Muito bom reencontrar vocês!

 

Aqui no Blog, estive ativo. Ou quase. Escrevi a Avalanche Tricolor ao fim de cada rodada em que o meu Grêmio esteve em campo. Além disso, aproveitei para publicar textos do Conte Sua História de São Paulo que, por descuido meu, ficaram em alguma gaveta digital qualquer do próprio Blog. Tinha coisa muito boa publicada na rádio, mas que não havia sido compartilhadas com você, caro e raro leitor deste espaço.

 

O Carlos Magno também me ajudou, como faz desde sempre e com muito talento, mantendo seus textos semanais, especialmente às quartas-feiras. E aproveito para agradecê-lo mais uma vez.

 

Na rádio, porém, foram duas semanas longe dos ouvintes. E, por isso, reencontrá-los foi um grande prazer nesta terça-feira fria em São Paulo e boa parte do Brasil. Para agradecer o carinho reproduzo a seguir o Moments que publique no meu perfil do Twitter:

 

Obrigado por suas palavras!

 

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Uma conhecida muito próxima tinha o hábito, ao menos até há alguns anos, de anunciar o seu aniversário uma semana antes aos colegas de trabalho, amigos e parentes. Estratégia usada porque não era capaz de pensar na possibilidade de o dia chegar e não haver ninguém para lhe dar um abraço. Diante de tanta correria na vida, temia que os outros a esquecessem logo na data mais importante do ano (para ela, lógico). Cortaria os pulsos de desgosto. A medida preventiva dava resultado, pois era festejada como poucas no escritório e o telefone em casa não parava um minuto sequer, tantos os parabéns enviados. A preocupação dela, exageros à parte, convenhamos, fazia sentido, pois nenhum de nós, por mais comedidos que sejamos, gostaríamos de ser esquecido no aniversário. Até escondemos a idade, mas não o dia do nascimento.

 

Nestes tempos de Facebook, ninguém mais precisa contar nada para ninguém. Com os dados devidamente preenchidos no cadastro, deixamos a data despretensiosamente registrada e disponível a todos os nossos amigos e seguidores. Assim que o dia chega, todos são notificados e recebemos enxurrada de mensagens carinhosas. No meu caso, em particular, ainda conto com a indiscrição dos colegas de rádio, alguns com acesso ao microfone, que, sem pudor, lembram do aniversário da gente. Isso gera outra enxurrada, agora de e-mails. E foi com alertas na tela do celular e mensagens na caixa de correio que me embebeci nesse primeiro de agosto quando completei 52 anos de vida.

 

Na lista de nomes que consegui acompanhar havia amigos bem próximos, outros conhecidos daqui e de lá, gente de todos os rincões e muitos, mas muitos ouvintes mesmo. Havia, também, pessoas que nunca ouvi falar ou conheci, mas que me deram o privilégio de dedicar alguns minutos de seu dia para escrever palavras animadoras. Coisas que me deixaram muito feliz. É em nome dessas sensações percebidas que estou aqui registrando em post meu enorme agradecimento a cada um de vocês.

 

Claro que ao fazer questão de compartilhar esta relação incrível que tive com tantas pessoas nesses dias, antes e depois de meu aniversário, há uma ponta de vaidade se revelando. Mas, principalmente, o faço porque seria incapaz de responder a cada uma das gentilezas enviadas. E cada um que as enviou merece o meu abraço de agradecimento por ter tornado este meu aniversário ainda mais legal.

 

Muito obrigado por tudo que você fez!

 

A foto deste post é do álbum de Cade Buchanan no Flickr

De graça e agradecimento (revisitado)

 

Por Maria Lucia Solla

 

 

O fim do ano chega e bate indiscriminadamente na porta do bom e na porta do não tão bom, do amigo e do não tão amigo assim. Vem arrastando um balaio cheio de lembrança bordada com emoções que fazem sorrir outra vez, e trazendo outras que a gente prefere esquecer. Não há como fugir. É encarar e selecionar, acalentando e nutrindo as que têm um doce sabor e espantando e tentando evitar aquelas que atacam e viram do avesso o fígado e arredores. 

 

Presente de Natal então assombra grego e troiano. É um sufoco que evito porque vem com tarja de compulsório. Todo ano penso em me organizar e criar o presente certo para cada um, só que dezembro chega, me pega de surpresa, me passa uma rasteira certeira, e acabo não fazendo nada nesse sentido. Na verdade não gosto da ideia de presente de Natal.

 

Pois é nesse emaranhado de emoções que procuro aquietar corpo e mente, e agradeço. Agradeço e agradeço mais uma vez vez.

 

Agradeço ao Arquiteto de Tudo e a seus auxiliares. Agradeço aos mestres aprisionados em corpos mortais e aos que não posso ver com os olhos do corpo. 

 

Agradeço a meu pai e minha mãe, e a seus antepassados, pela oportunidade da vida. 

 

Agradeço ao pai dos meus filhos e a seus pais e antepassados, a vida dos meus tesouros mais preciosos. 

 

Agradeço aos amores que passaram pela minha vida e que me enriqueceram e me ensinaram a amar cada vez mais, quando achava que já sabia tudo sobre amor, respeito e admiração, prazer e dor. 

 

Agradeço aos companheiros de trabalho, superiores, pares e subordinados, que passaram e ainda passam pela minha vida, com quem aprendi e aprendo muito. 

 

Agradeço aos anjos em forma de gente, que me impulsionam no caminho do aprendizado e da abertura da minha consciência. 

 

Agradeço à minha tia Inês, que é a minha família presente, cuidadosa e carinhosa em todos os momentos, com quem divido alegrias, tristezas, vitórias e frustrações, e que me ouve com um amor que só ela sabe oferecer. 

 

Agradeço aos que eram amigos e deixaram de ser, pelos mais diversos motivos. Enquanto tinham amor para dar, me inundaram com ele; quando o amor secou, bateram em retirada, deixando lições que se eu souber aproveitar, cresço ainda mais. 

 

Agradeço aos professores, pelas descobertas fascinantes de um mundo cada vez maior e fascinante.

 

Se decidisse listar as bênçãos recebidas inesperadamente e as cultivadas com determinação, preencheria páginas e páginas. 

 

Se por outro lado listasse as desventuras e frustrações, não conseguiria preencher uma só.

 

Vou domando meu ego cheio de manha, e reconhecendo que sei ainda muito pouco da vida, e que há muito para aprender, mas é exatamente isso que me dá o impulso necessário para continuar vivendo. Quero mais.

 

E você?

 

Pense nisso, ou não, e até a semana que vem.

 

(Este texto foi postado, originalmente, neste blog, em 16.12.2007)

 


Maria Lucia Solla é professora de idiomas, terapeuta, e realiza oficinas de Desenvolvimento do Pensamento Criativo e de Arte e Criação. Aos domingos escreve no Blog do Mílton Jung