“Nosso poder não é de fiscalizar”, diz parlamentar. Como não, vereador?

 

 

Os vereadores têm duas funções importantes de acordo com a Constituição: fazer leis e fiscalizar o Executivo. É para isso que são eleitos. Parece, porém, que nem todos os vereadores sabem disso.

 

Sempre atento ao que dizem e fazem na Câmara Municipal de São Paulo, Alecir Macedo, que participa do Adote um Vereador, ficou intrigado com o discurso do vereador Salomão Pereira, do PSDB, no plenário da casa, em uma sessão realizada em setembro deste ano, que você confere no vídeo acima.

 

Durante o Grande Expediente, o parlamentar comentava situação que vivenciou durante o programa Câmara no Seu Bairro, realizado na Casa Verde, na zona norte da capital paulista. Uma senhora havia pedido que os vereadores encontrassem uma solução para a quantidade de ossadas, restos mortais e peças de roupas espalhadas nos arredores de um cemitério da região.

 

Na justificativa para a falta de ação, Salomão Pereira se saiu com essa: “o nosso poder não é de fiscalizar, o nosso poder é de criar leis pra que essa lei seja cumprida pra (sic) todos por aí”.

 

Opa! Salvo engano, o vereador esqueceu que além de criar leis, os legisladores devem, sim, fiscalizar e cobrar do poder executivo que tome as devidas providências. Pois havendo ou não lei que autorize a incineração de restos mortais – e ele disse que não existe -, me parece óbvio que a prefeitura obrigatoriamente tem de manter o local limpo. E se não o faz, cabe ao vereador cobrar do prefeito, do subprefeito, das secretarias responsáveis e da própria administração do cemitério. É trabalho dele, também!

 

E pelo que disse na tribuna, tempo é que não falta para que a fiscalização seja exercida. Ao reclamar da paralisia na apreciação de projetos de lei na Câmara paulistana, Salomão Pereira diagnosticou: “… precisa mudar o conceito aqui, porque fica a semana toda aqui enrolando mais do que trabalhando”.

 

Então, para de enrolar, vereador, e vai fiscalizar!

Conte Sua História de SP: na busca por um pão divino e inominável para comemorar meu aniversário

 

Por Betty Boguchwal

 

 

O Quadrilátero da Saúde é um lugar onde são tênues os limites entre a saúde e a doença, a vida e a morte. A propósito engloba o trecho da Av. Dr. Arnaldo entre as Ruas Minas Gerais, Major Natanael e Cardoso de Almeida de um lado e, do outro, Av. Rebouças, Ruas Teodoro Sampaio e Cardeal Arcoverde. Caramba é servido por dois grandes hospitais, Faculdades de Medicina e Saúde Pública da USP, Secretaria da Saúde do ESP, três cemitérios, um velório e finalmente ou finadamente o IML.

 

Sorte que para amainar um pouco temos ao fundo um estádio e o museu de futebol. Daí que o comércio tem como público alvo os usuários, visitantes e trabalhadores destas instituições. Digo isso, já que alguns usuários não consomem mais, melhor dizendo, já partiram para o outro mundo. No entanto mesmo de lá, ainda geram demanda, principalmente aqueles que ainda estão carimbando o “visto de saída”, ou seja, estão sendo velados. Assim o comércio deste duplo quadrilátero é constituído por floriculturas, quiosques de flores, padaria, lanchonetes, restaurantes, bancas de jornal e trabalhadores informais, cujos artigos variam desde frutas até bandeirinhas de futebol.

 

Detalhe: eu faço parte do grupo dos trabalhadores, já que atuo como psicóloga na Secretaria de Saúde. Ocorre que por ocasião do meu aniversário, Paula, colega e vizinha de data de aniversário, trouxe dois patês. Aleluia estas iguarias exalavam um cheiro convidativo e 16H15 seria um bom momento para um lanche. Então o mínimo que podia fazer era providenciar baguetes ou torradinhas para saborearmos.

 

Ora fui à padaria que fica exatamente na esquina onde começa a rampa que acessa o Estádio do Pacaembu, em frente ao velório do Araçá, supondo ser um local apropriado para adquirir estes simples e pequenos itens. Já do lado de fora, a fachada pintada de um amarelo inexpressivo, parecia mais um caixote de cimento, na mesma linha de caixão, sem placa ou qualquer referência que indicasse o tipo do estabelecimento. Puxa, confesso que a minha entrada neste local foi tétrica, justo eu, especialista em padarias, logo fui impactada pelo clima negativo. Á direita, no balcão de pães viam-se alguns pãezinhos aparentando um bom tempo de vitrine, pães doces, e dois murchos pães de queijo. Barbaridade: nada atraia, ops, tudo repelia!

 

Nossa, dei uma pequena circulada buscando outra opção para a base dos patês. Péssima idéia: apesar de o balcão estar revestido com material atualizado, os produtos oferecidos para lanche tais como coxinha, esfiha aparentavam validade de anteontem. E pior, nas conversas que facilmente se ouviam entre os clientes, era nítido o destaque do vocábulo “herdeiro”.

 

Curioso que entre os dois balcões estava uma mesinha com duas cadeiras desocupadas e, ao fundo, uma salinha apagada, cuja entrada era interditada por uma geladeira Kibon. Invariavelmente deveria ser um espaço destinado ás refeições, provavelmente “gelado” pelos proprietários que, claro naquela hora já estariam descansando.

