Clubes fingem ser ricos e jogadores, craques

 

Por Milton Ferretti Jung

Hoje vou entrar em uma área que, se não me engano, ainda não tinha sido objeto destas bem traçadas linhas: futebol. Afinal, não poderia usar a velha “mal traçadas linhas”, comum nas cartas de antanho, principalmente nas enviadas por pessoas apaixonadas, porque o computador colocou esta expressão em desuso. Creio que, mesmo nas missivas manuscritas, ela saiu de moda. Já quanto à qualidade do texto, deixo o julgamento para os leitores, se é que os possua. Aviso ao responsável por este blog, meu filho, que não pretendo concorrer com a Avalanche Tricolor, postada por ele após cada jogo do Grêmio. Tenho certeza de que, ultimamente, o Mílton faz das tripas coração para não dizer o que pensa não apenas do nosso time, mas da sua direção.

Talvez no ano que vem a Avalanche Tricolor volte a tratar de vitórias, caso o Grêmio confirme, por exemplo, a contratação de Kleber. Estou escrevendo na terça-feira, 15 de novembro. Não sei, por isso, se este será gremista em 2012. Seja lá como for, a proposta gremista a este centroavante é do nível das que os grandes clubes europeus costumam fazer, algo inimaginável por aqui não faz muito. Quem seria capaz de acreditar que um clube, até agora obrigado a vender suas revelações para a Europa, teria condições de pagar a um atacante 500 mil reais por mês e 5 milhões em luvas? De onde sai todo este dinheiro? Não consigo entender como alguns clubes que não possuem patrocinadores com cacife para ajudá-los na composição de altíssimos salários tanto para jogadores quanto para técnicos e estas novas espécies de dirigentes remunerados, obtém as verbas necessárias para cobrir as suas extraordinárias despesas, sem ir à bancarrota.

Tostão, um dos nossos craques do passado, cujas opiniões são sempre preciosas e bem-vindas, escreveu, na sua coluna na Folha de São Paulo, o que faço questão de reproduzir: “Parece até que o Brasil é campeão do mundo, que tem vários jogadores entre os melhores do planeta e que o Brasileirão está repleto de craques. Confundem bom jogador com craque. A fortuna oferecida ao Kleber, apenas um bom jogador, além de encrenqueiro, representa bem essa distorção. Os clubes fingem que são ricos e os bons jogadores, com a aprovação de parte da imprensa, fingem que são craques”. Eu, data venia do Tostão, me atrevo a acrescentar que, até para se fingirem de ricos, certos clubes gastam o que não possuem.

Um comentário sobre “Clubes fingem ser ricos e jogadores, craques

  1. Assino em baixo o que o mestre do rádio escreveu.
    É uma utopia pensar que somos bons no futebol. Esse tempo já passou, só que ainda tem muita gente pensando que sim.

    É como pensar que a realização da Copa do Mundo no Brasil vai mudar isso.

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