
Buraco demais, sinalização de menos. Em um caso ou em outro, os motoristas correm risco de acidentes, além de haver prejuízo para a fluidez do trânsito. E São Paulo é campeã nestes quesitos. Com o período de chuva, a situação se agrava. No entanto, mesmo com tempo seco a falta de conservação das ruas e avenidas é evidente. No início da administração Serra/Kassab se tentou acelerar o ritmo das obras de recuperação de pistas, principalmente nas vias de maior movimento. Os números de quilômetros asfaltados porém são insuficientes para amenizar o drama de quem anda de carro pela cidade.
Nesta semana, os dois casos ganharam destaque no CBN SP. Os buracos chegaram na bronca do diretor da ONG Transparência Brasil Cláudio Weber Abramo durante entrevista no programa. Apesar de o tema ser o comportamento ético de vereadores, Abramo não se conteve ao ouvir a leitura de e-mail de um ouvinte-internauta, pediu licença e tascou a criticar a prefeitura pela falta de manutenção das pistas: “tem de andar de caminhão para suportar os buracos”, disse ele.
De acordo com o ouvinte-internauta Fernando Garcia mesmo avenidas há pouco tempo recapeadas sofrem com os buracos. Ele cita em mensagem as avenidas Marechal Tito (São Miguel), Pires do Rio (Itaquera) e a Rua Mohamad Ibrahin Saleh (Vila Curuçá) que “estão se esfacelando, com enormes buracos e ondulações, principalmente na faixa de rodagem dos ônibus”. Fernando pergunta se a empresa que presta o serviço não deve oferecer garantias para a prefeitura.
O Fábio Eduardo Flório diz que este é o mesmo caso da rua Tabapuã que foi recuperada, em seguida apresentou buracos e agora “a prefeitura faz a operação tapa-buraco de maneira porca”.
Fora quando a prefeitura recupera e chega uma das concessionárias (Sabesp e Congás, principalmente) que resolve fazer obras no local, como lembra Daniel Aveiro. Na rua Marechal Mallet, na Vila Zelina, o trabalho da Sabesp chegou a ser realizado duas vezes seguidas, com diferença de 30 dias, afirma Claudinei Di Angelis, logo após a recuperação das calçadas e da via pela prefeitura.
A falta de sinalização também foi tema provocado pelos ouvintes-internautas.
“A sinalização horizontal tem a finalidade de transmitir e orientar os usuários sobre as condições de utilização adequada da via, compreendendo as proibições, restrições e informações que lhes permitam adotar comportamento adequado, de forma a aumentar a segurança e ordenar os fluxos de tráfego”. (Resolução nº 236/07 do Contran).
Portanto, a prefeitura ao permitir que avenidas de grande fluxo fiquem sem a sinalização na pista está infringindo o Código Brasileiro de Trânsito. E não apenas nesta via da zona sul.
De acordo com o ouvinte-internauta Renato Primi também não há pintura na Estrada de Itapecerica, entre os números 5 mil e 8 mil e 500. Júlio Melo diz que na rua da Mooca, no Brás, a situação é semelhante. Lembra, ainda, da avenida Zachi Narchi, onde inclusive as lombadas não estão sinalizadas.
Problemas foram constatados, também, na avenida Nossa Senhora do Sabará, na zona sul da cidade, recentemente recapeada em um de seus trechos. Aliás, o registro desta reclamação no ar gerou uma incrível resposta da Companhia de Engenharia de Tráfego: “o serviço se iniciará em 45 dias”. Não bastasse a demora para fazer a pintura na pista, a CET ainda pede um mês e meio para executar o trabalho. Haja paciência !
Agora o outro lado: “Temos prioridades”
Ouça a resposta do Secretário Municipal dos Transportes, Alexandre de Moraes