Pompeia reúne moradores, hoje, por boas ideias para o bairro

 

Texto escrito originalmente para o Blog Adote São Paulo

 

 

Conversamos aqui no Blog Adote São Paulo, semana passada, sobre a construção do Plano de Bairro para a Pompeia, zona oeste da capital. O trabalho está em seu primeiro estágio com a coleta de ideias para, em seguida, serem colocadas em consulta pública e as mais votadas fazerem parte do documento final que ajudará a construir um bairro ainda melhor.

 

Henrique Parra, morador do bairro e um dos incentivadores da ação, destacou em mensagem quatro propostas que já foram apresentadas e podem ajudar a entender um pouco melhor o que se pretende fazer. Uma delas pede que os prédios da Pompeia passem a captar água das chuvas e, com isso, se recupere área permeável no bairro. Outra, alerta para o fato de que a futura estação Metro Pompeia está prevista para terreno muito próximo do Córrego Água Preta, que costuma alagar as ruas e avenidas vizinhas sempre que chove forte na cidade.

 

As calçadas também estão na mira dos moradores, e uma das propostas é que estas passem a ser construídas, principalmente nas ruas mais íngrimes, dando prioridade aos pedestres e não aos carros como ocorre atualmente. A quarta ideia passa pela transparência nos dados públicos, com a solicitação de que os moradores tenham acesso ao potencial construtivo do bairro: “ou seja, (queremos saber) o verdadeiro estoque disponível para se demolir (ou não) as casas existentes para a construção de edifícios residenciais e comerciais” – explica o autor em texto publicado no site Cidade Democrática.

 

Para participar desta campanha não é necessário morar na Vila Pompeia, pois esta é uma região de toda a cidade. Amanhã, dia 5 de março, às sete da noite, está marcado um encontro de co-criação, na Semente Una – Avenida Pompeia, 984. Oportunidade para levar projetos e discutir ideias com os demais participantes. Haverá mais duas reuniões, dias 12 e 18 deste mês, mas caso você tenha dificuldade de ir até lá (alguém aí tem uma boa ideia para melhorar o trânsito?) pode registrar seus pedidos no site Cidade Democrática.

Proposta democrática para o plano de bairro da Vila Pompeia

 

 

“A Pompeia Que Se Quer” é uma iniciativa de construção colaborativa de Plano de Bairro, que visa contribuir com os moradores da Vila Pompeia, ampliando seu alcance de voz e dando forma a seus desejos coletivos.

 

Tanto moradores e frequentadores da Pompeia, como quem mais tiver interesse em participar poderá criar suas propostas, comentar e apoiar outras propostas, propor atividades, participar das oficinas, mobilizar suas redes e construir a relevância dos seus temas de interesse.

 

São 4 etapas:

 

1. PROPOSTAS – Registro das ideias em propostas que também poderão ser comentadas e aprimoradas.
2. APLAUSO – Em seguida, as propostas recebem votos na forma de apoios.
3. UNIÃO – As propostas mais parecidas poderão se unir para aumentar seu poder de influência.
4. ANÚNCIO – As propostas mais apoiadas e comentadas serão premiadas de acordo com os prêmios oferecidos pela própria comunidade do bairro.

 

O conjunto das propostas (não apenas as premiadas), organizadas por temas e territórios, constituirão um documento a ser entregue pelos moradores da Vila Pompeia como uma primeira versão do Plano de Bairro da Vila Pompeia, a ser entregue ao prefeito e aos vereadores de São Paulo para apoiá-los na revisão do Plano Diretor da Cidade.

 

Programação Completa – Estão marcados três Encontros para Criação de Propostas, abertos a todos os interessados, que buscam envolver moradores, movimentos sociais, poder público e outras pessoas capazes de contribuir com ideias criativas. Também estão sendo programados Expedições Fotográficas, Manejo Comunitário da Horta e Reuniões com a SubPrefeitura.

 

Encontros de Co-Criação: 05/03, 12/03 e 18/03, sempre às 19hs, na Semente Una (Avenida Pompeia, 984).

Adote um Vereador: “Aprendendo a ser cidadão”

 

1º Encontro do Adote um Vereador em 2010

O Carnaval rolava solto do lado de fora, no deck muitos curtiam no sol forte de sábado como se estivessem à beira da praia e logo atrás de nós uma meninada disputava online um jogo de guerra. Aproveitando-se do ar-condicionado da sala de informática do Sesc Pompeia e de uma mesa alta entorno da qual nos reunimos, integrantes do Adote um Vereador tiveram interessante conversa sobre política e cidadania.

Na primeira reunião mensal do ano, visitas inspiradoras: Rodrigo Bandeira, do Cidade Democrática; Henrique Parra Parra, do Voto Consciente Jundiaí; Ricardo Matheus e Manuella Ribeiro, ambos pesquisadores do Instituto Pólis. Chamou atenção e foi bastante produtiva a presença da jornalista Silvana Silva do gabinete do vereador Adílson Amadeu (PTB-SP), assim como do “adotador” Nikolas Schiozer que “controla” o vereador Julião (PSDB-Jundiaí).

Mário Cezar Nogales, Sérgio Mendes e Claudio Vieira também estavam lá, os três podem ser escalados na galeria de fundadores do Adote, fossemos uma instituição com pompa e circunstância. Mas não o somos. Tendo surgido de uma ideia, sem organização ou regras, o Adote um Vereador funciona muito mais como provocador da cidadania. Não nos interessa se 10, 20 ou 30 estejam atuando, queremos apenas que cada um de nós (você que lê este blog incluído) se proponha a prestar mais atenção no que fazem os vereadores e compartilhe esta informação com a sociedade.

