
“Jabutis e marcas não ficam fortes da noite para o dia. Obedeça ao ciclo imposto pela biologia das marcas e da sua natureza!”
Jaime Troiano
Que o Jaime é um ótimo contador de história já sabemos. Quem ouve o Sua Marca ou o conhece pessoalmente já foi absorvido pelos casos que conta quase sempre relacionando-os ao branding. Desta vez, ele nos deliciou com uma fábula que leu ainda criança. Foi escrita por Monteiro Lobato e publicada pela primeira vez no livro “Fábula de Narizinho”, em 1921:
Brigaram certa vez o jabuti e a piúva.
– Deixa estar! – disse esta furiosa – deixa estar que te curo, meu malandro! Prego-te uma peça das boas, verás…
E ficou de sobreaviso, com os olhos no astucioso bichinho que lá se ria dela sacudindo os ombros. O tempo foi correndo… o jabuti esqueceu-se do caso; e um belo dia, distraidamente, passou ao alcance da piúva. A árvore incontinente torceu-se, estalou e caiu em cima dela.
– Toma! Quero ver agora como te arrumas. Estás entalado e, como sabes, sou pau que dura para cem anos…
O jabuti não se deu por vencido.
Encorujou-se dentro da casca, cerrou os olhos como para dormir e disse filosoficamente:
– Pois como eu durmo mais de cem, esperarei que apodreças…
Moral
A paciência dá conta dos maiores obstáculos.
As marcas se parecem muito mais com jabuti, nos ensinou Jaime com a concordância de Cecília Russo. Para eles, a consciência fundamental é de que as marcas não são entidades perecíveis. E a ação do tempo serve muito mais para testá-las e adaptá-las a novas conjunturas do que para imobilizá-las e destruir sua vida interna.
Três lições da fábula “A piúva e o jabuti”:
- O movimento frenético e grandes ações acrobáticas, como fez a piúva, não é o que de mais importante podemos fazer pelas marcas que administramos. Elas exigem muito mais serenidade e a visão de médio e longo prazo do jabuti.
“Não me parece que a pressão de mídia, a pressão digital apenas resolvam. São coisas que inflam mas não constróem marcas fortes. Cessado o efeito imediato da pressão de mídia e digital, elas murcham”.
Cecília Russo
2. O jabuti tem casco duro e uma resistente vida interna. O importante é a consciência de que, se por um lado o casco é suficientemente forte para aparar a pancada que vem de fora – dos concorrentes, dos inimigos – por outro, a vida interna da marca é o que dá certeza de que ela continuará a existir.
“Vocês já se deram conta de quantas piúvas já caíram sobre o “casco” de Omo, ou do Itaú, ou da Sadia? E quantas ainda vão cair?
Cecília Russo
3. O valor da marca está muito associado à sua longevidade. Os jabutis não são eternos nem as marcas tampouco. Porém, também não são seres efêmeros. Imediatismo é o tipo de coisa que não combina nem com marcas nem com jabutis.
Ouça o comentário completo do Sua Marca Vai Ser Um Sucesso que foi ao ar, sábado, às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN, com sonorização de Paschoal júnior: