A cidade de São Paulo começou os testes com um asfalto que absorve a água da chuva e pode ajudar a combater as enchentes na cidade. Engenheiros que acompanham o trabalho afirmam que o piso usa material poroso e teria capacidade de “enxugar” até 1 litro de água em 26 segundos. Ao CBN SP, porém, o superintendente da Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras da prefeitura Pedro Algodoal foi mais cauteloso. Não falou em número e apresentou algumas dificuldades para implantação do projeto.
O novo tipo de pavimento precisará, também, de um solo permeável para absorver a água sob o risco dela se acumular no asfalto. O exemplo que Algodoal usou para explicar o problema: o gramado absorve a água, mas dependendo a quantidade de chuva e qualidade da drenagem logo o alagamento se forma. Portanto, não bastará usar o piso é preciso mudar o solo, também.
O asfalto anti-enchente é mais caro, custaria em torno de R$ 230 por m2 contra os R$ 195 gastos com o asfalto comum usado na cidade. Será necessário, também, adaptar as usinas da prefeitura e melhorar – e melhorar muito – a qualidade do serviço de pavimento. O projeto avaliado em R$ 400 mil, desenvolvido pela Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica, somente terá resolvidos mais concretos no ano que vem.
A iniciativa é tardia, porém bem vinda.
Já existe disponível no mercado vários tipos de pisos drenantes (permeáveis, porosos, com vazios) como por exemplo o concreto moldado in loco ou em placas pré-fabricadas e os pisos intertravados (blocos de concreto que se encaixam) com espaçamento maior entre eles ou quando estes são confeccionados com o mesmo concreto drenante. Porém toda a água que passa por estes pisos percorre um determinado caminho para voltar ao lençol freático, e se esse caminho não for permeável (drenante) ela ficará acumulada sob o pavimento (solo saturado) ou sobre o pavimento (alagamento).
Então para que não se desperdice oportunidade, técnica, tempo e verbas não basta apenas trocar o tipo de pavimento, mas também o “caminhamento e re-direcionamento das águas.
Ver matéria exibida na revista eletrônica Viverde de agosto de 2008 ( http://www.revistaviverde.com.br/edicao/005edicao.pdf ), paginas 06 e 07, sobre pavimento ecológico na Capela do Socorro/Zona Sul de São Paulo.
Politicas bem intencionadas podem realmente conduzir a minimização do problem das das enchentes em São Paulo. O conceito de “pavimento drenante” no Brasil é ainda muito novo, precisa ser melhor entendido e aplicado.
Estamos “engatinhando” ainda para descobrir suas aplicações, mas visando sempre os beneficios finais: devolver a natureza a agua da chuva para que ela percorra os caminhos naturais e evitar os problemas de enchente – um decorrencia do outro.
Na verdade quando falamos de “pavimento drenante”, falamos de um “sistema” e não de uma aplicação simples de um material sobre a terra.
Como inicialmente comentado pelo amigo Marco Garcia, há de se entender inclusive a taxa de absorção de cada solo (que têm caracteristicas distintas neste quesito) para o dimensionamento correto do inteiro sistema. Um outro aspecto que esta se ensaiando neste sistema além do asfalto é o “concreto com agregado descontinuo” (um concreto especial que tem como caracteristica a passagem da água pelo seu corpo) além da “areia que não solta das juntas” (uma areia que não permite o crescimento de grama e não solta/ sai na presença de agua) garantindo o equilibrio de todo o sistema.
Vale a pena acompanharmos os resultados desta iniciativa do pessoal da USP.