que soubesse ainda, o primeiro passo em uma carreira vitoriosa de empreendedora e aprendendo lições que seriam aplicadas mais à frente: 

“O principal ponto (que aprendi) é ficar muito perto do seu cliente e entender o máximo possível todas as dores ou os momentos de consumo ideais e, realmente, conseguir conversar e ter esse diálogo. Eu olhava muito para o meu pai como uma inspiração de pessoa que tenta entender o seu redor”.

Escrevi no parágrafo anterior que ela tem uma carreira vitoriosa. Eu sei que pode parecer precipitado considerando que Mariam ainda é muito jovem, 26 anos, mas convenhamos: ter conseguido, com os pais, recomeçar uma vida aqui no Brasil depois de tudo que enfrentaram na Georgia já é uma baita conquista. A história dela não para por aí. Na crença de que a educação é transformadora, foi matriculada no Colégio Pedro II, escola federal das mais renomadas no Rio de Janeiro, participou de olimpíadas de matemática, química e história, fez trabalhos voluntários, aprendeu cinco línguas e formou-se em ciências sociais na Universidade de Harvard. 

“Eu acho que eu entendi muito cedo a importância das diferenças culturais, em conseguir construir algo ainda maior. Meio que um mais um não é dois é muito mais do que dois. Você consegue realmente enxergar muito além do que só uma cultura te entregaria ou só a outra te entregaria. Então, essa junção de culturas para mim foi muito importante. Me deu essa visão de sempre tentar ir um pouco além do entendimento das coisas”.

Em cada uma das etapas, Mariam foi construindo sua personalidade e amadurecendo além do seu tempo. Trabalhou na Ambev e The Kraft Heinz Company, e se realizou como empreendedora ao criar a Avocado que entregava com agilidade produtos de maternidade, ajudando mães de filhos recém-nascidos, investindo no modelo de dark stores — centros de distribuição que atendem às compras online. Os resultados foram tão positivos que a empresa foi comprada pela Rappi, durante a pandemida, em 2020, onde Mariam assumiu um posto de direção. 

Mariam Topeshashvilli, entrevistada do programa Mundo Corporativo, recentemente assumiu o cargo de líder da LTK América Latina, uma plataforma de marketing digital que conecta marcas a influenciadores. E leva para a empresa aquilo que ela própria define como sendo suas características de empreendedora: 

“Acho que o principal é questionar. Então, eu gosto muito de questionar as coisas. Eu não necessariamente aceito as respostas, por exemplo, que o meu time dá. Eu sempre gosto de questionar e tentar entender se de fato aquilo está fazendo sentido. E obviamente perseverança. Não aceitar as barreiras que a vida impõe para você. Eu acho que tudo tem um jeito, talvez não seja o jeito que você visualiza mas você consegue chegar lá de outra forma, por outro caminho. Além disso, humildade pra saber que nem sempre você está certa e tentar o máximo possível ouvir as outras pessoas”.

Na LTK, a ideia é potencializar a capacidade de criadores de conteúdo e permitir que cresçam como influenciadores, e oferecer às marcas aqueles que têm maiores possibilidades de conversão de vendas. Escrevi no masculino, mas deveria ter feito no feminino, até porque a maior parte do público que passa pela plataforma da LTK, atualmente, é formada por mulheres. Geralmente meninas que não precisam ter um turbilhão de seguidoras — a partir de quatro a cinco mil seguidores e você já pode ser identificada como uma influenciadora —, porque o importante não é o número de quantos as seguem, mas, sim, de quantos ou quantas elas influenciam. 

“Você (para ser influenciadora)  precisa da confiança da sua base para converter em vendas”.

Se ficou interessada ou interessado — já que a Mariam disse que homens são bem-vindos na plataforma — a recomendação é que você visite o site da LTK ou faça contato com a empresa pelo Instagram @LTK.brasil . Lembre-se, é preciso também planejar sua presença nas redes sociais, desenvolvendo conteúdo de interesse do público. Não é fácil, não!

