Avalanche Tricolor: amor que empata, mas não esfria

Grêmio 1×1 Corinthians

Brasileiro – Arena Grêmio, Porto Alegre RS

Foi no Dia dos Namorados que o Grêmio entrou em campo para enfrentar o Corinthians. Um a um, placar final. Um empate que, à primeira vista, parece pouco para quem jogou em casa. Mas quem ama sabe: nem todo encontro precisa ser vitória esmagadora. Às vezes, o que vale mesmo é não sair derrotado.

Essa partida foi mais do que futebol. Foi quase um jantar a dois, daqueles em que os dois lados evitam discussões maiores, escorregam num ou outro erro, mas permanecem sentados à mesa. O Grêmio, que vinha tropeçando muito no Campeonato Brasileiro, resistiu. E resistência, numa fase dessas, é mais do que suficiente para manter acesa a chama.

Sim, tem quem diga que empatar em casa é tropeço. Pode até ser, tecnicamente falando. Mas para quem, como eu, vive esse relacionamento de décadas com o tricolor gaúcho, há algo mais profundo. Quando a maré anda brava, o que importa é não deixar o barco virar. E o Grêmio não virou. Manteve a invencibilidade dos últimos jogos — há cinco partidas não perdemos . E isso já é uma forma de cuidado, de reencontro com um pouco de estabilidade.

Mano Menezes agora terá tempo com a parada para a Copa do Mundo de Clubes. E tempo, todo casal sabe, é matéria-prima do recomeço. Com tempo, ajeita-se a defesa, melhora-se o entrosamento, encontra-se o tom certo da conversa entre meio-campo e ataque. Com tempo, o amor reencontra seu jeito de jogar.

Amar um time é como viver um relacionamento longo. Há momentos de paixão arrebatadora, títulos levantados como declarações públicas de afeto. E há fases de silêncio, de desentendimentos, de expectativas frustradas. Mas a gente permanece. Não por teimosia, mas por compromisso. Por memória. Por promessa.

No Dia dos Namorados, o Grêmio me presenteou com um empate. Não foi buquê nem bombom. Foi apenas o sinal de que, apesar das falhas e da fase, ainda estamos juntos. E isso, convenhamos, também é uma forma de amor.

Relacionamentos na era da Inteligência Artificial: o que ainda é humano?

Pamela Magalhães

Psicóloga e Especialista em Relacionamentos

Foto de Pavel Danilyuk

Vivemos uma revolução silenciosa, que até recentemente parecia invisível, mas que agora se revela em cada mensagem respondida, música composta, imagem gerada ou conversa simulada por inteligência artificial. Em meio a tanta eficiência tecnológica, um novo dilema emocional surge: como preservar nossa autenticidade em tempos em que até as emoções podem ser imitadas?

Diferenciar o que é real do que é simulado se torna cada vez mais desafiador — e necessário. Uma pesquisa realizada com mais de 3,5 mil pessoas pela World no Brasil – uma rede da empresa Tools for Humanity que busca ajudar a diferenciar humanos de robôs e inteligências artificias – reflete esse contexto. Mais de 66% dos pesquisados se sentem preocupados quanto à possibilidade de encontrar bots ou perfis falsos em apps de relacionamento e 72% dos entrevistados disseram que já suspeitaram ou descobriram que algum de seus matches poderia ser um robô ou uma IA.

A IA não sente, mas simula sentir. Isso tem confundido a nossa percepção:

– Se um texto nos emociona, mesmo sendo criado por uma máquina, o sentimento é real?

– Se um avatar fala tudo o que queremos ouvir, isso basta?

Essa mistura entre o que é gerado artificialmente e o que vem de um ser humano está provocando um novo tipo de crise: a crise da identificação.

Começamos a nos perguntar:

– Isso foi feito por uma pessoa ou por uma IA?

– Essa emoção é verdadeira ou programada?

E nos relacionamentos?

Essa confusão não afeta apenas a forma como consumimos conteúdo — impacta diretamente a maneira como nos relacionamos. No mundo dos filtros, dos chats automatizados e das respostas perfeitas, começa a faltar espaço para o erro, a dúvida, o silêncio, a pausa, o imprevisto — ou seja, para o humano.

