Avalanche Tricolor: Um torcedor à distância

 

Extra, extra, extra ! A Avalanche Tricolor tem edição extraordinária para oferecer espaço a um torcedor gremista forjado no extremo do Paraná, distante do Rio Grande do Sul e ainda mais loge do estádio Olímpico. Nem por isso menos torcedor como descreve no texto a seguir. O gremistão é Bruno Zanette (@bzanette), jornalista e meu colega na rede CBN Brasil, em Foz do Iguaçu:

 

Dizem que lugar de torcedor é no estádio. Depende. Nem sempre o deslocamento ao palco do espetáculo chamado futebol é possível. Especialmente se o time pelo qual você escolheu torcer fica em uma cidade muito distante de onde mora. Esse é o meu caso. Um gremista paranaense que não conhece Porto Alegre, quiçá o estádio Olímpico Monumental, local de tantas glórias e conquistas.

 

Felizmente para isso existem as emissoras de rádio. “Ah, mas hoje em dia, com o pay-per-view, você também pode acompanhar”, podem pensar. Mas na época em que comecei a me interessar por futebol, isso ainda era raridade, se é que existia no país. Tive a sorte de nascer no ano em que o Grêmio se tornou campeão da primeira Copa do Brasil da história, em 1989. Aí, minha infância nos anos 90 foi uma festa atrás da outra, em comemoração aos títulos. A grande Era-Felipão! E eu aqui, na minha Foz do Iguaçu, onde nasci, acompanhando (ou tentando compreender) de longe, só observando meu pai, gaúcho que ainda jovem se mudou ao Paraná, rádio no encosto do sofá, ouvindo os jogos do Imortal Tricolor.

 

Sim, é verdade que eu ainda não tinha idade suficiente para entender direito o futebol, mas já sabia por quem gostaria de torcer. Se esse tal de Grêmio ganhava tudo o que disputava, meu pai ficava feliz com ele, por que eu iria querer torcer por outro time? Tenho um irmão mais velho e flamenguista, só que isso não vem ao caso. Deve ter tido os motivos dele para torcer, também à distância.

 

Hoje, com meus 22 anos (23, a partir de 11 de maio) sou jornalista formado, trabalho em uma afiliada de uma grande rede de rádio – a CBN – e sou responsável pela editoria de esportes. Tento não deixar a paixão clubística afetar a isenção na hora de noticiar sobre outros grandes do futebol brasileiro. Por sorte, a cobertura é focada mais ao esporte local, aqui de Foz. Por isso, até consigo continuar torcendo pelo time azul, preto e branco. Mas assim, à distância. Espero mudar este quadro este ano, o último do Olímpico. Preciso conhecer aquele local, respirar o ar dos campeões, preciso sentar naquelas arquibancadas. Preciso estar lá, sabendo que não há distância que separe a emoção de um torcedor. Um torcedor do Grêmio.

3 comentários sobre “Avalanche Tricolor: Um torcedor à distância

  1. A alegria poderia ter sido em dobro. Ao ver meu texto publicado em seu blog e com a possível eliminação dos vermelhos na Libertadores. Bom, não estamos aqui para falar dos outros, mas sim do Grêmio! Uma paixão passada de pai para filho e que se fortalece a cada gol, a cada vitória. E este espaço democrático dos blogs é que os diferencia na internet. Poder comentar, interagir com o autor, é muito legal. Estarei sempre por aqui, Milton. Acompanhando essa Avalanche Tricolor!

  2. Você,Bruno,como muitos gremistas que,por morar longe,não puderam assistir aos jogos do
    seu time no Estádio Olímpico,se tiverem condições para tal,precisam aproveitar a última
    oportunidade para ver o Grêmio jogar na praça de esportes inaugurada em 1958. Gostei de
    saber como você,desde pequeno,embora tão longe,é um gremista de coração. Parabéns!

  3. Respeito a paixão do Bruno, mas um muçulmano não pode passar duas décadas sem ir à Meca. Sou xavante, moro em São Paulo e não passo um ano sem renovar meus votos no Bento Freitas. E isto apesar de nosso clube testar a paixão da torcida todo tempo. Bruno, pé na estrada, rapaz. Um abraço

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