A entrevista completa com a Mariam Topeshashvilli, da LTK América Latina, é bem mais inspiradora do que esse texto aqui, por mais que eu me esforce para ser um influenciador do meu jeito (não, não vou aceitar o convite dela para me inscrever na plataforma, porque jornalistas não devem ou não deveriam vender produtos). Por isso, convido você à assistir ao vídeo completo com a Mariam que está publicado em seguida. Tenho certeza que você terá muito a aprender sobre empreendedorismo, marketing digital e liderança feminina:

O Mundo Corporativo tem a participação de Renato Barcellos, Bruno Teixeira, Priscila Gubiotti e Rafael Furugen. 

Mundo Corporativo: descubra a sua essência e defina sua carreira, sugere o consultor Emerson Dias

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“Será que aquela escolha é norteadora para o resto da minha vida, será que eu preciso ficar nela?”

Emerson Dias, Consultor

As transformações no mundo do trabalho são inexoráveis e se aceleram a cada instante. Diante desse cenário, os profissionais precisam se adaptar e encontrar novas formas de atuação. Acima da forma, porém, está nossa essência que precisa ser respeitada para que se alcance aquilo que é nosso maior objetivo: a busca da felicidade. É o que defende Emerson Dias, consultor, doutor e mestre em administração, em entrevista ao programa Mundo Corporativo da CBN.

Autor do livro “Carreira, a essência sobre a forma”, Emerson ilustra sua ideia a partir de situações enfrentadas por atletas de alta performance, como é o caso de Usain Bolt —- um esportista de talento extraordinário que na pista conquistou os maiores prêmios e recordes até o momento que seu corpo permitiu. Sem as condições físicas necessárias para seguir carreira de atleta, Usain Bolt precisou se adaptar às novas exigências. Deixou as pistas, mas, provavelmente, jamais deixará o esporte, que é a sua essência. É a partir dela que o ex-velocista seguirá sua jornada profissional em busca da felicidade.

Como poucos são Bolt, ter consciência do que é a sua essência torna-se ainda mais importante a medida que é, a partir dela, que você avaliará se as escolhas feitas no início da sua carreira profissional ainda fazem sentido:

“Quanto mais eu me conheço, quanto mais eu sei a minha essência, as minhas inclinações, eu consigo abrir mão de coisas que não façam sentido para mim. Então. eu acho que o caminho, dada a nossa limitação de recursos, é buscar a se conhecer”.

Ao realizar um trabalho que tenha maior significado, as dificuldades são enfrentadas com mais suavidade, aumenta-se a tolerância ao estresse e a tensão, e se alcança segurança psicológica. Verdade que a situação sócio-econômica nem sempre permite que as pessoas façam escolhas apropriadas, mas desenvolver o autoconhecimento permitirá que, no instante em que houver uma estabilidade financeira, o profissional esteja preparado para redesenhar sua trajetória.

“Muitas vezes, eu escolho aquilo que está diante de mim, da minha possibilidade, do meu acesso, mas não, necessariamente, eu deveria escolher aquilo se eu tivesse possibilidades de acessar outros lugares, outros espaços, e aí sim falar ‘nossa, isso aqui é mais legal do que aquilo que eu tinha’. Então, acho que o contexto social também influencia nas nossas escolhas”.

Das mudanças que a pandemia prometia deixar no ambiente de trabalho, talvez a mais evidente, na opinião de Emerson, seja a necessidade de as pessoas discutirem temas que não eram bem-vindos no passado, como o da saúde mental. Percebe-se agora que as relações humanas são extremamente importantes e mesmo os líderes demonstram maior interesse em escutar sobre o assunto. A eles (os líderes), aliás, o consultor deixa um recado:

“Se o seu papel é liderar, você nunca pode esquecer que você tem que produzir resultados. Agora, para produzir resultados, se fosse só a parte técnica, o Google resolvia. Não é! É a parte da coesão social. É a parte do desafio, do desenvolvimento do indivíduo, de você estabelecer objetivos e de você apoiar um indivíduo na construção desse objetivo”.

Assista ao vídeo com a entrevista completa com Emerson Dias em que falamos, também, de estratégias para nos prepararmos para as mudanças no mercado de trabalho e para realizarmos melhores escolhas na nossa jornada:

O Mundo Corporativo tem a colaboração de Renato Barcellos, Bruno Teixeira, Priscilla Gubiotti e Rafael Furugen.