 

Felizmente encontrei Yolita, uma colega que não via há décadas, saboreando um café. Eta, até que ela aprovou o café, que a reconfortava na saída do velório de um amigo. Arre um elogio em meio a tantos produtos nada atraentes. Não durou muito, pasmem chegou um mendigo com um copo sujo pedindo para encher com café.

 

Mas como necessitava mesmo adquirir qualquer coisa para degustar os patês retornei ao primeiro balcão e, rapidamente, pedi dois pãezinhos franceses e um pacote de biscoitos cream crackers. Exatamente enquanto eu fazia o pedido escutava um senhor resmungando:

 

– Algum funcionário, por favor!
– Bom, o que poderia se esperar do atendimento naquela padaria?

 

Ora neste momento, me dirigindo para o caixa notei, ao lado da balança do pão, impresso naquele saudoso porta rolo de papel para embalagem: “Nova Pão Divino”, assim mesmo, sem concordância. Bom, ao menos tinha nome o tal do pão, ou seria da padaria?

 

– De fato sim:
Divino, mas inominável!

 

Digamos que o valor desembolsado também era inominável. Contudo, ao sair, logo me deparei com uma linda coroa de flores bem na porta da floricultura vizinha. E não é que a coroa é muito mais chamativa do que a padaria!

 

De volta à Secretaria degustamos, comemoramos, felizmente o sabor do patê se sobrepôs ao “divino” pão e fui embora. Ocorre que caminhando lá pelos últimos quiosques de flores, exatamente no N° 18 Chai, vida em hebraico, que, segundo a Cabala, significa sorte na cultura judaica, vi a placa:

 

Dê flores aos vivos!

 

Puxa, afinal é meu aniversário, significa que completo mais um ano de vida. Oba! Fiz como o sugerido e presenteei-me com flores.

 


O Conte Sua História de São Paulo vai ao ar aos sábados, após às 10h30, no programa CBN SP. A sonorização é do Cláudio Antonio.

Inaugurando cemitério

 

Aproveitando-se do aviso feito pelo Mestre de Cerimônia que dispensava os convidados a discursar de fazerem o agradecimento a todas as autoridades presentes, o governador Geraldo Alckmin abriu sua fala, durante evento da Apas 2012, nessa segunda-feira, em São Paulo, com uma piada:

 

“Depois de ouvir o prefeito desperdiçar muito tempo com a nominata de autoridades, o governador da época sugeriu que ele se resumisse a apenas duas saudações, de acordo com o motivo da festa. Se fosse no hospital bastava cumprimentar os médicos e pacientes; na escola, apenas professores e alunos; e para um público muito grande, senhoras e senhoras seriam suficientes. Foi quando o prefeito teve de cumprir agenda na inauguração de um cemitério da cidade e após muito refletir, sem deixar de cumprir a sugestão do excelentíssimo governador, tascou: conterrâneos e subterrâneos”.

 

Geraldo Alckmin garante que não foi Odorico Paraguassu, nosso prefeito de toda sexta-feira na Rádio Sucupira, o autor da gafe.

Conte Sua História de SP: Susto no cemitério da Consolação

 

Trabalhar próximo do Cemitério da Consolação causou alguns sustos em Luciano Strami que, em depoimento ao Museu da Pessoa, falou dos tempos de adolescente em que entregava carne para o açougue do pai, em Higienópolis. Luciano é paulistano, nascido em 1929, e acrescentou mais um capítulo no Conte Sua História de São Paulo, em homenagem aos 458 anos da cidade.

 

Ouça o depoimento de Luciano Strami, sonorizado pelo Cláudio Antônio

 

O Conte Sua História de São Paulo vai ao ar no CBN SP, aos sábados, logo após às dez e meia da manhã. Você pode participar enviando um texto para milton@cbn.com.br ou agendando entrevista em áudio e vídeo no site do Museu da Pesoa.

Greve dos coveiros

 

greve dos coveiros

Foi de causar inveja no prefeito Odorico Paraguaçu. Os coveiros de São Paulo anunciaram greve em todos os cemitérios da cidade. Com a impossibilidade de evitarem mortes entre os cidadãos paulistanos, a saída foi eles próprios ocuparem as covas impedindo enterros e alogando os velórios. A prefeitura diz que está tudo normal, ao menos não recebeu nenhuma reclamação dos clientes até o momento.

O autor da foto do protesto no cemitério de Vila Formosa é o colega Juliano Dip, da CBN.

Passeio e cultura no cemitério

 

A importância da Marquesa de Santos vai muito além do que se conhece nos livros de história. Por obra dela foi possível a construção do Cemitério da Consolação que foi ponto de encontro de um grupo de paulistanos, nesse fim de semana. Foi de lá que Carlos Beutel e Laércio Cardoso de Carvalho conversaram comigo, no CBN SP desse sábado, sobre o projeto “Visita à Arte Tumular˜, no qual visitaram túmulos de pessoas famosas como dos escritores Monteiro Lobato, Oswald e Mário de Andrade e conheceram obras de artes assinadas por Victor Brecheret e Luigi Brizzolara.

Na entrevista que você ouve aqui conheça mais histórias sobre a Marquesa de Santos e o cemitério da Consolação.

Conheça mais nos sites Caminhada Noturna e Arqbacana