Grêmio 3×0 Cruzeiro
Brasileiro – Arena do Grêmio, Porto Alegre/RS

Teve Geromel de volta. E com a braçadeira de capitão. Mais do que isso, com Kannemann também recuperado, tivemos o retorno da melhor dupla de zaga que já vestiu a camisa do Grêmio, neste século. Que enquanto esteve em campo não perdeu uma só disputa de bola. Adiantou-se ao marcador para impedir a sequência da jogada. Despachou o perigo quando o lançamento chegou a nossa área. E nos fez relembrar a imagem clássica deles levantando todos os troféus que conquistamos na última década.
Teve Luan no meio de campo vestindo a camisa 7, mesmo que apenas nos 15 minutos finais. Ouvir a torcida gritando seu nome, pedindo para que entrasse, já valia o ingresso. Diferentemente da primeira vez em que retornou ao time, foi mais acionado. Tocou a bola com leveza. Tabelou com seus colegas. Cadenciou o jogo. Esforçou-se na marcação. E acionou na mente de cada um de nós — caros e raros gremistas que leem esta Avalanche — uma série de cenas inesquecíveis de quando fomos campeões da Libertadores e Luan, o Rei da América.
Foi um jogo para, também, matar a saudade recente de Suárez que estava há oito partidas sem marcar o seu, coisa rara na jornada esportiva do terceiro maior goleador em atividade no mundo. Registre-se: não ter feito gols diz muito mais de como atuamos nas últimas partidas do que propriamente do desempenho do atacante; assim como não diminuiu sua importância no elenco a medida que nos faz muito maior sempre que está em campo. Agora, em 36 partidas, Suárez marcou 14 gols e deu 11 assistências. Um prazer que poucos torcedores no mundo terão para contar.
O jogo deste fim de domingo, que nos elevou a terceira posição do Campeonato Brasileiro, mexeu com essa emoção nem sempre fácil de definir: a saudade. Até o toque de bola no meio de campo que se sobrepôs ao do adversário nos remeteu às glórias mais recentes. A começar pelo talento de Pepê que comparam com o de Michael, outro genial que vestiu nossa camisa e nos levou aos últimos grandes títulos. Foi dele, Pepê, o terceiro gol em uma jogada que nos fez lembrar os bons tempos de triangulação, aproximação e forte movimentação no ataque.
A categoria de Pepê fez fluir melhor o futebol de Villasanti, Carballo e Cristaldo — os dois últimos com participações decisivas nos gols da vitória. Cristaldo foi quem, no primeiro gol, roubou a bola no ataque e serviu Suárez; e quem, no segundo, bateu a falta com rapidez, encontrou Suárez que de calcanhar entregou para Carballo colocar com categoria nas redes.
O Grêmio, hoje, foi um time que matou a minha saudade!