Qualidade na telefonia celular ainda é luxo, no Brasil

 

Por Ricardo Ojeda Marins

 

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Inúmeras são as pessoas que escutamos, diariamente, reclamarem do serviço de internet móvel 3G ou 4G e, também, da qualidade do sinal do telefone celular de todas as operadoras, no Brasil.

 

O uso de telefones celulares foi muito além do esperado nos últimos anos e as operadoras não estavam preparadas para o crescimento exponencial desta demanda, provocada, principalmente, por conta da acessibilidade aos “smartphones”.

 

De acordo com a ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), em novembro de 2014, foram contabilizadas 280,4 milhões de linhas ativas no serviço de telefonia móvel no país. O uso da rede de internet também evoluiu. Se há alguns anos consumidores acessavam basicamente e-mails e sites, hoje o conteúdo é muito mais “pesado””: redes sociais, fotos e vídeos que exigem maior uso de dados da rede.

 

O Brasil precisa que as empresas de telefonia invistam em tecnologia de maior capacidade e melhorem a cobertura. O pior é que, independentemente de termos um serviço péssimo, pagamos muito: estudo divulgado pela UIT (União Internacional de Telecomunicações) mostra que a cesta de serviços de telefonia celular no Brasil está entre as mais caras do mundo.

 

Uma simples comparação mostra o quanto é discrepante o valor que pagamos. Por exemplo, uma ligação efetuada de um celular da Irlanda para um telefone fixo no Brasil custa cerca de 9 centavos de Euro (mais ou menos R$ 0,31), e se for para um celular, 25 centavos de Euro (cerca de R$ 0,86). No Brasil, uma ligação efetuada de um celular pré-pago para um celular ou telefone fixo da mesma área de cobertura custa em média R$ 1,65 por minuto, enquanto que uma uma chamada efetuada de um celular do Brasil para um celular na Irlanda custa por volta de R$ 2,74 reais o minuto. O cálculo é baseado no serviço pré-pago que costuma ter custo maior de tarifação.

 

Serviço de telefonia móvel eficiente, com internet de qualidade, ainda parece algo inacessível em nosso país. Até quando seremos obrigados a pagar caro por um serviço extremamente deficiente?

 

Ricardo Ojeda Marins é Professional & Self Coach, Administrador de Empresas pela FMU-SP e possui MBA em Marketing pela PUC-SP. Possui MBA em Gestão do Luxo na FAAP, é autor do Blog Infinite Luxury e escreve às sextas-feiras no Blog do Mílton Jung.

 

A foto que ilustra este post é da coleção de Freimut, no Flickr

Banda larga popular emperra em São Paulo

 

A criação de serviço de Banda Larga Popular, dois meses após seu lançamento pelo governador José Serra (PSDB), anda em baixa velocidade. Tanto a Telefônica como a Net não apresentaram nenhum produto com preços inferiores a R$ 30, que poderiam ser beneficiados com corte de 100% do ICMS.

A Telefônica arrisca dizer que “em breve” e “no menor prazo possível” entregará o serviço. Até tentou, mas obrigava o cliente a levar uma linha telefônica pela qual pagaria a assinatura, no mínimo. Portanto, não atendia as exigências do decreto estadual.
A Net, “está estudando” e não tem data prevista.

Mesmo que consigam nos próximos meses se adaptar as normas do Estado e entregar um pacote de R$ 29,80, há uma dúvida técnica: a velocidade mínima de transmissão de dados nos pacotes populares requerida pelo Governo é de 200 Kbps, abaixo do que a União Internacional de Telecomunicações, da ONU, entende ser banda larga.

Larga ou estreita, o caso chama atenção para um fato que se repete no País. No anúncio é a melhor ideia do mundo. Muitos elogiam, rende notas positivas na imprensa, sai reportagem na televisão e comentários legais nas redes sociais, até que o dia-a-dia se encarrega de mostrar a verdade. Falo aqui em especial do programa de serviço de internet a preços populares mas poderia me referir a uma série de outros que foram destaque na mídia no último ano. Uma variedade deles ainda irá aparecer até as eleições do ano que vem.

Por enquanto, a banda larga popular está na lan-house, onde com uma moedinha de R$ 0,50 você navega 15 min.

Velocidade da internet: Abuso ao consumidor

 

Imagine você assinar um contrato em uma escola de inglês para fazer 20 aulas por mês, mas esta se reserva o direito de dar apenas duas aulas. Certamente você iria reclamar, pedir o dinheiro de volta e cancelar o contrato com a empresa. Esta relação absurda e desrespeitosa com o consumidor ocorre sempre que você assina contrato com operadoras de banda larga. Está lá no texto assinado e não-lido por você que a empresa pode oferecer apenas 10% da velocidade contratada. Ou seja, se você compra o serviço que oferece 2 MB corre o risco de receber apenas 256 kbps e não pode se quer reclamar. Ou pode, mas ainda terá de esperar por algum tempo para que a Anatel – empresa que deveria regular o mercado e evitar abusos como esse – mude as regras na compra de serviços de internet, segundo a representante do Procon de São Paulo Selma do Amaral.

Na entrevista ao CBN SP, ela criticou a atuação da agência e disse que as regras criadas para regular o mercado são distorcidas e imperfeitas. Selma comentou, ainda, que contratos assinados com esta cláusula que permite a empresa entregar uma pequena parcela daquilo que foi comprado é um abuso ao direito do consumidor

Ouça a entrevista de Selma do Amaral, do Procon-SP (22.10)