Parabéns, uma boa ideia!

 

51? Uma boa ideia

 

Passei parte da sexta-feira ouvindo amigos e conhecidos reagirem assim diante da minha nova idade. Brincadeira feita, como era de se esperar, por aqueles que, como eu, já haviam passado ou beiravam a casa dos 50. Aos mais jovens, o diálogo não fazia o menor sentido, pois eles não têm mais como referência o slogan que se transformou em marco do mercado publicitário, criado pela Lage Stabel & Guerreiro, em 1978, para vender a cachaça 51. Com “uma boa ideia”e estratégia de marketing arrojada, o fabricante conseguiu fazer de seu produto um sucesso mesmo que para muitos não seja a melhor cachaça produzida no Brasil. Como a idade me ensinou que em alguns assuntos, tais como futebol, religião e cachaça o freguês tem sempre razão, não vou meter meu bedelho na discussão e deixo por sua conta o voto nesta concorrida eleição.

 

De volta aos abraços recebidos no fim da semana passada. Se brincar com a ideia do 51 não significa nada para a garotada, com certeza Facebook, Twitter e internet têm tudo a ver com a turma; e ainda me causam algumas surpresas. Assim que cheguei no estúdio da rádio, abri o computador e o Google Chrome despejou na minha tela um doodle com tortas, bolo e velinha de aniversário. O que é apenas resultado de uma máquina que identifica sua conta e cruza os dados com seu perfil se transforma em uma mensagem simpática e quase pessoal de congratulações. Você chega a acreditar que alguém lá no Goggle acordou bem cedinho só pra lhe mandar aquele recado.

 

Eu fiquei impressionado mesmo foi com a quatidade de mensagens geradas nas redes sociais, e em algumas delas chegando por todos os lados. No Facebook, por exemplo, tinham parabéns na caixa de entrada, em posts e na linha do tempo; e no alto da página ainda aparecia uma lista de fotos de pessoas que teriam me enviado as felicitações. Curioso é que se fiquei perdido olhando para cima e para baixo para não deixar escapar nenhum abraço – afinal, não sou o Felipão mas também gosto de carinho -, alguns amigos também. Ao menos dois muito próximos, que conseguiram falar comigo por telefone, me disseram que haviam registrado suas congratulações no Facebook, mas não sabiam bem por onde: “Milton, o abraço tá lá, mas não sei onde foi parar”, me disse um deles.

 

Sem saudosismo, lembro que nos meus 25 anos, quando ainda morava em Porto Alegre, as felicitações chegavam ao vivo pelos amigos que conseguiam lhe encontrar no dia do aniversário ou colegas que lhe abraçavam no trabalho – alguns por obrigação -; também discavam para o seu telefone fixo (se você não souber o que isso significa, procure no Google) ou enviavam cartões pelo correio. Estes cartões podiam ser encontrados nas papelarias, muitos com mensagens prontas – o sujeito só se dava o trabalho de assinar embaixo. Agora, até os cartões são eletrônicos: costumo receber nas datas especiais um assinado pelo meu pai, normalmente com alguma referência mais pessoal (registre-se: ele também me telefona e só não me dá um beijo ao vivo devido à distância).

 

Indepentemente do formato que chegam, quero deixar claro que fico muito feliz com as lembranças registradas aqui ou acolá e, por isso, escrevo este post, mesmo que atrasado, para agradecer a gentileza de cada um de vocês que despendeu minutos do seu dia para me escrever algumas palavras. Serei sempre grato. Agora, estou mesmo muito curioso para saber como chegarão as felicitações nos meus 60 anos. Serão drones os cartões de parabéns à você? Taí, uma boa ideia!