As salas de aula de madeirite, registradas pelo jornal Folha de São Paulo em reportagem que causou azia no governador José Serra (PSDB), provocaram reações diversas nos ouvintes-internautas. Uma das preocupações foi em relação as telhas usadas na construção provisória. A cobertura poderia conter amianto, produto condenado em vários países e no estado de São Paulo, também, por provocar doenças pulmonares. A Secretaria Estadual de Educação se apressou em negar esta possibilidade. E, neste fim de semana, recebi mensagem da Brasilit, responsável pelas telhas usadas nas salas, explicando que o produto nocivo à saúde foi substituido no processo de fabricação desde os anos 1990.
Leia a nota enviada pela empresa:
“Prezados senhores:
Na edição de terça-feira, pela manhã, do rádiojornal CBN São Paulo, da nossa prezada Rádio CBN, foi levantada questão por um ouvinte a respeito de se salas de madeira de determinada escola de São Paulo (da Escola Estadual Professora Eulália Silva, no Jardim Ângela, zona sul de São Paulo) estariam sendo construídas com telhas de Brasilit e se estas estariam ou não isentas de amianto.
Nesse sentido, nós da Brasilit gostaríamos de informar e de dar uma explicação ao grande público, uma vez que o assunto voltou várias vezes à baila.
Anos atrás, ainda na década de 90, a Brasilit assumiu atitude pioneira ao substituir totalmente o uso do amianto crisotila – e de seus efeitos à saúde – e investir milhões de reais na produção do composto (PP) Fio de Polipropileno, em seu lugar – em sua unidade de Jacareí, São Paulo. O composto PP, é aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), atendendo ao previsto na Convenção nº. 162 da OIT, de 1986, da qual o Brasil é signatário.
Apesar de seu uso milenar e mais especificamente como matéria prima na manufatura de telhas na indústria de fibrocimento, pesquisas internacionais mostram sem sombra de dúvida os efeitos do amianto em doenças pulmonares. Por isso, a Brasilit não hesitou em eliminá-lo da produção de seus materiais, mesmo sofrendo forte concorrência até hoje de produtos que mantém o uso desta fibra cancerígena de origem mineral.
Fizemos tal opção em respeito aos consumidores, aos trabalhadores e aos brasileiros e temos assumido uma posição inequivocamente clara e contrária a seu uso, apoiando qualquer iniciativa da ampla divulgação de seus efeitos às pessoas.
Estejam tranqüilos, portanto, os paulistanos – e os brasileiros – de que, se forem utilizadas telhas Brasilit na construção de escolas, não haverá qualquer perigo à saúde dos estudantes.
BRASILIT”
o por que materias neste nivel de comentários não têm a repercursão necessária objetivando esclarecer a opinião pública e mesmo interpelação junto aos atuais mandatariso que permitem a atividade e demandam tal produto?
Como gerente do Projeto Estadual (de substituição) do (cancerígeno) Amianto da Superintendência Regional do Trabalho em São Paulo (Ministério do Trabalho e Emprego e, SP) diante da nota “Fabricante de sala de madeira baniu amianto, em 1990” , tendo em vistas as inúmeras denúncias que temos recebido sobre este tema, gostaria de solicitar que nos ajudem a pressionar para que tanto o governador como o prefeito de São Paulo e respectivas secretarias de governo cumpram o que as leis municipal (13.113/2001) e estadual (12.684/2007), que baniram o amianto, respectivamente de nossa capital e estado, determinam sobre a obrigatoriedade de instalação de placa indicativa nas respectivas obras públicas e privadas de uso público com dizeres de que “Nesta obra não há utilização de amianto ou produtos dele derivados, por serem prejudiciais à saúde”. Desta forma, prestamos um serviço público em tranqüilizar a população de nosso estado sobre o não uso de um consabido cancerígeno para a saúde dos seres humanos.
Atenciosamente,
Fernanda Giannasi
Engenheira e Auditora -Fiscal de Segurança e Saúde do Trabalhador da SRTE/MTE/SP
Gerente do Projeto Amianto