Mundo Corporativo: “Liderança não é protagonismo”, diz Rafael Mayrink, da NP Digital


“Liderança não pode se colocar como protagonista. Ela precisa ser um guia, ajudar, auxiliar.”

Rafael Mayrink, NP Digital

O sucesso das empresas hoje vai além das competências técnicas e depende, sobretudo, da maneira como as pessoas se comportam, se relacionam e aplicam a tecnologia a seu favor. Este é o alerta de Rafael Mayrink, CEO da NP Digital Brasil, que participou do programa Mundo Corporativo para discutir a importância das habilidades comportamentais, o papel transformador da liderança e o impacto crescente da inteligência artificial no ambiente corporativo.

Ao longo da conversa, Mayrink destacou que “a pessoa precisa ler, ser curiosa, correr atrás, aprender mais sobre tecnologia e inteligência artificial para que ela use isso ao seu favor”. Para ele, o pensamento crítico se torna indispensável em um contexto em que as decisões precisam ser constantemente revisadas e alinhadas ao verdadeiro objetivo do cliente ou do projeto. “Se eu não tiver senso crítico para entender, perguntar e conhecer quem está do outro lado, não vou conseguir entregar o que realmente é necessário”, afirmou.

Treinar comportamento desde cedo

Mayrink defendeu que as competências comportamentais não nascem prontas e podem — e devem — ser desenvolvidas desde a infância. “Soft skills têm que estar lá na escola, desde o momento em que a criança começa a formar frases”, explicou. Segundo ele, é nesse processo que se aprende a falar em público, ouvir com atenção, lidar com frustrações e desenvolver empatia.

Ao falar sobre liderança, o executivo enfatizou que o líder precisa abrir espaço para os outros, ouvir ativamente e atuar como um orientador. “Nem sempre a liderança tem razão, mas por ter mais experiência, vai saber ouvir e guiar as pessoas para resolverem seus próprios problemas”, pontuou.

Inteligência artificial e o novo marketing

A tecnologia e a inteligência artificial já estão profundamente integradas ao marketing digital, e Mayrink apontou que isso exige um novo olhar sobre as funções e as relações de trabalho. “A inteligência artificial vem para aumentar produtividade, dar mais tempo e permitir que as pessoas desenvolvam outras habilidades”, comentou. Ele alertou, porém, que as mudanças exigem adaptação contínua e capacidade de aprender novas funções.

No encerramento, Mayrink aconselhou os jovens profissionais a ampliarem o repertório: “Faça algo fora do seu dia a dia. Aprenda um instrumento, pratique um esporte, explore novas experiências. Isso ajuda a desenvolver criatividade e habilidades de comunicação, fundamentais para qualquer carreira.”

Assista ao Mundo Corporativo

O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas da manhã, pelo canal da CBN no YouTube. O programa vai ao ar aos sábados, no Jornal da CBN, e aos domingos, às 10 da noite, em horário alternativo. Você pode ouvir, também, em podcast. Colaboram com o Mundo Corporativo: Carlos Grecco, Rafael Furugen, Débora Gonçalves e Letícia Valente.

Cinco dicas para aperfeiçoar sua comunicação com base no livro “Escute, expresse e fale”

Após dois estudos realizados por empresas que atuam no setor de recursos humanos e de educação corporativa indicarem a comunicação como a principal competência a ser desenvolvida em 2023, o jornalista Jacílio Saraiva, do jornal Valor Econômico quis saber como devemos agir para estarmos mais bem preparados para essa demanda do mercado corporativo. A reportagem completa você lê no site do jornal:

Como aperfeiçoar a comunicação, principal competência de 2023 

Segundo pesquisas, saber se comunicar é uma das habilidades mais valorizadas este ano cinco dicas para se destacar

Por Jacílio Saraiva, Para O Valor 

A boa comunicação com pares e liderados é considerada a competência mais importante deste ano, segundo estudos de marcas de recrutamento de executivos. A ZipRecruiter, por exemplo, listou as habilidades mais requisitadas em sua plataforma, englobando os empregos disponíveis no site que solicitam essa competência. Saber se comunicar bem está presente em 6,1 milhões de empregos. A Robert Half, em parceria com a escola de educação corporativa The School of Life Brasil, também aponta a habilidade como essencial, aparecendo em quase 100% das vagas.

Na visão do comunicador Milton Jung, âncora da rádio CBN e coautor – com Antônio Sacavém, Leny Kyrillos e Thomas Brieu – do livro “Escute, expresse e fale!” (Editora Rocco), que acaba de ser lançado, profissionais interessados em uma melhor interação devem saber que a comunicação vai além da fala.