Relacionar-se de forma autêntica exige vulnerabilidade, mobiliza nossas emoções e, justamente nesse impasse, no emaranhado das sensações, é que nos conectamos e nos vinculamos realmente. Ainda assim, cada vez mais, estamos trocando essa vulnerabilidade por versões otimizadas de nós mesmos — versões editadas, práticas, seguras, agradáveis.

Estamos tentando ser o que “funciona”, não quem realmente somos.

O curioso disso tudo é que as ferramentas da IA otimizam e muito diversas atividades, encurtam etapas, nos poupam tempo e viabilizam caminhos. Mas quando o assunto é relacionamento entre humanos, a dinâmica natural das trocas fomenta o processo e é justamente nele que construímos pontes sólidas de interação, que nutrem nossos corações com o que mais necessitamos: amor.

Reconhecer, o quanto antes, se estamos nos comunicando com uma máquina ou um ser humano torna-se indispensável para nossa segurança. É preciso garantir que não estamos confiando o que temos de mais precioso — nossos sentimentos — a um robô que não sente e nunca foi o que se diz ser.

É preciso cultivar a autenticidade:

1.Reivindique o seu sentir

Não terceirize sua experiência à máquina. Sentir confusão, dúvida ou até tédio é humano — e essencial para amadurecer emocionalmente.

2. Exerça presença

A IA é rápida. Os vínculos reais, não. Eles exigem tempo, escuta, paciência e imperfeição. Conexão não se mede pela quantidade de interações, mas pela profundidade delas.

3. Questione a idealização

O relacionamento perfeito não existe. Buscar respostas exatas para emoções complexas é algo que nem mesmo a melhor tecnologia pode oferecer.

4. Seja curioso sobre si mesmo

A autenticidade nasce do autoconhecimento. Quem é você sem os filtros? O que te move, te toca, te paralisa? Cultive o olhar interno.

No fim das contas…

Talvez a grande pergunta da era da IA não seja o que é real ou irreal, mas sim: O que ainda é verdade para mim, mesmo em meio ao artificial?

A autenticidade, nesse cenário, é um ato de coragem. É escolher sentir, errar, experimentar e construir conexões reais, ainda que imperfeitas. Nenhum algoritmo, por mais avançado que seja, será capaz de substituir o impacto de uma presença viva, de um olhar que compreende ou de uma escuta que acolhe.

E você? Já se perguntou se está se relacionando com alguém — ou apenas com uma projeção que parece segura, mas não sente nada?

Caminhos para um futuro mais confiável

Neste novo mundo, em que as fronteiras entre humano e máquina se confundem, tecnologias como a que a World oferece surgem como uma tentativa de restaurar a confiança digital. A proposta é ousada: uma credencial digital pioneira baseada em prova de humanidade, permitindo que redes sociais e plataformas verifiquem se você está interagindo com uma pessoa real, e não com uma IA.

Esse tipo de solução ainda levanta debates importantes, mas já indica que a sociedade busca formas de reconhecer e valorizar o humano — não apenas no toque, no olhar ou na escuta, mas também nos espaços digitais, onde, cada vez mais, vivemos, amamos e nos relacionamos.

Pensar, ponderar, falar e pesquisar mais sobre o assunto pode ser justamente a forma de não nos tornarmos reféns da IA, mas termos o melhor dela.

Pamela Magalhães é psicóloga (CRP:06/88376) e especialista em relacionamentos.

Sua Marca Vai Ser Um Sucesso: a estratégia das marcas que sabem namorar o consumidor

Photo by Jonathan Borba on Pexels.com

“Assim como noiva, marca não se escolhe no altar”

Jaime Troiano

Você sabia que o Jaime Troiano e a Cecília Russo — nossos parceiros de programa — são casados? Sócios no trabalho e no amor! Se faço essa inconfidência, não o faço por fofoqueiro que sou (eu sou?). Eles próprios falaram da relação que mantém, no Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, inspirados pelo Dia dos Namorados, essa data que, por mais comercial que seja, mexe com as paixões. No 12 de Junho, a maior parte de nós se sente tocada e vê cresce o desejo de compartilhar um presente, fazer juras de amor ou enviar indiretas à moça ou ao moço pelo qual estamos interessados.

