Preservando a galinha dos ovos de ouro

 

Por Carlos Magno Gibrail

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É o que os ambientalistas e os cientistas esperam que a Câmara Federal faça hoje, se efetivamente ocorrer a votação do novo Código Florestal.

Depois do alerta de São Pedro, quando vimos a natureza esbravejar nas encostas fluminenses, matando a população que se instalou inadvertidamente em suas áreas, parece que o comunista Aldo Rebelo, cedeu. Falou segunda à imprensa, em alterar o substitutivo aprovado em 2010.

Como se sabe, dentre as modificações propostas, a ocupação de encostas está contida nas prerrogativas a serem introduzidas no novo Código Florestal.

Agora, Rebelo informou, especificamente, que os 30 metros de mata ciliar preservada nas margens dos rios, com largura de 10ms ou menos, serão mantidos.

Resta saber se o mesmo tratamento será dado às reservas legais que hoje significam 80% na Amazônia, 35% no Cerrado e 20% na Mata Atlântica.

A questão da anistia aos criminosos ambientais também foi aprovada em julho na comissão especial. É um dos pontos mais polêmicos.

A tramitação prevê votação na Câmara para hoje, antes de ir ao Senado novamente, que deve proceder em sequência antes de ir à presidenta Dilma para sanção ou veto parcial. A previsão é que depois de votado pelos deputados, senadores e presidenta deverão executar rapidamente a análise e voto, pois está havendo entendimento prévio.

Entretanto, há uma discordância em relação a data de hoje escolhida para votação, pois a SBPC – Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência e a ABC – Academia Brasileira de Ciências pedem mais dois anos, até que estudos estejam terminados focando cientificamente os impactos do novo Código.

Reunidos, Marco Maia (Presidente da Câmara), Afonso Florence (Min. Desenvolvimento Agrário), Izabella Teixeira (Min. Meio Ambiente), Luiz Sérgio (Min. Relações Institucionais), Wagner Rossi (Min. Agricultura) e os líderes das bancadas não chegaram a um consenso sobre o alongamento ou não do prazo para votação na Câmara.

Evidencia-se a pressa dos ruralistas na rápida votação, antevendo que a reflexão maior levará complicações às suas pretensões. É incongruente, mas imediatista, que justamente os ruralistas não defendam o meio ambiente em que vivem e produzem. Estão dispostos a matar a galinha dos ovos de ouro.

Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e escreve no Blog do Mílton Jung, às quartas-feiras.

A foto deste post é do álbum digital Flickr de Olhar Jornalístico

10 comentários sobre “Preservando a galinha dos ovos de ouro

  1. Bom Dia Milton aos Colegas do Blog,

    Meu caro Carlos, parabens pelo comentario. Relamente, a bancada ruralista, estão dando uma de joão sem braço, dizendo, que o codigo, não esta de acordo com as suas petições. Mas, é tudo balelas. Eles estão mais felizes do que pinto no lixo. Vc ouviu os comentarios do exterminadora do futuro senadora Katia Abreu? essa senhora, é tão havida por terra, mesmo se dar toda terra do pais para ele, penso que pouco, por que ela só fala em produzir e produzir. Na verdade, ela só enchergar as verdinhas na sua frente. Ela só fala nos biomas, no meio ambiente e na população para desfaçar a sua incensatez para com o meio ambiente. Na verdade, ela quer que tudo isso se danem.
    Salve a Natureza, salve meio ambiente. Para ela e seus varçalos, cadeia pelos crimes ambientais cometidos.

    Att,

    JR.

  2. Se no Brfasil não tiver leis severas contra o desmatamento, a deserfiticação poderá piorar mais qinda do que ja se encontra.
    Recentemente em conversa com um amigo engenheiro agronomo este foi taxativo em afirmar que a desertificação existente o Rio Grande do sul deve-se ao exagero de plantações de soja, graos.
    Muitas matas foram dizimadas beneficiando ávidos agricultores, na corrida para exportação da soja.
    Mas o pior, é que, o Rio Grande do Sul não mais dispoe de terras para o plantio de soja e grãos
    Estão todos agora indo para o centro oeste brasileiro e para a amazonia.
    E assim o pais vai tendo suas florestas, selvas, matas sendo dizimadas em beneficio politico, finananceiro.

  3. Gutemberg Valdivino Feitosa, em principio valeria também para a região urbana com a ressalva de manter o que já existe. Entretanto há controvérsia. É por isso inclusive que há quem defenda o alongamento do prazo para votação. Por ora foi prorrogado em uma semana este prazo.

  4. Armando Italo, menos mal que já houve a prorrogação para a próxima semana.
    Esperemos para ver se realmente existirá a votação.
    A divulgação está aumentando e quando há muitos holofotes sempre há mais cuidado.
    Com certeza há falta de ciência e excesso de política.

  5. Milton Jung, hoje terça feira , 10 de maio, o Aldo Rebelo falou coisas que precisariam ser respondidas pela SBPC e ABC, assim como a ministra do meio ambiente e, principalmente por Marina Silva.
    Incrível, que fale em defesa do pequeno agricultor quando na realidade está blindando as grandes corporações rurais.
    Continua com a velha tradição do que está construído não pode ser derrubado. É assim que se constrói irregularmente apostando neste dogma dos predadores urbanos e rurais.
    Realmente estão dispostos a matar a galinha dos ovos de ouro, contanto que ela venha a morrer quando os netos deles estiverem grandes, mas ricos.

  6. Não é prudente afirmar que ” Desta água não beberei”, pois o futuro pode guardar surpresas.
    Aldo Rebelo ter a VEJA apoiando-o é algo dificil de ser previsto.
    Neste caso entretanto, não foi a VEJA que mudou, foi o comunista ALDO.
    Nesta edição 2217 a VEJA defende os interesses do agro negócio, que é o grupo que ALDO também defende.
    O argumento é que o BRASIL tem a mais severa legislação do mundo. Pudera, o mundo já destruiu parte das suas riquezas enquanto temos a maior bio diversidade do planeta terra.

  7. IMPASSE NA FLORESTA, este é o título do editorial da Folha de São Paulo de hoje, 30 de maio de 2011, e que comprova a máxima da imprensa que previne que para ser tendenciosa e parcial, não é preciso especificar, basta ignorar.
    Foi o que a Folha fez, ao não comentar sobre a anistia.
    Realmente não dá para perdoar o jornal de maior tiragem do país. Muito menos para anistiar.

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