Terminei a segunda-feira com uma hora de gravação do Fim de Expediente, programa apresentado por Dan, Teco e Zé, na CBN, no qual discutimos o papel das câmaras municipais e dos vereadores. Estava na mesa, o coordenador de projetos da Transparência Brasil Fabiano Angélico que apresentou números interessantes sobre gastos no legislativo. Deixo para que estes sejam divulgados na sexta-feira, às sete da noite, quando o programa for ao ar.
Discordamos eu e ele apenas quando a pergunta do Teco foi se éramos a favor ou contra o voto obrigatório. Por ser nova a experiência democrática no Brasil, Angélico defende que a obrigatoriedade seja mantida. Eu sou contra: o eleitor tem de ter o direito de escolher, inclusive se quer ou não votar. E ao candidato restará se aproximar cada vez mais do cidadão para convencê-lo a ir para as urnas.
Foi, aliás, uma segunda dedicada à Câmara, pois logo cedo estive lá na “Casa do Povo”, por quatro horas, falando o mínimo necessário e ouvindo muito em seminário que discutiu a participação da sociedade civil no legislativo. Líderes de alguns partidos e o Movimento Nossa São Paulo provocaram a discussão pública pois estão convencidos de que o resgate da credibilidade da casa passa pela ação cidadã acompanhando o trabalho do parlamentar.
Fora um ou outro discurso histérico, o tom da conversa foi positivo. Os vereadores insistiram na ideia de que os poderes do legislativo são restritos e, portanto, muitas das ações não avançam como a sociedade espera. O Nossa SP, através de Oded Grajew, chamou atenção para o fato de a Câmara não demandar pelo respeito que merece ao permitir que leis aprovadas pelos vereadores não sejam cumpridas pelo Executivo.
Crente de que apenas aproximando o olhar vamos entender melhor a ação legislativa e teremos capacidade de avaliar a produtividade dos parlamentares, reforcei a intenção da campanha Adote um Vereador, que lá esteve representada por três padrinhos – o Sérgio, o Massao e o Cláudio Vieira (o blog que cada um deles mantém, está na lista aí do lado direito), aos quais devo desculpas públicas pois deveria tê-los apresentado no auditório.
Sobre a cobertura jornalística lembrei que ainda o fazemos de maneira pontual, preconceituosa e generalista, reproduzindo o senso comum. E o papel do jornalista é ir além, analisar melhor, qualificar e não apenas quantificar a atuação parlamentar.
Se há ainda muita gente sem esperança de que podemos recuperar o legislativo, depois desta overdose de Câmara estou entorpecido com a ideia de que a coisa vai melhorar para o nosso partido, o do Cidadão.
Experência ímpar, gratificante, certeza do dever cumprido.
São tantos sentimentos que resumo naquela palavrinha mágica “cidadania”.
Estavam ali, vereadores, representantes de diversos movimentos, ONGs, jornalistas, cidadãos e eleitores comuns e nós do “Adote um Vereador”, com todo orgulho.
Não precisa pedir desculpas cidadão, eleitor e jornalista, Milton Jung, talvez tenha sido melhor assim, pude notar no olhar das pessoas, a curiosidade, a inquietação, porque não o “burburinho”.
Como é interessante ouvir sobre um projeto que você lançou, nós abraçamos e a Câmara Municipal de São Paulo sabe que existimos. Leia-se o POVO paulistano.
Teve momentos de histeria sim, más que comprovam aquilo que já sabemos, incomoda muito saber que o cidadão comum, também cobra de 8 meses para cá, mais produtividade de seus representantes, com maior qualidade.
Teve momentos de “bate e assopra” e isso é muito engraçado, pois como eles não sabiam quem éramos, ficava fácil fazer a leitura de suas expessões faciais.
Claro que gostaria de ter pedido a palavra e dar minha opinião sobre o seminário, como eleitor e cidadão, porém o tempo era escasso. Advinhem se farei isso daqui 90 dias.
Para finalizar deixo aqui registrado que o Adote um Vereador é uma realidade, representamos nossos amigos que não puderam estar presentes e tenham certeza absoluta de uma coisa, em um próximo encontro do grupo, colocaremos para vocês que, o Parlamento Municipal precisa urgente de nós, do POVO.
Vocês saberão porque, basta marcá-lo.
Faço as minhas palavras a do Claudio Vieira, que tive o prazer de conhece-lo no final do evento.
O “Adote um Vereador” é um belo exemplo de uma democracia participativa, e falando da minha experiência particular, aprendendo a trabalhar com ela. Percebi que há da necessidade de uma aproximação mais intima com a “Casa do Povo”, lógico que a vida particular/profissional de cada um vai limitar essa aproximação, mas para todos que puderem (dica para os outros padrinhos) tentem visitar o seu padrinho (não fiquem apenas no contato via e-mail, que está difícil para muitos padrinhos), ou participem de uma ou outra audiência pública, vocês vão sentir a diferença. Aliás senti que tinha um vereador em especial que estava com uma vontade de dar um “abraço” no seu padrinho, pena que ele não estava presente.
Massao e Sérgio, os dois que estiveram na Câmara ontem, muito obrigado por ter a amizade de vocês.
Vocês são homens de bem e isso só me engrandece como pessoa, partilhar da amizade de vocês é uma dádiva de Deus , assim como a do cidadão Milton Jung.
Espero conhecer aqueles que ainda não conheço o mais breve possível.
E claro, desejo rever aqueles que já conheço logo, estou com saudades de todos, caramba!
Cláudio Vieira.
Também faço minhas as palavras do Cláudio e do Massao, foi muito interessante entrar pela primeira vez ali na câmara. Encontrar os vereadores de quem comentamos e tratamos em nossos blogs, bom também encontrar o Milton, quem já ouço pela manhã faz uns dez anos. Fiquei surpreso com a quantidade de gente, cidadãos que estão prontinhos pra adotar qualquer político. Da participação popular muito me surpreendeu aquele morador de rua, perspicaz e afiado em sua maneira de avaliar os vereadores.
Faltou que os vereadores ouvissem mais, faltou também que mais deles estivem presente. Faltou um abraço no Massao.Tive que sair logo que se encerrou o seminário. O ganha pão me chamou . Na próxima estarei lá ,certamente estarei lá.
Milton,
Por favor, onde está o podcast do fim de expediente que tratou das camaras de vereadores?
Obviamente que nao encontrei o audio referido no link referente ao programa em questão.
Obrigado,