Da relação do Jaime e da Cecília, vou me ater ao primeiro parágrafo, até porque se alguém quiser saber mais sobre como essa relação foi construída, perguntem diretamente a eles. Sigo em frente, porém, falando de outra paixão do casal, o branding —- assunto que encontra várias analogias no Dia dos Namorados. A começar pelo fato de que às marcas cabem conquistar o coração dos consumidores em uma estratégia de sedução que exige muita sensibilidade. 

“Para nós, falar de Branding é uma excelente forma de falar em romance. Afinal, o que as marcas precisam é exatamente isso: criar um romance com os consumidores, construir histórias para serem eternas, ou pelo menos eternas enquanto durem, como diria o inesquecível Vinícius de Moraes”

Cecília Russo

O epígrafe deste texto é um daqueles ensinamentos que já ouvimos ao longo desta parceria que o Jornal da CBN mantém com o Jaime e a Cecília (sim, também temos uma relação estável há bons anos). Ao lembrar que ‘marca não se escolhe no altar’, nosso casal de apaixonados e especialistas em branding mostra que quando o consumidor decide dizer o “sim” para uma marca — ou seja, decide comprar aquele produto ou usar aquele serviço — é porque o coração dele foi conquistado anteriormente, nos vínculos que foram sendo alimentados e geraram desejos. “Flores” no dia 12 nada significam se nos demais dias do ano o relacionamento não é cultivado: 

“Como consumidores, queremos ser encantados o tempo todo. Com produtos diferenciados, com a marca lembrando de trazer uma oferta customizada, de uma comunicação que me envolva de alguma forma”.

Cecília Russo

Baseado na relação que mantém com uma de suas marcas preferidas, Jaime Troiano identifica três aspectos considerados importantes para que este ‘namoro’ dê certo:

  1. Estabilidade: a marca traz confiança, e se pode contar com ela sempre que for preciso, sem surpresas desagradáveis;
  2. Adequação: oferecimento de soluções adequadas ao perfil do consumidor, buscando otimizar a sua vida;
  3. Comunicação: publicidade e mensagens bem feitas, pertinentes, que respeitam o consumidor.
  4. Diante de tudo isso e na expectativa de que aprendi a lição ensinada pelo Jaime e a Cecília, concluou: a magia do amor é entender o outro, ouvir suas demandas e oferecer atenção plena e genuína. Vale para as marcas. Vale para as nossas relações pessoais.

Ouça o comentário completo, do Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, com sonorização do Paschoal Júnior

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ar, no Jornal da CBN, aos sábados, às 7h50 da manhã.

Sua Marca: “comunicar é namorar”

Reproduçao da cena de “Breakfast at Tiffany’s”

“Esqueçam aquele mito de que marca se escolhe é na hora da compra” 

Jaime Troiano

Audrey Hepburn, no papel de Holly, tem uma bebida em uma das mãos e come um sanduíche diante da vitrine da loja de luxo Tiffany, em Nova Iorque. O olhar está vidrado nas joias de uma das marcas mais desejadas do mundo. Essa cena que abre o filme “Breakfast at Tiffany’s” ou “Bonequinha de Luxo”, como foi batizado no Brasil, ilustra como funciona a relação das pessoas com as marcas.

Jaime Troiano e Cecília Russo, especialistas em branding e comentaristas do quadro Sua Marca Vai Ser Um Sucesso dizem que a transformação do consumidor em cliente se assemelha a aproximação de duas pessoas que descobrem que têm coisas em comuns ou complementares:

“Não se escolhe noiva no altar. Ou seja, consumidores namoram marcas, ficam noivos e a compra é apenas a celebração do compromisso” — Cecília Russo

Aproveitando o sábado, em que se comemora o Dia dos Namorados, Jaime lembra que independentemente das formas que os namoros têm assumido, existem coisas que são clássicas:

“Uma certa química que aproxima: o olhar, o jeito, o toque ou qualquer elemento que o outro projeta e que te engancha …. o namoro não acontece porque se tem uma necessidade fria pelo outro, acontece porque tem os ingredientes típicos de um enamoramento”

As marcas também emitem sinais, mensagens, traços de sua personalidade, que são valorizados e compreendidos pelos consumidores. Cecília Russo ensina que para essa relação ser um sucesso é preciso alimentar esses sentimentos e a comunicação tem papel essencial:

“A comunicação traz esses ingredientes do namoro. Comunicar é namorar”.

