Idosos e poderosos

 


Por Carlos Magno Gibrail

 

 

Idosos poderosos são o que podemos chamar de boa notícia a todos, pois o envelhecimento, temido por muita gente boa traz como um de seus eventuais males a questão da aposentadoria. Afinal ela pode significar falta de trabalho, de dinheiro e de poder.

 

Dados estatísticos e análises comportamentais começam a desmentir este panorama. Segundo o IBGE 11% dos brasileiros com 60 anos em diante que estão na ativa, possuem 20% do poder de compra do país. Além de 70% dos 19 milhões que compõem o total da população de idosos, possuírem independência financeira.

 

Ao mesmo tempo a pesquisa do GEM Global Entrepreneurship Monitor indica que dos 27 milhões de empreendedores brasileiros, que nos dá o terceiro lugar mundial, 3,3milhões tem mais de 55 anos. Estudos de comportamento indicam que as características básicas do empreendedor ocorrem em dois momentos distintos. Entre 18 e 24 anos, o jovem solteiro, estudante universitário com muita informação, sem experiência, sem muita responsabilidade familiar e financeira, mas com espírito criativo, representam a primeira fase. E, na terceira idade, com longa experiência acumulada, energia temperada e amplo conhecimento específico e genérico, os idosos estão se mostrando empreendedores em potencial. Pois, é quando há determinação suficiente para encarar a necessidade de continuar trabalhando.

 

Tudo indica que o idoso brasileiro, conectando o espírito empreendedor nacional à necessidade de confrontar as condições inóspitas do meio ambiente empresarial e estatal, começa a buscar alternativas no mercado. Consultorias, franquias, pequenos negócios dentro da experiência acumulada ou de sonhos armazenados, estão na pauta.

 

O Brasil, que ora usufrui do bônus demográfico passa a ter uma possível saída quando acabar esta fase, dependendo do sucesso desta geração de idosos empreendedores.

 

É o que desejamos, pois enquanto vemos homens experientes e de sucesso saírem do trabalho aos 60 anos em empresas privadas, ou ministros do STF com 70 anos, o premio Nobel de Medicina foi dado a John Gurdon, de 79 anos, professor em atividade da Universidade de Cambridge e responsável também pelo Instituto John Gurdon de Cambridge que pesquisa sobre câncer e biologia do desenvolvimento.

 


Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos, e escreve às quartas-feiras, no Blog do Mílton Jung

Franquias, a técnica e a emoção

 

Por Carlos Magno Gibrail

 

Graças ao crescimento do setor de franquias no Brasil, em grande parte devido ao fato da compatibilidade entre a cultura aspiracional do brasileiro aliada ao seu espírito empreendedor, temos hoje um vasto arsenal de informações técnicas do sistema de franquias.

 

Dentro deste conhecimento geral embasado no acúmulo de experiências de sucesso e insucesso, o processo da escolha é um dos aspectos mais relevantes.

 

Da revista Exame, dentre outros tantos exemplos, podemos extrair um resumo bem elaborado dos procedimentos a seguir para uma boa decisão da franquia a adquirir. Eis seis passos para fazer uma boa escolha:

 

1. Conheça o setor de franquia
2. Avalie-se
3. Elimine opções
4. Calcule o capital
5. Cheque a região
6. Investigue o franqueador

 

Acompanhando há 30 anos o desempenho do setor de franquias, posso ressaltar que no processo de escolha as técnicas e as informações acumuladas têm municiado de forma suficiente os candidatos à franquia. Destacaria apenas a importância de não confundir empreendedor com consumidor, pois uma coisa é gostar de pão de queijo e outra é cumprir a rotina de lojista, acompanhando os processos de atendimento, compras, finanças, etc. embora tal conjunção quando possível é quase certeza de sucesso.

 

Assim como o franqueado embora empreendedor, precisa seguir padrões e tem pouco espaço para criação. O capital também deve ser tratado com a importância necessária, evitando financiamentos e considerando capital de giro próprio suficiente para manter saudável o fluxo de caixa. Por fim, ter sempre em mente que os Ps do marketing mix devem ser checados, ou seja, Pessoas, Produto, Ponto, Propaganda e Promoção.
Entretanto, é a emoção que poderá fazer a diferença entre o trivial e o sensacional.

 

Selecionar uma marca para ser franqueado ultrapassa a técnica, que é necessária, mas não é suficiente. Quando as marcas passam a pertencer aos consumidores e o intangível determina seu valor de mercado, fica claro que os números ajudam, mas não resolvem. É imprescindível o empreendedor de “espírito animal”. E, mais uma vez Keynes desponta: “A decisão de investir depende em larga medida da confiança do empresário – uma questão de psicologia, e não de prospecção matemática. A condição ideal para o investimento ocorre quando o cálculo racional se complementa e se sustenta pelo espírito animal, de modo que o pensamento sobre o fracasso é posto de lado, como um homem saudável coloca de lado a expectativa da morte”. E complementa: “O espírito animal associa-se a um instinto de otimismo espontâneo, uma propensão natural para a ação, em vez da inação. Essa tendência inata para a atividade é que faz a engrenagem da economia e dos empregos girar”. 

 

Livros, artigos, entrevistas e palestras sobre franquias tem esquecido Keynes. Fica aqui a lembrança.

 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos, e escreve às quartas-feiras, no Blog do Mílton Jung

Mundo Corporativo: Profissional liberal é empreendedor

 

Os profissionais liberais tendem a não se enxergar como empreendedores, mas precisam administrar seu negócio de maneira organizada e sustentável. Sem esta percepção, médicos, advogados e arquitetos – apenas para citar algumas das funções – acabam prejudicando seu próprio negócio. Quem chama atenção para esta realidade no mercado de trabalho é o gestor de carreiras Fábio Zugman que lançou o livro “Empreendedores Esquecidos”, pela editora Elsevier, e foi entrevistado no Mundo Corporativo, da CBN.

O Mundo Corporativo pode ser assistido, ao vivo, na internet, às quartas-feiras, às 11 da manhã, com participação do ouvinte-intenauta pelo e-mail mundocoporativo@cbn.com.br e pelo twitter @jornaldacbn. O programa é reproduzido aos sábados, no Jornal da CBN.