“Ela é o resultado da atuação conjunta de três grupos de recursos: verbal, não verbal e vocal ou, simplificando, a palavra, o corpo e a voz”, explica o  jornalista ao Valor. A partir da combinação desses ativos, as mensagens se fortalecem e influenciam positivamente os outros, diz.

Nessa linha, Jung cita um estudo do professor emérito de psicologia da Universidade da Califórnia (EUA), Albert Mehrabian, que identificou, ainda nos anos 1960, que quando o significado da palavra contradiz a atitude comunicada, a mensagem será julgada segundo a postura de quem fala. Ou seja, o não verbal prevalece sobre o verbal e as pessoas prestam mais atenção à expressão facial do que ao tom da voz, explica Jung. O trabalho de Mehrabian conclui que as pessoas comunicavam apenas 7% das informações por meio de palavras, 38° pela voz e 55% com a ajuda do corpo.

Diante desses números, continua Jung, vem mais uma lição sobre o tema: a comunicação não é o que eu digo, é o que o outro entende. “Entre o que eu falo e o que você escuta, há muitos fatores que interferem no diálogo, como o vocabulário, o tom da voz, os gestos e, até, a roupa que uso na ocasião”, afirma. Segundo ele, muitas vezes, a comunicação dependerá da disposição que a pessoa que ouve apresenta ao receber a mensagem e da confiança que tem em você.

Jung lembra também do peso da comunicação na costura de relações mais saudáveis e empáticas. “A empatia define o tipo de conexão que estabelecemos e é fundamental para construirmos, nas empresas, equipes cada vez mais diversas e inclusivas”, destaca. De acordo com ele, tem a ver com a forma como ‘embalamos’ as informações que damos, com a maneira como as transmitimos e, principalmente, com o exercício da escuta ativa.

Jung lista cinco orientações para quem deseja se comunicar melhor:

1. Invista no autoconhecimento

É importante entender como nos comunicamos. Tente perceber a maneira como projeta a sua voz e impacta as pessoas ao entorno.

2. Escute

Exercite a “escutatória” ou a preocupação de ouvir mais e melhor. Isso inclui identificar os interesses do outro, deixar o celular ou o computador de lado quando está diante de um interlocutor, prestar atenção às palavras e argumentos, além de manter uma postura “aberta”, de curiosidade e atenção.

3. Identifique o seu público

Saiba com quem vai falar. Assim, poderá escolher qual vocabulário usar durante o diálogo, as abordagens mais apropriadas e o que esperar, de possíveis respostas, da audiência.

4. Planeje a mensagem

Identifique as informações que pretende transmitir e as separe, no discurso, por ordem de importância. É possível ilustrar a fala com histórias, metáforas, números e pesquisas. Busque também saber o tempo que terá disponível para que a conversa tenha início, meio e fim.

5. Fale claramente

Seja simples e direto. Adote expressões que as pessoas dominam, prefira frases mais curtas e seja claro sobre os objetivos da conversa.

“Escute, expresse e fale!” já está em pré-venda

Nesta semana que se vai, nosso novo livro “Escute, expressse e fale!” já apareceu nas principais plataformas de venda eletrônica em pré-venda para o modelo e-book. O livro impresso estará nas livrarias em 27 de janeiro. E o lançamento oficial será em 9 de fevereiro, na Livraria da Travessa, do Shopping Iguatemi.

Publicado pela Editora Rocco, o livro foi escrito com Leny Kyrillos, Thomas Brieu e Antònio Sacavem — colegas que têm dedicado suas trajetórias profissionais ao tema da comunicação, assim como eu.

Reproduzo a seguir, o texto de apresentação do livro em plataformas tais como Amazon, Livraria da Vila , Skeelo e outras:

“Se há um sonho que une a nós quatro neste projeto é o de fazer da comunicação a competência que nos capacite a sermos humanos melhores em um mundo melhor.”

Um comunicador, uma doutora em voz, um doutor em gestão e um especialista em escutatória se reúnem para ajudar, tanto nas relações pessoais quanto profissionais, no desenvolvimento de uma comunicação eficiente e poderosa.

Se você tem dificuldades em se conectar com os outros para além da conversa fiada ou fica sem palavras frente a certas pessoas e situações, saiba que esse desconforto é bastante comum e, mais importante ainda, solucionável. Melhorar suas habilidades comunicativas é a chave para normalizar ideias e pensamentos, aproximar pessoas, diminuir diferenças e produzir diálogos saudáveis e relações sustentáveis.