Como o casal que apresenta o programa também está enamorado há muitos anos, sabe que a manutenção desta atração é sensível e precisa ser cuidada no dia a dia para que, se a relação não for eterna, ao menos seja “infinita enquanto dure”, como escreveu Vinícius de Moraes.

Ouça o comentário completo do Sua Marca Vai Ser Um Sucesso e saiba, também como a ideia de transformar o namorado em noivo, ou melhor, o consumidor em cliente funciona nos relacionamentos digitais:

O Sua Marca Vai Ser Um Sucesso vai ao ao ar, sábados, às 7h55 da manhã, no Jornal da CBN 

O amor faz um bem danado

Por Simone Domingues

@simonedominguespsicologa

Foto de Jasmine Carter no Pexels

“E cada verso meu será
Pra te dizer que eu sei que vou te amar
Por toda minha vida”

Vinicius de Moraes e Tom Jobim

Como explicar o que é o amor?

Na tentativa de decifrar esse fenômeno que acompanha a civilização humana desde os seus primórdios, surgiram mitos, lendas, poesias, músicas e, mais recentemente, estudos científicos bastante elaborados, como experimentos que utilizam a Ressonância Magnética Funcional para investigar a atividade cerebral relacionada ao amor romântico e a formação de vínculos.

Uma das áreas de maior ativação cerebral relacionada aos vínculos afetivos envolve o sistema de recompensa, um circuito cerebral que processa a informação diante da sensação de prazer.

Esse sistema é bastante antigo em termos de evolução e está relacionado à sobrevivência, permitindo que os animais tenham motivação, se engajem e mantenham comportamentos, como buscar alimento ou o sexo, possibilitando a perpetuação da espécie.

Diante de situações prazeirosas, ocorre uma liberação de substâncias químicas no cérebro, a dopamina, responsável por ativar esse sistema de recompensa. Assim, se a ação executada trouxer satisfação, prazer ou alegria, o cérebro vai registrar essa consequência e ações repetidas se seguirão, na busca por obter novamente essas sensações.

Com o amor vai acontecer algo semelhante.

Diante da pessoa pela qual se está interessado, a dopamina será liberada, ativando o sistema de recompensa cerebral, promovendo euforia e bem-estar.

Isso vai gerar o desejo de estar cada vez mais próximo dessa pessoa, repetindo-se esse ciclo, que poderia ser chamado, não à toa, de círculo vicioso.

Os estudos também apontam que outras substâncias, como a vasopressina e a oxitocina, poderiam influenciar a formação de vínculos afetivos, porém estariam associadas a maior estabilidade e segurança dos relacionamentos, reduzindo a necessidade de estar constantemente ao lado do ser amado.

De maneira simples, poderíamos associar a dopamina com a fase da paixão e o amor companheiro, mais maduro, com a oxitocina.

Mas vamos combinar, se há milênios tentamos explicar o que é o amor, não parece muito romântico, na semana do dia dos namorados, dizer que se resume a uma liberação de substâncias químicas e ativação cerebral!

Se a flecha de Eros, o deus do amor, nos atingiu, em vez de pensar em dopamina, talvez possamos nos concentrar naquelas borboletas no estômago, no coração que bate mais forte, naquele desejo de estar junto, abraçar e poder manifestar, para quem se quer bem, todo o nosso amor.

Como disse Carlos Drummond de Andrade:

“O amor foge de todas as explicações possíveis”.

Então, viva o amor! Isso faz um bem danado!

