Grêmio 0x0 Criciúma
Brasileiro B – Arena Grêmio, Porto Alegre RS

O caro e cada vez mais raro leitor desta Avalanche me conhece bem. Sabe o quanto torço, sofro e acredito, mesmo diante da descrença do futebol jogado. Sou daqueles que conservo a esperança de que em algum momento alguma coisa haverá de acontecer e mudará nosso destino. A bola que resvala no poste, vai voltar para o pé do goleador; a que desvia no zagueiro, seguirá a caminho do gol; a que chega na cabeça do atacante terá o destino das redes.
Verdade que diante dos acontecimentos do ano passado, temos motivos para desconfiar da nossa confiança. Mas aí vem um outro jogo e a crença se expressa mais uma vez. A bola começa a rolar e a gente tem a impressão de que o futebol vai desencantar. Até percebe que o passe não é mais o mesmo, a velocidade é menor e a intensidade prometida no discurso do vestiário desaparece no decurso do jogo. A despeito disso, nos entregamos à ilusão, do primeiro minuto ao apito final.
Apesar dos pesares, prefiro não depositar toda essa crença no desvario que sempre me moveu quando trato das coisas do tricolor. Se tenho a expectativa de que o dia da grande revelação está por vir é porque reconheço em Roger capacidade para tal. O treinador que tem comandado o time com a estratégia da tentativa e erro, levando a campo formação e posicionamento diferentes na busca de desempenhos melhores, terá de contar com a paciência do torcedor — quem ainda a tem?
Roger precisará de tempo para fazer com que os jogadores entendam o papel de cada um dentro do time. Mais tempo ainda porque tem o desafio de encaixar na sua forma de pensar os jogadores que herdou dos comandos técnicos anteriores. Que a paciência do treinador seja maior do que a do torcedor e os resultados – aqueles nos quais deposito minha esperança e desvario – comecem a aparecer o mais breve possível, antes que entremos em mais um caminho sem volta.