Pesquisa eleitoral: você confia?

 

Young Anonymous

 

A virada de Aécio no último dia, colocando-o no segundo turno, foi um dos temas preferidos nas discussões pós-eleições. Onde se destacaram as críticas sobre as prévias realizadas pelos institutos de pesquisa.

 

No geral, o uso de pesquisa como técnica e ferramenta para uma boa prática de gestão, embora essencial, não é uma unanimidade. A difusão é pequena. Restrita a grandes corporações e entidades, e normalmente com resultados positivos.

 

Na política, e principalmente nas eleições, é bem difundida e aplicada com razoáveis resultados. Observação que neste momento é contestada, pois apenas as tendências foram detectadas. Como ocorreu na disputa à presidência, que sinalizou a progressão de crescimento de Aécio Neves, mas não o apresentou seguramente como segundo colocado.

 

Sob o ponto de vista técnico, que é como se deve analisar uma técnica, as pesquisas têm demonstrado que:

 

– Desde 1989 as pesquisas sempre acertaram os presidentes eleitos.
– A pesquisa tão somente fotografa o momento, de forma que daí até a hora da cabine eletrônica poderá ocorrer mudança do eleitor. Gerada por cognição ou por fatos políticos novos.
– Os levantamentos pesquisam de 2000 a 4000 pessoas para obter o quadro de votação de 143 milhões, isto significa que conhecer eleitores pesquisados não é tarefa fácil.
– Os votos brancos, nulos e a abstenção atrapalham as pesquisas. Segundo o Blog do Milton Jung, em SP e no RJ a abstenção foi de 20%, e dentro dos votantes os brancos e nulos somaram também 20%.

 

Dentre as abordagens técnicas consistentes, matéria da VEJA desta semana, atribui confiança nas pesquisas nacionais e informa o resultado do estudo com 800 pesquisas presidenciais em 37 países, feito pelo instituto francês IPSOS, que apresentou média de erro de 3,2 pontos. A média brasileira variou de 0,9 em 1989 a 1,9 em 2010, para 3,9 pontos agora.

 

Caberá aos institutos de pesquisa neste segundo turno dirimir a questão da confiança ou desconfiança. Estou confiante. E, você?

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Milton Jung, às quartas-feiras.

 

A foto que ilustra este post é do álbum de Duda Arraes, no Flickr, publicada conforme licença creative commons