Saiba mais sobre saúde mental e comportamento no canal 10porcentomais

Simone Domingues é Psicóloga especialista em Neuropsicologia, tem Pós-Doutorado em Neurociências pela Universidade de Lille/França, é uma das autoras do perfil @dezporcentomais no Youtube. Escreveu este artigo a convite do Blog do Mílton Jung

Avalanche Tricolor: um Dia dos Namorados muito especial para mim

 

Botafogo 0x1 Grêmio
Brasileiro — Estádio Nilton Santos/RJ

 

Gremio x Botafogo

Jean Pyerre comemora em cena flagrada por LUCASUEBEL/GRÊMIOFBPA

 

O 12 de junho é dos namorados. Data criada pelo comércio, em 1949, que contaminou os corações e mexeu com as emoções. São tantos os estímulos — dos anúncios, dos colegas, dos amigos e dos amantes —- que nenhum casal se atreve a passar o dia em branco. Eu, por exemplo, passei em azul, preto e branco.

 

Um post no Instagram, um WhatsApp logo cedo, uma lembrança comprada na loja da esquina, um beijo intenso antes de levantar da cama ou uma música oferecida no rádio —- e meus ouvintes se esbaldaram em sugestões durante todo o programa que apresentei na CBN. Vale todo o artifício para revelar o seu amor. Há os que preparam surpresas, enchem a casa de rosas, escrevem cartas melosas ou servem um jantar inesquecível.

 

O dilema é que tudo isso tinha de ser feito em uma noite na qual os clubes brasileiros se despendiam por um tempo de seus torcedores. A bola só voltará a rolar no Campeonato Brasileiro na metade do mês de julho, devido a parada para a Copa América. Imagine a saudade que vão nos deixar, especialmente quando assistimos ao nosso time iniciando a prometida decolagem como é o caso do Grêmio.

 

Sei que muita gente torce o nariz para essa prioridade que os apaixonados dedicam ao futebol. Deve ter quem nos condene por gostarmos tanto de um time, por sofrermos diante das derrotas, por nos descabelarmos com o chute mal dado ou por chorarmos na inacreditável conquista. Coisa ridícula! — é o que ouço da consciência enrustida dessa turma.

 

Pensem o que quiserem. O que importa é que nossas amantes — e os amantes, também — entendem esse sentimento. Sabem que não desdenhamos da companhia, do carinho e da troca de carícia deles e delas. Nosso coração tem espaço para as diversas paixões que nos movem, desde o time de futebol que aprendemos a amar quando ainda éramos pequenos até a pessoa que escolhemos para dividir angústias, sonhos e amenidades em algum momento qualquer da vida.

 

É nesse entender que uma relação se constrói. Por isso, a noite desta quarta-feira deixou de ser um dilema para se transformar em mais uma prova de amor nesse relacionamento que já preservamos por 27 anos. Adaptamos nosso dia, curtimos nosso almoço, trocamos juras de amor durante a tarde, jantamos no intervalo do jogo e compartilhamos o presente mais incrível que eu poderia ter ganhado em um Dia dos Namorados: a camisa autografada por Geromel.

 

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A camisa de Geromel entregue pelo mano Ricardo

 

Sou fã de carteirinha do nosso zagueiro. Não bastasse o que ele representa para o Grêmio, ainda demonstra a todo momento o quão gente boa consegue ser na vida. Conheci a mãe dele na felicidade de um gol, na semifinal do Mundial de Clubes em Abu Dabhi, há dois anos — história que acredito já ter contado para você nesta Avalanche.

 

Hoje, recebi o irmão de Geromel, Ricardo, para entrevista em programa sobre negócios, carreiras e empreendedorismo que apresento na CBN. Assim que chegou, replicando o sorriso do mano, me entregou a nova camisa tricolor com a mensagem grafada em tinta: “Ao Amigo Milton Jung, Geromel”.

 

Sim, isso mesmo. O melhor presente que poderia ganhar neste Dia dos Namorados tem a marca de uma das minhas mais fortes paixões: o Grêmio. E chegou até mim pelas mãos de um cara que recém conheci, mas que há muito sabe dos meus amores.

 

O mais legal é que ela — o amor com quem compartilho, sem vergonha, minhas paixões —- sabe muito bem o quanto isso é importante para mim. E não me julga por isso. Me adora assim mesmo. É capaz de me endereçar um sorriso ao me ver vibrar sozinho na sala diante da televisão pelo golaço que Jean Pyerre, esse gênio com futebol e sobrenome de craque (leia a Avalanche anterior se ficou curioso), marcou na vitória desta noite — outro  presente a todos aqueles que adoram torcer pelo Grêmio, como eu.