António, Leny, Mílton e Thomas concentram táticas e estratégias de comunicação para estabelecer trocas eficientes — seja nos diálogos internacionais ou nas conversas locais; seja no escritório da empresa ou na mesa de jantar.

Este livro é sobre estabelecer vínculos conjugando empatia e atividade, aprimorar a sua voz e avançar para o aprendizado de como se colocar frente ao interlocutor. É sobre conhecer a si próprio e entender o outro, ser genuíno, generoso e eficiente. E, ainda, aprender com exemplos vivenciados e experiências desastradas. Trata de tudo isso e muito mais, e pretende preparar o leitor para os desafios da expressão e comunicação.

Rituais para ser um líder comunicador

Foto de Thirdman no Pexels

Medo do desemprego, dúvida sobre a possibilidade de ascender na carreira e poucas perspectivas de melhoria financeira têm abalado o otimismo dos colaboradores das empresas no Brasil, segundo estudo realizado pelo LinkedIn. O Índice de Confiança do Trabalhador que mediu a disposição no último trimestre de 2020 ficou em 58 pontos contra os 64 registrados no penúltimo trimestre do ano passado. Para resgatar a confiança dessas equipes de trabalho, além da sinalização de recuperação do país —- que foge do nosso controle —-, é preciso investir em uma das competências mais exigidas dos líderes nos tempos atuais: a comunicação.

É preciso expressar de forma clara ao colaborador a importância dele para a empresa e qual é a visão desta empresa em relação ao projeto de trabalho que ele está envolvido. Em resumo: o profissional tem de ser reconhecido para se sentir pertencente ao grupo. Sem isso, não haverá engajamento. Para que se construa esse relacionamento, a comunicação é essencial, devendo ser realizada de forma transparente, com argumentos consistentes e demonstrando que está acessível — verdadeiramente acessível —- a ouvir e responder as demandas que surgirem.

Acolher o outro e saber transmitir as mensagens que tornarão esse colaborador comprometido com o propósito e as metas da empresa são tarefas do líder comunicador —- essa figura cada vez mais necessária na dinâmica da empresa. 

Na tarde dessa quarta-feira, dediquei-me a conversar com líderes de um grupo empresarial preocupado na criação de uma cultura comunicacional e, em determinado momento, fui provocado a pensar em alguns rituais para o líder estabelecer uma comunicação efetiva com sua equipe. Não titubeei em destacar que o primeiro passo para que um profissional se transforma em um líder comunicador é saber ouvir o outro. Como lembra o consultor Thomas Brieu, entrevistado no programa Mundo Corporativo, em agosto de 2020, precisamos praticar a escutatória — palavra cunhada por Rubens Fonseca em texto no qual nos alerta:

“Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar, ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil”.

No livro Comunicar para Liderar, que escrevi ao lado da fonoaudióloga Leny Kyrillos, trouxemos nove passos para que se percorra o caminho por um diálogo qualificado:

1. Reaprender a ouvir

2. Ouvir étão importante quanto falar

3. Exercitar a paciência

4. Saber perguntar

5. Não demonstrar pressa

6. Atenção na linguagem não verbal

7. Identificar as necessidades do outro

8. Buscar pontos em comum

9. Criar vínculos que fortaleçam as relações

Caso você se sinta à vontade, compartilhe com a gente bons e maus exemplos de comunicação que você já vivenciou em sua carreira. 

Mundo Corporativo: Nove competências do estrategista

 

Semana passada publiquei a entrevista com André Coutinho, um dos autores do livro Ativista da Estratégia, realizada no Mundo Corporativo. Nosso colega de Blog, Carlos Magno Gibrail, atento ouvinte-internauta e fã dos temas que discutimos no programa, chamou atenção para o fato de que não foram descritas as nove competências necessárias para o profissional se transformar em um estrategista dentro de sua empresa. Por isso, reproduzo aqui fala do próprio Coutinho:

“As estratégias de sucesso passam pela criação de nove faces organizacionais. São elas:o estrategista, chamado no livro de jogador de xadrez; o engenheiro, que traduz estratégias em projetos e metas; o político, para harmonizar os vários interesses opostos na empresa; o arquiteto, que garante que todo o sistema de gestão esteja integrado; o ritmista, para conduzir o rumo a ser tomado nas decisões; o educador, com objetivo de facilitar a aprendizagem; o terapeuta, que será o agente de mudanças; o empreendedor, que viabiliza novas ideias e, por fim, o designer, que atua no processo de criação”


Veja aqui o vídeo completo da entrevista com André Coutinho