Por Airton Gontow
Jornalista e cronista
A realidade venceu a utopia. Como muitos, sonhei durante anos com a justiça para todos do Campeonato Brasileiro por pontos corridos. “Chega de medíocres assumindo a ponta no final das competições! Basta de vermos o time de mais pontos eliminado precocemente em um simples dia ruim em mata-mata” – bradava com a mão esquerda estendida, acompanhado pelo bom senso dos de boa parte dos apaixonados por futebol. Mas o sonho do campeonato mais justo acabou. O campeonato de pontos corridos foi corrido pela ditadura dos resultados, pelos ranços e oportunismos oriundos de rivalidades históricas e atávicas.
Agora as forças revisionistas propõem uma volta ao passado, como se as conquistas dos últimos anos tivessem de ser jogadas fora: melhor nível técnico e campeonatos mais disputados e justos, apesar de todas as mazelas.
A melhor solução é uma espécie de meio termo. A volta de outra fórmula: campeão do primeiro turno contra o vencedor do segundo! Na final, a vantagem do empate para a equipe de mais pontos, entre as duas, ao longo do campeonato, sem saldo de gols. Dois empates nos dois jogos decisivos ou uma vitória para cada time, por qualquer resultado, e o título para o time de mais pontos!
O mesmo vale para o G3 ou G4. O terceiro do primeiro turno contra o terceiro do segundo. Com alguns ajustes para os casos de times que, por exemplo, ficarem em terceiro em um turno e em segundo no outro. A regra também vale para os últimos colocados. Mata-matas para ver quem vai para a Libertadores e para ver quem cai. Ajudaria também que fosse adotada a sugestão do técnico são-paulino, Paulo César Carpeggiani: clássicos guardados para nas últimas rodadas, para evitar pouco caso ou favorecimentos.
Não seria a mais justa das competições, mas é bem melhor que os mata-matas antigos, que tornavam os primeiros dois terços dos campeonatos cansativos e quase sem sentido. Além disso, haveria sempre a chance de serem recompensadas equipes que tiveram recuperações estupendas, como a do Grêmio este ano, que disputaria o título após o inferno da proximidade do rebaixamento.
A ideia está lançada. Qual é a opinião dos internautas?
Prefiro o mata-mata. Absurdamente mais emocionante!
Airton Gontow, na minha opinião o mais injustificável é o gol valer de forma diferente. Gol em casa vale menos e gol fora de casa vale mais.
Airton e Carlos,
Nem mata-mata nem entrega-entrega.
Mantenha-se a fórmula. Há um antigo ditado sempre repetido por meu pai: “Os incompetentes que não se estabeleçam”.
Por muitos anos os pontos corridos foram ovacionados como fórmula perfeita e justa de disputa. Agora surge a crítica porque seu defeito ficou evidente.
Uma das sugestões para tentar corrigir o problema é colocar os clássicos na reta final. A ideia é de que em clássicos não haveria entrega entrega. Será mesmo? Dependerá muito de quem será favorecido.
Deve haver um caminho para encontrar o equilíbrio entre pontos corridos e mata-mata. Eu não sei qual. Espero pelos especialistas.
Sugestão: continuaria os pontos corridos. Eu dividiria em sorteio duas chaves A e B e todos jogariam entre si em ida e volta. No final jogariam o Campeão da chave A contra o Campeão da Chave B e daí saria o Campeão em dois jogos de ida e volta. Para Libertadores Jogariam o 2º do A contra o 2º do B, o 3º do A contra o 3º do B e 4º do A contra o 4º do B e os vencedores disputariam a Libertadores. Formariam o chamado G4. Guando tem uma final tem muito mais graça. O CAmpeão do Primeiro turno contra o CAmpeão do Segundo turno pode acontecer de um time ser o campeão do Primeiro turno e tbém do segundo.De repente no meio da temporada o Campeonato perde a graça ai fica todos os times preferindo jogar apenas para chegar no G4 ou Sul-Amaricana deixando o Brasileirão de lado.
Sempre achei que cada time faz a campanha para a qual está qualificado. Não é aceitável,porém,que uma equipe que não somou méritos para se colocar bem num campeonato de pontos corridos faça corpo mole ao jogar contra um adversário que possua chances de disputar as primeiras posições para,com tal expediente,prejudicar,por exemplo,um rival. Esta atitude é condenável.
Esse papo de time reserva e time titular é balela. Se o clube tem um elenco de 25 jogadores para disputar um campeonato, isso significa que os 25 tem condições de jogar. É uma opção do técnico escalar esse ou aquele jogador. Mas ele não pode ser obrigado a escalar o time que os outros querem que ele escale. Cada um tem que cuidar do seu time e fazer jus de faturar um Campeonato e não depender de ninguém. Se o Corinthians ou o Fluminense tivessem ganhado 2 jogos a mais, hj um ou outro já seria o campeão sem se preocupar se os rivais entrariam em campo com reservas ou titulares. Acho que nos pontos corridos uma vitoria deveria valer apenas dois pontos e um empate não valeria ponto algum. Ai acabaria aqueles jogos chatos de zero a zero por exemplo. Jogo para dormir.