Há uma conversão de forças para que se consiga desenvolver a ação cidadã pela internet como pude constatar no relato do Rodrigo, do Cidade Democrática, que desenha a criação de um espaço na rede para congregar todos estes movimentos. Aliás, ele relacionou uma série deles, daqui e de fora de São Paulo, muitos dos quais teremos de conversar para quem sabe aprendermos um pouco mais sobre organização. A oportunidade talvez seja em março, quando entre os dias 10 e 13, haverá uma conferência de redes sociais, em Curitiba (PR).

O Henrique, do Voto Consciente, explicou a construção da Agenda Cidadã que levou vereadores de Jundiaí a incluírem emendas ao Orçamento Municipal e audiências públicas na discussão do Plano Diretor da cidade do interior paulista. Já falamos sobre o assunto aqui no Blog. E teve sua conversa complementada pelo Nicolaz que contou ter conseguido avanços no diálogo com o vereador “adotado” que é líder do governo na Câmara Municipal de Jundiai.

Da Silvana ouvimos algumas impressões do trabalho realizado pela Câmara Municipal de São Paulo e a necessidade que os vereadores tem de negociar projetos de lei com colegas para que suas propostas possam avançar. Pensei comigo: se conseguissem mobilizar os cidadãos em favor de seus projetos teriam mais força para transformá-los em lei, sem a necessidade de conchavos ou acordos nem sempre muito claros. Ela ainda nos sugeriu – e para as organizações que acompanham o trabalho no legislativo, também – atitude propositiva, não apenas de fiscalização (já começamos).

A dupla do Instituto Pólis trouxe das melhores notícias para quem acredita no Adote um Vereador. O projeto foi destacado pela organização internacional Global Voice pelo uso da internet no incentivo à cidadania. Falaremos mais sobre isto, nesta semana, mas você pode se antecipar lendo a reportagem publicada no site (clique aqui).

Foi de uma “olheira”, porém, que ouvi a frase mais interessante da tarde. Karen, mulher do Cláudio, em voz baixa mas com convicção: “estou aprendendo a ser cidadã”. O refrão do nosso samba enredo estava pronto, tive vontade de tamborilar na madeira da mesa. Dada minha falta de ritmo, preferi apenas escrevê-la no papel.

PS: Algumas pessoas teriam ido ao Sesc Pompeia e não encontrado a reunião do Adote um Vereador. Culpa nossa e deste viés anarquista que esperamos jamais perder, mas que não nos impedirá de nos próximos meses tornarmos os encontros mais explícitos. Promessa de campanha.

Para mais informações do Adote um Vereador, acesse o wikisite ou o site da campanha

Com site e organização, Jundiaí pressiona vereadores

 

Adote um VereadorUma lei aprovada na Câmara, dinheiro reservado para ciclovias no Orçamento e audiência pública em horário que facilite a presença do cidadão, além de ampliação no debate sobre o Plano Diretor. Estes foram alguns dos resultados que os moradores de Jundiaí conquistaram ao agirem de maneira organizada e explorarem ferramentas digitais, em especial o Portal Cidade Democrática, onde o usuário participa de uma rede social, reclama de problemas e faz propostas para o município onde vive.

Mobilizados pela ONG Voto Consciente, vários moradores acessaram o portal e passaram a relacionar temas que consideravam importantes. Doze das sugestões apresentadas formaram a Agenda Cidadã que foi debatida pelos vereadores da cidade paulista.

Das discussões, decidiu-se pela criação de um plano diretor cicloviário para o qual foram reservados R$ 200 mil no Orçamento. Os vereadores aprovaram lei que obriga o voto aberto no caso de vetos apresentados pelo prefeito. E , ainda, estudam mudar as audiências públicas das manhãs para um horário que permita maior participação popular.

Houve avanço, também, em relação ao Plano Diretor Estratégico que corria o risco de ser votado sem nenhuma audiência pública – ou seja, sem debate com o cidadão. De acordo com o voluntário do Voto Consciente Jundiaí Henrique Parra Parra uma audiência está marcada para fevereiro e há pressão para que uma segunda se realize em seguida.

Evidentemente que o uso do Cidade Democrática permitiu que os moradores de Jundiaí atuassem de forma colaborativa, mas de nada serviria a ferramenta digital se não houvesse mobilização da sociedade. O núcleo do Movimento Voto Consciente em Jundiaí é muito bem articulado. Foi lá, também, que surgiram eleitores dispostos a acompanhar o trabalho parlamentar logo que a ideia do Adote um Vereador foi lançada, em novembro de 2008.

Confesso que a organização cidadã em Jundiaí não me surpreende mais. Me deixa otimista.

Site Cidade Democrática recebe broncas e ideias

 

O buraco na rua, o alagamento na avenida, a falta de organização no trânsito e todos os demais problemas que atrapalham a sua vida podem ser registrados e discutidos no site Cidade Democrática. Dentro do conceito de rede social, o serviço virtual abre espaço para que o cidadão apresente soluções e compartilhe com outros moradores estas ideias. A discussão pode ser feita dentro do bairro, não apenas na cidade.

Rodrigo Bandeira, idealizador do Cidade Democrática, espera que o site passe a ser explorado também por agentes públicos e empresas para que as soluções em debate pautem as ações no município. Na lista de inscritos, além de cidadãos, já é possível ver o registro de organizações não-governamentais e vereadores.

Ouça a entrevista com Rodrigo Bandeira do site Cidade Democrática