O Jogo da Imitação: o difícil é desvendar o enigma da intolerância

 

Por Biba Mello

 

 

FILME DA SEMANA
“O Jogo da Imitação”
Um filme de Morten Tyldum
Gênero:Biografia / Drama.
País:EUA / Reino Unido

 

É a cinebiografia de um gênio da matemática, Alan Turing, que é contratado pelos aliados para decifrar o “Enigma”: uma máquina criada pelos alemães que mandava códigos indecifráveis durante a guerra, combinando ataques e discutindo estratégias.

 

Por que ver:
Não tem o que falar da técnica cinematográfica do filme. Impecável e clássica. Em relação ao roteiro, os amantes de história sobre a segunda guerra vão dar cambalhotas de alegria ao assistir este filme.

 

Estima-se que esta descoberta(Enigma) salvou em torno de 14 milhões de pessoas e antecipou o fim da segunda guerra mundial em 2 anos!!!

 

Apesar de detestar fazer spoiler (se não gostarem de quem faça parem de ler agora), acho importante abordar outro aspecto da fita; Alan era gay e por sê-lo foi condenado(era crime na época, pasmem!) à castração química, resultando em um final trágico. A história também nos ensina a não repetir erros do passado. Portanto a prática da tolerância é muito importante…Vejam só, alguém tão genial foi condenado por sua opção sexual, mesmo tendo poupado tantas vidas…Inconcebível…Triste mesmo…

 

Como ver:
Aprender sobre história é sempre bom. Assista com alguém que entenda sobre a história da segunda guerra pois a mesma certamente terá outros fatos curiosos para acrescentar.

 

Quando não ver:
Proibido para menores de 12 anos.

 


Biba Mello, diretora de cinema, blogger e apaixonada por assuntos femininos. Escreve sobre filmes no Blog do Mílton Jung

Leia-me ou devoro-te

 

Por Carlos Magno Gibrail

Reading Is Fundamental

O enigma da Esfinge indagava “Que animal caminha com quatro pés pela manhã, dois ao meio-dia e três à tarde e é mais fraco quando tem mais pernas?” Édipo, filho do rei de Tebas e assassino inconsciente de seu próprio pai, solucionou o mistério, respondendo: “o homem, pois ele engatinha quando pequeno, anda com as duas pernas quando é adulto e usa bengala na velhice.” Ao ver seu enigma solucionado a Esfinge suicidou-se, lançando-se num abismo, e Édipo, como prêmio, recebeu o Reino de Tebas e a mão da rainha enviuvada, sua própria mãe.

Lembrei desta interessante passagem da mitologia egípcia ao ler a recente pesquisa do PISA Programa Internacional de Avaliação de Alunos e fui buscar na internet o texto acima. O objetivo do PISA é apresentar indicadores comparativos entre 65 países buscando a melhoria dos sistemas educacionais. Provas trienais para alunos de 15 anos em Leitura, Matemática e Ciências, de forma a enfatizar uma destas matérias a cada vez. Este ano foi a Leitura e o Brasil, 7ª Economia do mundo, ficou em 53º lugar.

É um alerta e tanto, principalmente se considerarmos a correlação demonstrada no estudo do PISA quando informa que as melhores performances estão com os estudantes que possuem mais livros em casa.

70% das residências nacionais apresentam menos de 20 livros. Entre aqueles países de casas com mais de 200 livros a Coréia tem 22,2%, o Brasil tem 1,9% , na frente apenas da Tunísia com 1,7%.

Pais e professores precisam entrar neste desafio e o Instituto Pró-Livro em sua última pesquisa mostrou que o gosto dos jovens pelos livros é oriundo da influência da mãe em 49%, das professoras 33% e dos pais 30%.

Não é tarefa difícil, é apenas questão de hábito que poderá ser ajudado pelos produtos informatizados, embora ainda na expectativa se aliado ou não da leitura de livros para os jovens brasileiros. As apostas, entretanto, são favoráveis.

É crucial para conseguirmos avanços econômicos, sociais e culturais. É fundamental para entender o mundo e não ser manipulado por ele, isto é, Estado, políticos, empresas, imprensa e até mesmo pelos que os cercam.

É o enigma do mundo moderno, leia-me ou devoro-te.

Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e escreve no Blog do Mílton Jung às quartas-feiras


Foto da Galeria de Troy Holden, no Flickr