Cheque clonado, o seguro morreu de velho

 

Por Milton Ferretti Jung

Os bancos, com certeza, ainda são os locais mais confiáveis para que a gente deposite neles o nosso dinheiro. Os malandros de todas espécies, porém, vivem estudando maneiras de ludibriar a segurança das casas bancárias, muitas vezes, diga-se a bem da verdade, com safadezas bem sucedidas. Quando uma é descoberta, os patifes, imediatamente, inventam outras. Há espertinhos que tentam usar internautas ingênuos ou navegadores principiantes, para aplicar os mais diversos golpes. Quem lê seu correio eletrônico, por exemplo, é assediado com frequência a abrir e-mails supostamente enviados por bancos. Só hoje recebi mensagens de dois. Sou, entretanto, cliente de apenas um deles. Logo o deste, chegaram três. O assunto do e-mail era atualizaçãp de dispositivo. Bancos não costumam mandar e-mails para seus clientes por questões de segurança. Assim mesmo, existe quem, inadvertidamente, cai na esparrela. Conheço gente experiente em Internet que, se descuidou, sofreu momentânea bobeira e marchou nesse tipo de golpe. Outra mensagem muito usada é a que fala em “recadastramento de segurança”.

Tomei conhecimento na semana passada de outro golpe que está sendo aplicado, este mais novo e com tecnologia mais moderna. Pessoa de minhas relações foi consultar seu extrato e quase desmaiou com o que viu: sua conta estava no vermelho, eis que alguém, usando os dados de um cheque seu, que estava bem adiante do último que fora passado, havia feito retirada de certa importância, felizmente de pequena monta. Seu cheque tinha sido clonado. A vítima foi aconselhada a ir a uma delegacia para fazer um boletim de ocorrência. Lá, ficou sabendo que outras seis pessoas tinham adotado idêntico procedimento, visando a serem ressarcidas pela instituição bancária que também é vitimada pelo golpista.

Sei lá por que, nunca tinha ouvido falar em cheque clonado. Como eu, talvez várias pessoas estejam no mesmo caso. Para diminuir o risco que corremos de virar vítimas de vigaristas, conviria que controlássemos mais amiúde o extrato bancário. Sei que há quem não ligue para isso. Mas, como ouvia meu pai dizer frequentemente, seguro morreu de velho. Quem conhecia a trampa, que me desculpe. Escrevi o texto para alertar possíveis incautos.

Milton Ferretti Jung é jornalista, radialista e meu pai. Às quintas-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung (o filho dele)

O gari, o motoqueiro, a bancária e a honestidade

Por Devanir Amâncio
ONG EducaSP

Gari Cheque

“Que o Brasil siga seu exemplo”, foi o que ouviu da bancária Ana Luísa, o gari José Gomes da Costa, Sucesso, que havia encontrado cheque de R$ 2.514,00 no lixo e o devolveu ao dono. Pela manhã, ele foi recebido com abraços, lágrimas e orgulho por seus colegas varredores. À tarde, foi aplaudido na Lapa pelas pessoas que se aglomeravam diante da agência do Banco do Brasil, na rua Clélia, para assistir à devolução ao motoboy Renato Pedro Silva que transportava o cheque quando o perdeu, em 18 de maio. Às 10 e meia da noite, Sucesso partiu de trem para Francisco Morato, região metropolitana de São Paulo, onde mora em um bar-garagem com pequenas divisórias.