Por Devanir Amâncio
ONG EducaSP
Dona Iraci Andrade, de 70 anos, mora no Jardim Rochdale, em Osasco, e aprendeu a fazer a famosa sopa de cebola do Ceasa. A cada 15 dias vai à Ceagesp, na zona oeste, buscar cebola e outros alimentos que encontra no chão ou dentro das caçambas. “Sustento os meus quatro netos com tudo que levo daqui. É muita coisa boa no lixo. Levo só para o meu gasto e também dou um pouquinho para os vizinhos, mas conheço gente que leva pra vender, abriu uma quitandinha…”
Dona Iraci classifica como pecado, o desperdício de alimentos no Ceasa.
O cearense José Segundo da Silva Filho, o “Veinho do Aio”, de 70 anos, ganha R$ 2,00 a cada caixa de alho descascada. “Quando estou animado descasco dez no dia. Para inteirar… ganhar mais um dinheirinho , faço uns biquinhos.” É encontrado no Pavilhão BPR do Ceasa
Walter Souza Filho, o Macalé , de 75 anos, é o carregador mais antigo e popular, do Ceasa. Trabalha como carregador desde os 15 anos. Paulista de Marilha, o ex-sindicalista Macalé, se orgulha de ter o primário completo, e faz questão de deixar claro que nunca foi pelego. Indignado, diz que no Ceasa muitos não sabem ler e escrever, o que o aborrece.
Macalé mora na Cohab Raposo Tavares , Zona Oeste, e pergunta sobre uma coisa que, segundo ele, o incomoda há tempo:
” Para onde foi parar o acervo fotográfico do início do Ceasa , que retratava o dia a dia dos trabalhadores ? ”
Caixeiro monta caixas de frutas e legumes. Cada caixeiro ganha R$ 70 e monta em média mil caixas por dia.




