Grêmio 5 x 0 Novo Hamburgo
Gaúcho – Olímpico Monumental

Um guerreiro não desiste nunca, ao menos é o que dizia a publicidade, e no caso de André Lima não deixa de ser uma realidade. O atacante já esteve fora do Grêmio por duas vezes, voltou e, mesmo com um futebol questionável, entra no time quase sempre. Neste domingo marcou o primeiro gol e mesmo quando não o faz sempre se esforça para mostrar a torcida que tem alguma relação de amor com o clube. É entusiasmante o quanto ele guerreia contra suas próprias limitações.
Em campo, poucos jogadores apanham tanto como Kleber, e parece que todos estão sempre a espera de uma reação violenta por parte dele. Quem sabe para dizerem: viu, só podia ser o Kleber, este cara não presta, não tem cabeça. Desde que está no Grêmio, incorporou nosso estilo e espírito, brigou apenas pela bola e já é nosso goleador. Do Gauchão, também. Os dois primeiros que marcamos passaram pelo pé dele, no estilo Gladiador. Aos trancos e barrancos manteve-se com a bola e entregou a Gabriel antes desta chegar a André Lima, no primeiro. E assim também a manteve mesmo com o assédio do zagueiro antes de empurrá-la para dentro do gol, no segundo.
Facundo Bertoglio é genial. Driblou, recebeu falta e marcamos um. Ludibriou a defesa inteira, disparou, recebeu, passou e fizemos outro. Ignorou os marcadores, limpou a jogada, chutou e marcou mais outro. Ao fim da partida, após ouvir seu nome gritado pelos torcedores, confessou: “vai ser difícil dormir nesta noite”. Pelo jeito, o menino ainda vai jogar muita bola daqui pra frente, portanto seria legal se os locutores, repórteres e comentaristas ao menos aprendessem a dizer o nome dele corretamente: Bertolio (sem o som do “g”), por ser italiano, é a pronúncia certa. Quanto a mim e a torcida gremista não haverá problema algum, vamos chamá-lo apenas de craque.
De craque, de guerreiros, de gladiadores e de goleadores começamos a construir nossa história nesta temporada. Que sejam bem-vindos.
Eu estava prontinho pra dar uma bronca no Luxa por nos privar durante quase um jogo inteiro da presença do Facundo Bertoglio,este jovem argentino que,além da qualidade técnica excepcional, é um moço simpatissíssimo. A goleada,porém,me fez mudar de idéia. Bertoglio,mesmo com pouco tempo pra mostrar tudo o que sabe,de inhapa,ainda deixou na rede a sua marca. E o Kleber,hein? E o André Lima? E o Fernando? E o Souza? Eu sei que não foi essa a ordem dos gols tricolores. Mas não importa. Foram 5; É o que vale. Ah, convém lembrar que o Novo Hamburgo chegou ao Olímpico como um dos semifinalistas do primeiro turno.