Ação ou Reação?

Dra. Nina Ferreira

@psiquiatrialeve

Reveja seus últimos meses de trabalho, convívio familiar, relacionamento amoroso… O que mais você vê: ação ou reação?

Ação: você pensa, elabora ideias, tem intenções e objetivos, escolhe que atitudes tomar e executa.

Reação: você percebe uma cobrança externa, um risco de perder algo ou alguém, uma crítica… qualquer situação que te incomoda ou te assusta e, então, dá uma resposta a isso, como uma defesa ou um contra-ataque.

Por fora, para quem está assistindo, parece tudo a mesma coisa – um ser humano fazendo movimentos, falando, indo ou voltando, iniciando projetos, e por aí vai.

Mas, por dentro… muda tudo. Por dentro, a motivação que inicia a atitude diz se estamos construindo, conscientemente, a vida que queremos viver, a reputação que queremos ter, o impacto que geramos no mundo; ou diz se estamos tampando buracos, apagando incêndios, empurrando como dá.

Reagir nos coloca em estado de alerta constante, porque estamos sempre vigilantes, resolvendo problemas, tentando provar que somos capazes, nos esforçando pra não perder o que (de repente) lembramos ser importante.

Viver de reações, de tentativas de responder rápido ao que percebemos não estar funcionando, é exaustivo – porque nos deixa com medo de perdermos, sermos descobertos em nossas faltas e falhas… uma escravidão sem fim.

Em sentido aposto, agir nos coloca no comando, porque temos clareza do que fazemos, o porquê fazemos, para onde pretendemos ir. Viver de ações nos dá segurança, confiança, firmeza em nós mesmos e na nossa história.

Ação ou Reação – projete seus próximos meses de trabalho, convívio familiar, relacionamento amoroso, vida… e me diga: escolherá qual caminho para você?

A Dra. Nina Ferreira (@psiquiatrialeve) é psiquiatra, psicoterapeuta e sócia fundadora da LuxVia Health Center.  Escreve a convite do Blog do Mílton Jung.

Quando o céu ameaça, o jogo muda: o alerta que falta no futebol brasileiro

O jogo entre Palmeiras e Al Ahly, pela Copa do Mundo de Clubes, foi interrompido no MetLife Stadium, em Nova Jersey, não por uma falta dura nem por um apagão no VAR. A partida parou por causa de um alerta meteorológico — que contrastava com o céu azul e o sol que causava um calor absurdo. O aviso chegou pelos celulares dos torcedores, foi exibido no telão e, quase sem discussão, jogadores e público se afastaram do campo: “Para a sua segurança, por favor, deixe o assento externo e a área do campo…”. A orientação era clara, objetiva e respeitada. Era uma questão de segurança, de cuidado com a vida.

A cena, que se repetiu três vezes em três dias durante o torneio, contrasta com o que estamos acostumados a ver no Brasil, onde jogos seguem mesmo com o gramado alagado, raios cortando o céu e torcedores encharcados nas arquibancadas. A bola rola, ainda que boie.

Por aqui, o futebol resiste ao temporal como se fosse uma prova de virilidade nacional. Jogadores deslizando na lama são lidos como heróis épicos e o torcedor que não abandona o estádio, mesmo sob chuva torrencial, vira exemplo de paixão. Poucos se perguntam: e a segurança? E os protocolos? E o direito à proteção?

Aqui, faço uma confissão. Sou apaixonado por jogadores bravos e corajosos, como Kannemann, meu eterno zagueiro do Grêmio, que, numa partida contra o Huachipato, do Chile, pela Libertadores da América, no ano passado, protagonizou uma imagem que me marcou profundamente. Ele aparece com o uniforme branco tomado pela lama — símbolo da entrega total, da luta até o fim, do espírito de um guerreiro. A fotografia é espetacular (lamento não ter descoberto o nome do fotógrafo que fez o registro). Mas ela só é possível, e talvez por isso mesmo tão incômoda, porque há uma estrutura que impõe aos jogadores essa condição extrema. O que leio como bravura também é, em certa medida, um retrato da imprudência.

A diferença de postura entre os dois países não se resume à organização de um evento. Ela revela o quanto o alerta, como política pública, é uma ferramenta poderosa de cultura preventiva. Nos Estados Unidos, sistemas de monitoramento climático estão integrados a eventos esportivos, e a decisão de interromper uma partida é técnica, não emocional. Parte-se do princípio de que nenhuma paixão justifica o risco à integridade física.

No Brasil, os alertas existem — o sistema da Defesa Civil funciona e pode ser acionado por SMS, por exemplo — mas sua articulação com o cotidiano das grandes aglomerações ainda é frágil. O futebol, que movimenta milhões e mobiliza multidões, não tem como rotina a checagem climática como critério para iniciar ou suspender uma partida. Espera-se que o céu caia — literalmente — para tomar alguma decisão.

Esse episódio na Copa do Mundo de Clubes serve como um lembrete: é possível agir antes do pior acontecer. É possível levar o torcedor a sério. É possível interromper um espetáculo esportivo em nome do bem-estar coletivo, sem que isso seja visto como fraqueza ou desrespeito ao jogo.

