Sem direito ao sofá da Tia Rosa, mas com palpites para o Oscar

 

Nunca fui convidado para jantar na casa da Tia Rosa em noite de Oscar nem costumo me arriscar em palpites para a festa do cinema, talvez por me considerar apenas um admirador de filmes, jamais um entendido no tema. Assim como não lembro de cabeça a escalação do time do Grêmio campeão mundial de 1983, quando pretendo citar algum filme tendo a sofrer de amnésia e fico no “aquele que tem aquele ator com cabelo grisalho e conta a história daquela família complicada que a mãe está em coma e o pai tem problema para conversar com as filhas, lembra?”. Além disso, cinema para mim é apenas um prazer e tenho extrema dificuldade de envolver meu olhar crítico às coisas que me dão prazer. Não consigo ir a um filme e prestar atenção demasiada a técnica de uma atriz ou da estratégia desenvolvida pelo diretor para conquistar o público, apenas me sinto conquistado ou não. Conheço alguns amigos que , imagino, sequer têm tempo para aproveitar o sabor salgado da pipoca, tão fissurados que ficam nos detalhes que surgem na tela. Gosto de avaliar os filmes como muito legal, valeu a ida, melhor se fosse na sessão da tarde, e a pipoca estava boa – e para este últimos espero que ao menos a pipoca esteja boa.

 

Desta vez, porém, apesar de seguir sem o convite para o sofá da Tia Rosa, me senti provocado por e-mails e posts disparados pelos colegas da Hora de Expediente, cinéfilos juramentados, que me convidaram a participar de um bolão para a cerimônia que não assistirei – me desculpe se causo alguma frustração com esta confissão, mas acordo às quatro da manhã, ao contrário do Dan, Zé e Teco (espero que eles acordem até às oito e meia, na segunda, e estejam a postos para o programa). Vou arriscar assim minha reputação, mas para não provocar estrago muito grande vou resumir meus palpites às três principais categorias:

 

Melhor filme – Torço por “Os Descendentes”, “aquele que tem aquele ator …”; apesar de que quem deve subir ao palco para receber a estatueta é “O Artista”, o que deixaria o Teco de mau humor.

 

Melhor ator – George Clooney, “aquele de cabelo grisalho”, é minha torcida; mas quem leva é Jean Dujardin, de “O Artista”, afinal o cara consegue impressionar as pessoas sem falar. Apesar de que tenho uma amiga que pensa o mesmo em relação ao Clooney.

 

Melhor atriz – Meryl Streep, de “A Dama de Ferro”, é sempre a melhor, mesmo quando não leva a estatueta; mas será Viola Davis, com “Histórias Cruzadas”, quem ganhará o troféu este ano, apesar de que eu considere muito mais interessante de ver desfilando no palco Rooney Mara, de “Millenium – Os Homens que Não Amavam as Mulheres”. Eu a amo.

 

Apenas uma torcida final, sem direito a concorrer no bolão: que Carlinhos Brown fique com melhor canção pois teríamos muito assunto durante a semana.

 

Em tempo: quer saber que é a Tia Rosa? Pergunta para o Teco ou leia o post dele no Blog do Fim de Expediente.

Um comentário sobre “Sem direito ao sofá da Tia Rosa, mas com palpites para o Oscar

  1. Milton, se vc gostou tanto assim da Rooney Mara (que esta otima) tente a ver a versão sueca do filme Os Homens que nao amavam as mulheres. Voce vai ficar chocado com a atriz que faz o mesmo papel e se perguntar como ela nao foi nem indicada …

    abraços e que vença “Os descendentes” porque se não, meu amigo, nós caminharemos para filmes mudos com personagens todos azuis (Avatar e Smurfs) e aí haja pipoca !

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