De pares

 


Por Maria Lucia Solla

Ouça “De pares” na voz e sonorizado pela autora

Segregar, discriminar, não adianta! porque a força da vida aproxima os opostos. Do seu jeito. Os opostos e os nem tão opostos assim. Uma coisa que seja, em você, que se oponha ao seu par em mim, pode te arrebatar, sem que haja neste planeta explicação. É Física! O planeta precisa de equilíbrio para continuar a ser.

Bizarro e perfeito dividem o palco; água e fogo, nascimento e morte se acotovelam. Casamento, divórcio, assassinato e salvamento; descarte e resgate. Interessante ver. Pobre e rico dividem sonho de ter para ser; e é assim mesmo: o ser não vive sem o ter, até que o ter se rende, inevitavelmente, ao ser. O querer e o estar-nem-aí convivem numa boa, na mesma sala.

Vaidade e insegurança são assim; não se desgrudam por nada. Nada é suficiente, porque nada não vive sem tudo. Desespero campeia na desgraça e na ânsia da pirraça. Dor e prazer, não preciso nem dizer! Dar finca o pé até que chegue o receber, e não tem ir-se-embora sem ficar, nem sem um dia chegar.

Imaginação e realidade se entrelaçam a ponto de perder a identidade. Se fizeram passar, tantas vezes, uma pela outra, que não sabem dizer: o viver, afinal, é filho de quem?

Certo e errado têm seus dias contados. Tão unidos, querendo ocupar o mesmo espaço, vão acabar se fundindo. E nesse dia, abriremos a porta para a responsabilidade, que não existe fora da consciência, e se fará luz no caminho para a verdadeira vida, quando vida e morte finalmente assumem sua atração e vivem e morrem, para sempre.

Maria Lucia Solla é terapeuta, professora de língua estrangeira e realiza curso de comunicação e expressão. Aos domingos, escreve no Blog do Mílton Jung

10 comentários sobre “De pares

  1. Não teria a natureza acertado ao nos fazer imperfeitos e tão incompletos que estaríamos obrigados a procurar de nós nos outros?
    A mais perfeita imperfeição Malu e atraente como só.
    Beijo e boa semana.

  2. Oi prima, realmente a dualidade é fundamental em nossas vidas, se fosse para o ser humano viver sozinho não estaríamos em sociedade, né? Por isso buscamos nosso par sempre, porque precisamos do outro para crescer.
    Beijocas e uma ótima semana
    Magutcha

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