“Adote” decide: Nota fiscal é próximo alvo

1o. Encontro do Adote um Vereador

Domingo, duas da tarde, no burburinho do Centro Cultural São Paulo, em volta de duas mesas da lanchonete e um computador que teimava não acessar a rede. Assim e com o olhar brilhando, cerca de 20 pessoas se reuniram indiferentes a todas as demais atividades para se apresentar e trocar informações sobre a campanha “Adote um Vereador”. Parte dos que estavam lá ainda não adotou, mas está disposta a encarar esta experiência. Dos que exercem o papel de padrinho, um entusiasmo inspirador.

Logo que chegamos, a boa notícia: o número de vereadores adotados em São Paulo chega a 61,5%. No Taboão da Serra, região metropolitana, a confirmação da presença de um “padrinho” toda terça nas sessões da Câmara Municipal e de que em breve as informações sobre os vereadores de lá estarão publicadas no wikisite da campanha. Dos que ainda não assumiram a fiscalização, um pelo menos pretende levar a ideia para Belo Horizonte, Minas Gerais.

O trabalho na organização dos dados coletados foi um dos destaques do encontro, pois tem-se a noção de que a publicação das informações pelos participantes é que oferecerá maior dimensão ao programa. Para inserir dados do wikisite Adote um Vereador é preciso seguir algumas regras mínimas que permitam uniformidade na ação.

O mais interessante, porém, foi ouvir as histórias e estratégias dos “padrinhos” que avançaram o sinal sem se preocupar com o risco de colidir com o “afilhado”. Conseguiram algumas respostas sobre questões importantes como verba de representação e critérios para montagem de gabinete, abriram as portas da Câmara e estão certos de que o trabalho que realizam terá significado na escolha dos próximos vereadores.

Um desafio a que todos se propuseram, pressionar os vereadores a divulgar as notas fiscais com os gastos da verba indenizatória. Mesmo que a Câmara Municipal ainda não tenha tomado esta decisão, individualmente os parlamentares podem assumir este compromisso e divulgar as informações através de seus sites.

De minha parte, satisfeito por ver a mobilização, ressaltei que a campanha não tem dono, mesmo porque a participação do cidadão na política é ideia que surgiu junto com a democracia, na Grécia Antiga.

Aqui mesmo na cidade de São Paulo temos pelo menos duas entidades que há algum tempo exercem este papel, muito antes de falarmos do assunto. O Movimento Voto Consciente, por missão, adotou a Câmara Municipal da capital paulista, a partir de 1987, enquanto o Instituto Ágora organiza programa semelhante incluindo alunos da rede pública e privada.

Aliás, acompanhar o trabalho do legislativo municipal é tarefa que o CBN São Paulo realiza desde sua origem e agora se compromete a divulgar informações relevantes levantadas pelos “padrinhos” e oferecer aos blogs e ao wikisite todo material relativo à Câmara e aos vereadores que for publicado no programa.

A propósito, você já adotou um vereador ?

Saiba como adotar acessando o wikisite do Adote um Vereador

5 comentários sobre ““Adote” decide: Nota fiscal é próximo alvo

  1. O 1° Encontro do projeto Adote um Vereador já é um fato consumado, a foto acima é a prova disso.
    Deixamos nos lares e nossas familias para estar reunidos numa tarde de domingo para trabalhar voluntariamente em nome do cidadão paulistano.
    Nossa missão é acompanhar lado a lado cada vereador dessa cidade contribuindo com críticas, opiniões, sugestões…enfim ser um representante ativo do eleitor exercendo a cidadania com responsabilidade e comprometimento.
    A presença do Jornalista Milton Jung da Rádio CBN de São Paulo, mostra bem a seriedade e dá a credibilidade necessária que o projeto precisava.
    Aguardem os próximos passos desse projeto que tem pouco tempo de vida, más não morrerá jamais.
    Quem viver verá.

  2. Muito legal mesmo o encontro, Milton!

    Bem bacana você ter aparecido por lá! Vou criar alguns posts sobre o Adote hoje à noite, quando sobrar um tempinho.

    O projeto ainda está bem no começo. Ainda vai crescer muito, pode apostar.

    Abração!

    Tom

  3. A “adoção” de políticos é o começo de uma história que pode culminar na integralização na condição de cidadania por todos os brasileiros.
    A grande alavanca do desmando e da malversação do poder é o descaso do eleitor e da população em geral para com a atividade política.
    A partir do momento em que as pessoas começam a cuidar de seus eleitos, o bem público começa a ser mais e mais valorizado por aqueles que, misturados à classe política, usam de “esperteza” e da lei de gerson para se arrumar, em detrimento da própria classe e da coletividade. Isto porque existe mais gente de olho do que os “espertos” gostariam.
    Sejam, então ,as adoções múltiplas, permanentes e ativas! Boa sorte para nós todos, que precisamos.

Deixe um comentário