Grêmio 0x1 Cruzeiro
Brasileiro — Arena do Grêmio, Porto Alegre (RS)
A gente insiste. Persiste. Sabe dos limites, mas não desiste.
Acredita. Espera o milagre. A bola que desvia no zagueiro.
Quem sabe um pênalti revelado pelo olho do VAR,
um chute abençoado pela sorte,
um lance fortuito — ou a falha do goleiro.
Assim tem sido a vida do torcedor gremista.
Que dureza torcer por este time.
Mas o jogo começa, e a esperança renasce.
A bola rola, e a gente se ilude.
Vibra com duas trocas de passe certas.
Se satisfaz com o esforço na marcação.
Aplaude o talento de Arthur.
Quem sabe é agora?!?
Bola pra fora.
Quando o adversário começa a pressionar,
a gente começa a orar.
Praguejar. Torcer. Se retorcer.
Esperar pelo erro no passe,
pelo tropeço no gramado,
pelo chute mal dado.
Pela defesa de Volpi.
Aí vem o escanteio,
a marcação se perde,
e o grandalhão deles faz o gol de cabeça.
Pode ser no domingo, como em São Paulo;
pode ser no meio da semana, como hoje, em Porto Alegre.
Tanto faz o calendário — o gol deles acontece.
E o nosso… bem, o nosso parece que só sai por acaso.
E se o acaso não aparecer, o que nos resta é lamentar.
Lá se foi mais uma chance de pontuar.
Um pontinho que fosse já me bastava.
Mas é o que temos pra este ano:
um ponto aqui e, quem sabe, outro acolá.
Na maioria das vezes,
nem ponto aqui,
nem outro lá.
Só nos resta secar.
