Celular, cômodos e incômodos

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

 

O mesmo celular que tem trazido infindáveis comodidades, bem além de suas funções originais, vem apresentando incômodos em diversas atividades e eventos. Além do trânsito, das salas de espera, dos aeroportos e dos aviões, os alvos mais recentes são os espetáculos de teatro. Os atores e atrizes, vítimas diretas, estão inconformados.

 

Marília Neves do portal IG, ouviu alguns, entre eles, Antonio Fagundes que em 2002 escreveu “Sete segundos” onde mostrava atitudes da plateia mal educada. O comer alimentos e fazer barulho, a postura na cadeira, o falar, a tosse constante, eram alguns dos problemas. Passados onze anos, Fagundes não tem dúvida que o uso do celular superou tudo.

 

Walderez de Barros em cartaz com a peça “A casa de Bernarda Alba” não se conforma: “Uma pessoa que vai ao teatro, senta na primeira fila e prefere ficar enviando e recebendo mensagens de texto enquanto estou no palco fazendo uma cena dramática, emocionada, essa pessoa precisa ser internada. É doente”. Walderez lembra ainda que Jô Soares já desceu do palco para atender o celular de um espectador: “Aqui é o Jô e seu amigo idiota não desligou o celular. Liga depois”.

 

Atrizes e atores, revoltados mas esperançosos, apostam em uma campanha para melhoria da educação geral. Pois, se São Paulo se destacava positivamente neste aspecto, as informações recentes já desmentem esta qualificação. Todas as cidades estão niveladas por baixo, sem exceções. E esta não é a única má notícia. Várias universidades estão permitindo que alunos e alunas saiam da sala para atender telefone celular. Em qualquer momento, mesmo que o professor esteja no cerne da matéria. Portanto, a melhoria futura não será pela educação, mas pela proibição usando o mesmo recurso do celular. A tecnologia que possibilita e limita.

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Milton Jung, às quartas-feiras.

Conte Sua História de SP: A química de Paulo Goulart

 

Ao chegar de Ribeirão Preto, interior paulista para estudar química industrial na capital, Paulo Afonso Miessa não tinha ideia do destino que o aguardava. Foi para o rádio – veículo pelo qual revela sua paixão a cada palavra – e se transformou ator ao conquistar os ouvidos do mais críticos que haviam na Tupi Difusora, Oduvaldo Viana. Ganhou novo sobrenome e virou Paulo Goulart, admirado por todos nós pelo talento e pela personalidade.

Casou com a carioca Nicette Bruno com quem teve duas filhas e um filho. Uma delas, Beth Goulart, coincidência, nasceu no dia de São Paulo, 25 de janeiro, no Rio. Foram todos criados e crescidos na capital paulista e o pai fala disso com orgulho.

São Paulo é motivo de muitos e emocionantes momentos descritos por Paulo Goulart com uma beleza que me encantou, durante a apresentação do programa desta terça-feira. Ele foi o personagem do Conte Sua História de São Paulo, em homenagem aos 457 anos da cidade. Acompanhado por uma alegria contagiante, Goulart marcou a conversa com frases que ensinam: “é preciso crer no amanhã, o amanhã é o desenvolvimento, e o aprender é fundamental”.

Ouça o depoimento de Paulo Goulart, na CBN

Durante esta semana, entrevistamos personagens e personalidades para o Conte Sua História de São Paulo. E você também pode participar deste programa contando mais um capítulo da nossa cidade. Agende uma entrevista ou envie seu texto para o site Museu da Pessoa.