Mundo Corporativo: Marcelo Mazzola explica como funciona a mediação na resolução de conflitos

 

 

O mediador não tem interesse na disputa e não decide nada, tampouco manifesta sua opinião. Nesse ambiente, as partes conseguem colocar as cartas na mesa, trazem suas emoções, expõem sentimentos e são convidadas a entender o que se passa pela cabeça do outro. A partir deste recurso, que estará previsto no Código de Processo Civil, empresas têm conseguido resultados positivos na conciliação de conflitos, reduzido custos e diminuído o número de demandas que chegam aos tribunais de justiça, segundo o advogado Marcelo Mazzola, entrevistado do programa Mundo Corporativo da rádio CBN. Coordenador da comissão de conflitos da OAB-RJ, Mazzola explica, também, quem pode atuar como mediador e em que situações este recurso pode ser acionado.

 

O Mundo Corporativo pode ser assistido ao vivo, às quartas-feiras, 11 horas da manhã, no site http://www.cbn.com.br. O quadro é reproduzido aos sábados, no Jornal da CBN, e tem a participação de Paulo Rodolfo, Wagner Magalhães e Débora Gonçalves.

Morre Dekha, a mulher da paz

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A pacifista Dekha Ibrahim Abdi morreu após uma semana internada em um hospital de Nairóbi, vítima de um grave acidente de carro. Foi no distrito em que nasceu, Wajir, que esta queniana iniciou o trabalho que resultou na salvação de centenas de vítimas graças ao modelo de resolução de conflitos desenvolvido por ela.

Era início da década de 90 e o ódio que tomava conta das diferentes etnias que viviam na região havia levado a morte cerca de 1.500 pessoas, logo após o fim do regime de urgência que durou 27 anos. Dekha desafiou o poder dos chefes desses grupos e mobilizou mulheres e homens preocupados com a dimensão da violência. Através de comitês de conciliação passaram a organizar a mediação entras as partes em conflitos. Surgiu, então, o Comitê de Paz Wajir, com representantes de todos clãs, orgãos de segurança, parlamentares e religiosos.

Considerada uma líder na construção da Paz, Dekha recebeu o Right Livelihood Award em 2007. Ole von Uexküll, diretor executivo da Fundação responsável pelo prêmio, lamentou a morte da queniana: “Ela usou sua própria experiência para ajudar e treinar outros povos. Sua dedicação incansável à causa e sua habilidade de inspirar as pessoas construiu um modelo global. Sua perda será terrivelmente sentida por todos que lutam pela paz.”

No acidente, o carro em que estavam ela e o marido bateu frontalmente em um caminhão. Dekha, o marido e o motorista do caminhão morreram. Ela deixa quatro filhos e um legado que se reproduz a cada novo grupo que surge no mundo – e em algumas comunidades do Brasil, também – interessado em conter os conflitos através do diálogo.

Com informações da Right Livelihood Award Foundation e foto de Wolfgang Schmidt