Avalanche Tricolor: Carnaval em campo

Grêmio x Juventude

Grêmio 2 x 0 Juventude

Gaúcho – Olímpico

Era de salão, o Carnaval das minhas lembranças de Porto Alegre. Quando menino, minha mãe me levava aos Gondoleiros, clube na zona norte da cidade, ao lado dos irmãos e primos. Fantasia não era nosso forte. Um shorts, uma camiseta e algumas pinturas no rosto, tudo coberto de muito confeti.

Na  juventude, as festas eram por conta própria e na maioria das vezes no litoral porque em Porto Alegre misturavam-se muito calor e pouca animação. Troquei as matinés pelos bailes que varavam a madrugada.

Da avenida, escapei. Nem como folião nem como jornalista fui obrigado a assistir ao desfile das escolas carnavalescas. Um espetáculo – nem sei se cabe a expressão – de pouca graça, que me desculpem os adeptos dos Bambas da Orgia e dos Imperadores do Samba. As duas agremiações são as mais conhecidas da cidade e provocam alguma emoção apenas pela identificação que tem com os dois times de futebol da terra, Grêmio (Bambas) e Inter (Imperadores).

Aliás, as cores das escolas – o azul e o vermelho – eram as únicas referências ao futebol durante o Carnaval, em Porto Alegre. Minto, tinham também as bandinhas que para agradar o salão tocavam o refrão dos hinos dos dois clubes.

Assim, foi uma surpresa saber que,  hoje à tarde, o Grêmio estaria em campo para disputar partida decisiva do Campeonato Gaúcho, em um estádio Olímpico onde só se falava de Libertadores. Na quarta de cinzas, enfrentaremos o Universidad de Chile. O ideal era descansar no sábado de Carnaval em vez de jogar sob um calor insuportável na capital gaúcha. Ainda bem que Ruy e Alex Mineiro, os carecas do Imortal Tricolor, estavam animados em campo.

O futebol gaúcho – o brasileiro, também – me impressiona, pois deixa de valorizar o espetáculo e seus grandes personagens para impor uma maratona de sacrifícios. Além de jogar hoje e estar na Libertadores na quarta, o Grêmio disputará a semifinal do Gaúcho na sexta e, se der o azar de vencer, fará a final do primeiro turno, no domingo, em um provável Gre-Nal.

Por ter sido um dos melhores times do futebol brasileiro em 2008 e obtido classificação para a Libertadores, o Grêmio é punido em lugar de ser venerado pelos dirigentes esportivos.

O risco disto tudo é o futebol um dia acabar como o Carnaval de escola de samba em Porto Alegre: pobre e sem graça.

Extra-campo: à Ouvidoria da NET que dá explicação como se fosse uma secretária eletrônica e portanto não serve para nada, o som da transmissão da partida do Grêmio estava péssimo, inaudível em alguns momentos.

3 comentários sobre “Avalanche Tricolor: Carnaval em campo

  1. Até hoje não entendi por que o Presidente da FGF resolveu reunir os dirigentes dos clubes, que participam do Campeonato Gaúcho, em Montevidéu. Lá foi divulgada a tabela da competição. Pelo jeito,não passou pela cabeça de ninguém que o Grêmio,na ocasião,era sério candidato a uma vaga na Libertadores 2009. Agora,o único representante gaúcho na importante competição terá de jogar três vezes numa semana. Claro que a Federação poderia ter pegado leve e adiado os dois ou,no mínimo,um dos compromissos do Grêmio no Estadual.Mas qual,seria esperar demais que um colorado roxo – O Sr.Chico Noveletto – fosse prestar um favor ao rival do time do seu coração.

  2. A desculpa é para a final no Grenal, se for o caso, ou para uma participação pífia na libertadores?
    Gremista não teme ver seu time jogar todos os dias e é assim que grandes conquistas são feitas. Afinal, não é o Grêmio que tem a faca na bota?

    “Até a pé nos iremos para o que der e vier”

  3. Vejam todos ´´´´é evidentente que todos os responsaveis pela federaçao pensam somente em encher os bolsos de grana e muitas grana diga-se de passagem,esse Sr noveleto esta cada dia mais ousado inaugurando e comprando imoveis feito picolé de criança..quem sabe um dia eu tambem seja um presidente da federaçao e construo um estadio só para os nessecitados e favelados assistirem os jogos que a entrada nao custe o olho da cara.abraços

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