Logo que o iPad chegou às minhas mãos, escrevi post neste blog receoso de estar dizendo bobagens sobre o novo gadget da Apple, afinal sou apenas um jornalista que gosto de mexer nestas traquitanas, mas que entendo muito pouco de tudo. O resultado não foi ruim, pois recebi o apoio de alguns amigos na área de comentários e os que não gostaram tiveram a sensibilidade de não registrar a bronca (ou não me deram a oportunidade de ouvir o outro lado).
Na leitura da última edição da Mac Mais (#055), gostei da conversa do editor Sérgio Miranda com o produtor musical Sérgio Rezende. Ele conta como migrou para o mundo digital através dos equipamentos criados por Steve Jobs e em um trecho da entrevista falou sobre o iPad.
Achei interessante a resposta de Sérgio Rezende, pois em parte combina com o que pensava dessa máquina logo que comecei a usá-la. Destaco, ainda, o alerta que faz para o tempo que dedicamos à tecnologia em detrimento da criação:
Você têm um iPad? O que mudou para você com o Ipad?
Olham, eu comprei por consumismo [risos]. Ele, para mim, não servia para nada. Perguntaram-me porque eu ia compra um, e eu dizia que era porque eu queria ter, embora achasse que não serviria para nada. Mas ele é um superbrinquedinho divertido. Como algo útil, não está me trazendo retorno algum. Eu gosto é de brincar com ele. Quando eu colocar um chip, talvez ele tenha mais utilidade. Para mim, se preciso acessar internet em qualquer lugar, o Iphone segura a onda. E em uma reunião de produção, é muito mais fácil levar o MAcBook. Se preciso de uma música, alguém me manda e eu aperto o Play, bem mais simples de fazer no Mac. No iPad, o processo não é tão fácil. Mas eu adoto o iPad, acho-o o máximo. Para ler livros, é ótimo ! Estou muito confiante no futuro dele.
Ele vai substituir o laptop?
Acho que mais adiante, sim. Para que vamos levar um notebook para todo o lugar? Todo músico é igaul: pega um teclado USB pequeno, um microfone, um fone de ouvido e coloca tudo na mochila para passar o final de semana na praia. E montar tudo isso dá uma preguiça danada [risos] Resultado: não usa. E você começa a pensar “não vou pegar tudo isso, vou descansar”. O neotebook é igual, Mas o iPad pode ser diferente, acho que ele pode ser útil, mas não agora [risos]
O que você acha que alguém como John Lennon faria se tivesse a tecnologia de hoje?
Penso que se o Lennon, ou qualquer outro cara desses, tivesse um Mac, não teria composto a metade do que fez, porque ficaria o resto do tempo atualizando software. [risos]
Leia a entrevista completa na Mac Mais
Hoje, convivo com meu iPad de casa para o carro, do carro para a redação, da redação para o estúdio e no estúdio uso com frequência durante o CBN SP. Mesmo assim, ainda o considero um ‘brinquedo legal’ e não essencial. Mas um dia será.
Milton, fico vendo algumas pessoas que não conseguem ficar longe dessas quinquilharias por simples vício. Eu mesmo fico às vezes fuçando nesses “trem” e poderia ler algum livro que me trocesse muito mais conhecimento em áreas que não conheço.
Ex:
Como pode uma pessoa viver mais de 10 anos em São Paulo e não se afeiçoar pelo Corinthians ???
Abraços