 

Por seu gol, obrigado Jean Pyerre!

 

Por sua dedicatória, obrigado Geromel! 

 

Por sua compreensão, obrigado Abigail!

 

Vocês fizeram este Dia dos Namorados ainda mais especial para mim.

Avalanche Tricolor: uma questão de amor!

 

 

Grêmio 1×0 Bahia
Brasileiro – Arena Grêmio

 

 

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Geromel e Kannemann comemorar vitória (reprodução da SporTV)

 

Uma segunda-feira destinada aos namorados, àqueles casais que se aceitam como são e por isso se amam como se amam. Sabem que a perfeição não existe, porque essa somente surge quando a vida acaba. E queremos vida longa para viver ao lado de quem amamos. Um amor que explica sacrifício e compressão.

 

Sinto-me privilegiado. Há 26 anos, comemoro o Dia dos Namorados ao lado da mesma pessoa, que soube me entender, compartilhar dor e angústia, alegria e prazer por todo esse tempo. Soubemos e sabemos ceder, e isso é fundamental para que se viva em harmonia. Nos olhamos e percebemos o que desejamos. Às vezes me engano, ela poucas vezes.

 

Desde o fim de semana, dá sinais que preferia ficar em casa, nesta segunda-feira à noite: está frio lá fora, amanhã você acorda cedo, restaurantes cheios, só ficaremos nós dois, eu faço o jantar gostoso, você serve o vinho … uma desculpa atrás da outra para justificar nossa permanência.

 

Desculpas, não. Compreensão.

 

Ela sabia que o Grêmio jogaria nesta noite do Dia dos Namorados. Aliás, mais uma vez. Há três ou quatro anos, jogamos também em uma noite de 12 de junho: era um sábado, frio pelo inverno que se avizinhava e em São Paulo. Foi comigo ao Morumbi e respeitou meu sentimento porque sabia da minha alegria (naquele jogo, o resultado não foi nada bom – ainda bem que ela estava ao meu lado). Hoje, fez o mesmo, sem precisar sair de casa. Apenas preparou o ambiente para que, no calor do aquecimento elétrico, eu pudesse estar à frente da televisão no momento em que o Grêmio entrasse em campo.

 

Ficou ali bebericando o vinho comigo, enquanto o time tentava furar o bloqueio defensivo do adversário. Ao ver que o gol não saía e a ansiedade aumentava, levantou-se sem se fazer perceber. Não queria me ter sofrendo pelo resultado que não alcançávamos. Não queria me constranger. Mais uma vez respeitou meu sentimento sabendo que nada daquilo desrespeitaria a paixão que compartilhamos um pelo outro. Quando a gente se ama, compreende.

 

Eu também compreendia o Grêmio e a dificuldade para chegar ao gol. Tínhamos pela frente um adversário disposto a fechar todos os espaços possíveis e encarávamos este time encardido sem nossa formação ideal no ataque. A lesão de Barrios e o deslocamento de Luan para o comando do ataque exigiram adaptação e paciência.

 

Muita paciência.

 

Tivemos de usar todas nossas formas de atacar. No toque de bola não encontrávamos espaço, no drible não avançávamos, então era hora de usar arsenal treinado por Renato. Sim, porque o gol aos 40 minutos do segundo tempo não foi obra do acaso. Já marcamos ao menos mais dois da mesma maneira, apenas com protagonistas diferentes, neste campeonato. Cobrança de escanteio no primeiro pau, o zagueiro desvia de cabeça e a bola encontra alguém fechando em direção ao gol do outro lado. Se antes foram Kannemann e Barrios, hoje foram Geromel e Cortez.

 

A paciência, a compreensão e a  perseverança nos levaram a mais uma vitória  e nos deixaram na vice-liderança isolada do Campeonato Brasileiro. E, por isso, agradeço ao Grêmio.

 

A paciência, a compreensão e a perseverança nos levaram a construir uma família e convivermos lado a lado ao longo de todos este tempo. E, por isso, agradeço a você meu amor!