Coritiba 4×0 Grêmio
Brasileiro – Couto Pereira/Curitiba-PR

Ramiro (foto do site Grêmio.Net)
Foi uma goleada como a de ontem à noite que eternizou na alma tricolor a ideia da imortalidade. Em 2005, quando ainda nos acostumávamos com os jogos da segunda divisão – se é que dá pra se acostumar com estas coisas -, levamos quatro do Anapolina, em Goiás, e voltamos para casa na 12a posição da série B. Coisa pra envergonhar qualquer vivente.
No Olímpico, sim, naquela época tínhamos o Olímpico e sua história para preservar, Mano Menezes reuniu o grupo e conseguiu transformar em obstinação a tragédia que se aproximava. Como dizem no popular: transformar limão em limonada.
Mano reconstruiu a equipe, mexeu no espírito e na cabeça de cada um de nossos jogadores, ao menos aqueles em quem ele ainda podia confiar, e nos levou a um dos momentos mais épicos do futebol mundial.
O resultado de ontem está longe da catástrofe de 2005, pois estamos muito mais bem posicionados e distante da zona de rebaixamento – o que nem todos que nos leem podem dizer com a mesma firmeza. A Libertadores segue logo ali. Verdade que o título ficou bem mais difícil. Apesar de não ser impossível.
Tudo vai depender de como Roger recuperará a cabeça dos jogadores que não anda bem e não é de ontem. Terá de mostrar que a recuperação depende de nós mesmos, já no próximo domingo, diante de sua torcida e contra o líder.
Aliás, aqui vai mais uma coincidência: logo após a goleada de 2005, encaramos o líder naquela altura do campeonato e em casa, o Santo André. Ganhamos, avançamos e fizemos história.
Tudo bem, o Santo André não é o Palmeiras. Mas o Grêmio daquela época estava anos luz atrás do Grêmio de hoje.
Sei que hoje no Rio Grande do Sul falar de Segunda Divisão não é bem nossa preocupação. Porém, talvez resgatar a história e mostrar o quanto somos capazes, pode ajudar neste momento de abatimento.
Da partida de ontem à noite, peço licença apenas para mais um registro: o juiz errou duas vezes contra nós, no início do primeiro e no início do segundo tempo; mas nós erramos muito mais ao longo de toda partida.
Eu,felizmente,encontrei quem é capaz de produzir um texto sobre a goleada que sofremos, com palavras que lembram o nosso passado glorioso e que não deixou de ser digno de um clube que nunca se entregou. Eu tinha certeza de que,no mínimo,uma pessoa lembraria a nossa história:o Mílton. O meu filho aprendeu comigo o que é ser gremista. Tenho orgulho de ser pai de uma família Tricolor e que jamais se entrega por crer que logo se erguerá.