Fernando Haddad no Jornal da CBN: do controle de gastos nas BETs ao controle das contas do Governo

O ministro da Fazenda Fernando Haddad anunciou o bloqueio de até 600 plataformas de apostas e jogos eletrônicos que funcionam no Brasil e não pediram a regulamentação ao Governo Federal. “Se você tem dinheiro em casa de aposta (ilegal), peça restituição já”, disse o ministro na entrevista que fizemos na edição desta segunda-feira, no Jornal da CBN.

Tirar do ar esses sites é apenas parte do problema. Os números divulgados pelo Banco Central na semana passada mostram o tamanho do desafio: entre R$ 18 bilhões e R$ 21 bilhões foram transferidos via Pix de pessoas físicas para a jogatina eletrônica, neste ano. O que mais causou espanto: em agosto, 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família destinaram R$ 3 bilhões para esses jogos online. 

Proibir aposta com uso do cartão dos programas sociais e com cartão de crédito, acompanhamento do CPF dos apostadores com alertas para gastos excessivos e limite no uso do Pix são algumas das medidas que o Governo vai anunciar nesta semana, segundo o ministro.

Ao mesmo tempo que tenta controlar os gastos abusivos de jogadores endividados e viciados, Haddad tem a tarefa de controlar as contas públicas do Governo. O ministro reforçou a necessidade de respeitar o arcabouço fiscal aprovado pelo Congresso para controlar os gastos públicos e, assim, criar condições para a redução das taxas de juros e incentivar o investimento. Ele alertou que o descontrole das despesas pode levar ao aumento da dívida pública, comprometendo o crescimento econômico sustentável do Brasil.

A entrevista completa você assiste no vídeo acima.

Mundo Corporativo: Aline Rabelo ensina a sair da dívida e virar investidor

 

 

O aumento do estresse financeiro prejudica o desempenho profissional do colaborador, situação que já foi comprovada em inúmeras pesquisas e tem levado as empresas a criem programas que ajudam seus funcionários a lidar com o seu dinheiro. De acordo com Aline Rabelo, coordenadora da Investmania, rede social do mercado financeiro, aumentar o salário dos empregados não soluciona o problema, é preciso ensiná-los a controlar o orçamento doméstico e poupar recursos. Em entrevista ao jornalista Mílton Jung, no programa Mundo Corporativo, da CBN, Aline Rabelo mostra algumas estratégias que têm sido desenvolvidas para transformar colaboradores em investidores.

 

Você participa do Mundo Corporativo assistindo ao programa, ao vivo, toda quarta-feira, às 11 horas, no site da rádio CBN e faz perguntas pelo e-mail mundocorporativo@cbn.com.br e pelo Twitter @jornaldacbn e @miltonjung (#MundoCorpCBN). O programa é reproduzido aos sábados, no Jornal da CBN.

‘Conselheiro cidadão’ no TCM para conter dívida de SP

 

Pacaembu

No ano que vem, a cidade de São Paulo terá oportunidade de viver um momento muito rico. Refiro-me a riqueza de obras e criatividade. As obras estarão a cargo do prefeito Gilberto Kassab (PSD) que vai botar cada tostão dos nossos impostos para eleger seu sucessor – seja ele quem for. A criatividade será dos candidatos a prefeito que apresentarão planos mirabolantes e ideias geniais para resolver todos os nossos problemas. Nenhum nem os outros darão a menor pelota para o fato de a dívida da prefeitura bater a casa dos R$ 60 bilhões, conforme cálculo do consultor Stephen Kanitz, ou R$ 48 bilhões, nas contas do Tesouro Municipal. Para ter ideia do quanto isso representa: o Orçamento de 2012 previsto pela prefeitura é de apenas R$ 38 bilhões.

Esta conta começou nos descontroles dos prefeitos Paulo Maluf e Celso Pitta que tiveram de renegociar os R$ 11 bilhões de dívida que a cidade tinha com a União. Ao não cumprir com parte de suas obrigações nos governos seguintes, este valor simplesmente explodiu e, mantidas as regras atuais, o subsecretário do Tesouro Municipal, Rogério Ceron, diz que é impossível fechar a conta.

Para não me alongar nesta matemática, explico o problema da seguinte maneira: São Paulo está no cheque especial há muito tempo, recebe bem menos do que tem para pagar, os juros são absurdos e os gastos somente aumentam. Você conhece alguém mais que passa por esta situação? Em lugar de economizar, damos benefícios para construir estádio de futebol e reservamos dinheiro para túneis e avenidas que não resolverão o problema da mobilidade.

Saiba como o “conselheiro cidadão” pode ajudar no combate a dívida de SP lendo o artigo completo no Blog Adote São Paulo, da revista Época São Paulo

Para prefeitura, “tudo na internet” significa “quase tudo”

 

Foi no CBN SP, ao anunciar a reabertura do programa de incentivo para pagamento de dívidas, que o secretário de finanças da capital, Walter Rodriguez, disse que todo o serviço poderia ser feito “exclusivamente na internet”, com o orgulho de quem oferece uma facilidade ao cidadão. (ouça aqui a entrevista do secretário)

E não é que eu acreditei !

Ainda bem que os ouvintes-internautas do CBN SP estão sempre alertas. Mariluza Costa, 30 minutos após o encerramento da entrevista, enviou e-mail incomodada com as afirmações de Rodriguez. “Ele omitiu que é preciso entrar no portal, preencher formulário de solicitação de senha, imprimir o mesmo, ir a subprefeitura, tirar senhar, aguardar na fila, entregar o documento, aguardar a liberação da senha para, então, entrar novamente no portal e começar a operar pela internet”.

Imediatamente, a produção do programa entrou em contato com a Secretaria de Finanças e apesar de alguns desencontros de informações dos próprios assessores do secretário, o CBN SP confirmou o que a contribuinte Mariluza Costa havia constatado.

Para a burocracia da prefeitura de São Paulo oferecer um serviço “exclusivamente pela internet” tem um significado diferente daquele que estamos acostumados. É preciso acessar o Portal, preencher dados, imprimir formulário, anexar documento original do solicitante (e do procurador, caso o próprio não possa fazer o procedimento), pegar transporte – público ou particular -, se dirigir à subprefeitura, aguardar atendimento, confirmar informações e depois voltar para a casa e esperar a autorização para novo acesso ao Portal.

Mariluza não entende a lógica do serviço público: “não bastaria aproveitar a ida à prefeitura para fazer tudo pessoalmente ?”

Sei que a alegação da prefeitura será a de que é preciso confirmar os dados pessoalmente para evitar fraude. Não discutirei aqui se não haveria outras formas de evitá-las, mas ao menos que não venda a informação de que tudo é feito “exclusivamente pela internet”. Ou mude o nome das subprefeituras para “internet”.