Quem dera os estádios brasileiros se preparassem para o tempo ruim não apenas com drenagem no gramado, mas com cultura de prevenção. Porque quando a sirene toca e a chuva cai, o que está em jogo é muito mais do que os três pontos. É a capacidade de um país proteger seus cidadãos — dentro ou fora de campo.

Como acordar?

Dra. Nina Ferreira

@psiquiatrialeve

Foto de cottonbro studio

Abrir os olhos pela manhã, sair da cama, tomar café, escovar os dentes… Pronto: muito simples acordar!

Mas quem nos garante que acordamos?

Acordar, para a medicina, é estar vigil, em estado de alerta. Acordar é estar consciente, conectado aos seus pensamentos e sentimentos e ao mundo fora. Parece bastante complexo, não?

Então, será que, todas as manhãs e ao longo dos dias, estamos mesmo acordados?

Vivemos tempos em que tudo nos distrai: redes sociais, site de notícias, troca de mensagens, memórias negativas, preocupações catastróficas, medo, insegurança…

É, estamos, de alguma forma, alertas. A questão é: para onde estamos olhando?

Toda essa distração tem nos sequestrado das nossas próprias vidas. Comemos sem perceber – “Nossa, já acabou o prato?”; falamos sem pensar – “Por que fui falar isso?”; gastamos dinheiro no impulso – “Só porque estava em promoção…”. Não estamos acordados, vamos nos permitindo ser arrastados.

Quando piscamos, o tempo passou. Quando piscamos, já perdemos momentos especiais, pessoas importantes – já perdemos vida. Lutamos tanto para termos coisas e para sermos reconhecidos e amados… e nem mesmo conseguimos ficar acordados e escolher como viver.

Olha para sua última semana e pensa aqui comigo: você esteve consciente do que sentiu, pensou, fez? Você realmente fez escolhas e executou seus planos com clareza de consciência? Você esteve acordado?

Ainda é tempo. A cada dia, ao abrirmos os olhos, podemos escolher acordar.

Desperte. Sinta a vida acontecer aí dentro de você e venha para o mundo aqui fora, atento – conectado àquilo que realmente importa.

A Dra. Nina Ferreira (@psiquiatrialeve) é médica psiquiatra, especialista em terapia do esquema, neurociências e neuropsicologia. Escreve a convite do Blog do Mílton Jung.

Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: o que se aprende diante da cancela de trem

“Nas estradas de ferro do interior, havia sempre um aviso antes de cruzar os trilhos: pare, olhe, escute” 

Cecília Russo

A construção de uma marca não é apenas uma questão de criatividade ou sorte; ela envolve uma série de estratégias e práticas fundamentais. Os ensinamentos para que a empresa, o produto ou o serviço que essa marca representa trilhem um caminho de sucesso podem ser encontrados em diversos lugares. Até mesmo diante da cancela de um trilho de trem, como destacaram Jaime Troiano e Cecília Russo, no comentário Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, da CBN.

Jaime e Cecília se inspiraram nos três alertas que estão na placa de segurança que costuma fazer parte deste cenário: pare, olhe e escute. São três atitudes essenciais, baseadas em palavras simples que ajudam no processo de construção e ajuste de marca eficaz.  

“Vamos lembrar que pare, olhe, escute é sempre o verbo conjugado no imperativo. Tem o sentido assertivo de algo a fazer”.

Jaime Troiano


Os três sinais de alerta

O “pare” representa uma atitude de cautela e reflexão. Nessa fase, é crucial evitar julgamentos precipitados e estar aberto a novas ideias, uma prática especialmente valiosa para marcas em fase inicial. Este momento de pausa permite absorver informações, sem a interferência do orgulho ou preconceitos.

A segunda fase, “olhe”, é descrita como um período de observação e análise. Aqui, a marca deve absorver as impressões recebidas anteriormente e começar a formar uma visão analítica. Esta etapa envolve olhar tanto para o mundo externo quanto para o interno da marca, garantindo que as estratégias façam sentido para ambos os lados. Esta fase ativa no processo de branding é crucial para construir os alicerces da marca.

Por fim, “escute” é a etapa onde as reações e feedbacks do público são recebidos. Troiano enfatiza a importância da humildade e atenção nesta fase, pois as reações negativas podem ser desafiadoras, mas são essenciais para o refinamento da marca. A eficácia das fases anteriores de “parar” e “olhar” se reflete aqui, pois uma abordagem dedicada e honesta tende a minimizar reações adversas.

“Uma regra é sempre verdadeira: as reações serão menos negativas na fase do escute quanto mais você tiver sido dedicado e honesto consigo mesmo no pare e olhe”.

Jaime Troiano

Além dessas estratégias, é importante reconhecer que, mesmo seguindo essas etapas cuidadosamente, o sucesso não é garantido. No mundo dinâmico do branding, a agilidade e a capacidade de adaptação são fundamentais. 

“Mesmo com todos esses cuidados, não existe segurança total nesses  processos de branding. Tem sempre um trem passando sobre o Pica-Pau – lembra dos desenhos animados?”

Cecília Russo

Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso

Jaime Troiano e Cecília Russo, com sua experiência no campo do branding, oferecem uma perspectiva prática e realista, essencial para qualquer pessoa envolvida na criação ou gestão de marcas. A aplicação dessas estratégias pode ser a chave para cruzar a linha do trem do mercado com segurança e sucesso. O comentário vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A sonorização é do Paschoal Júnior: