Foto-ouvinte: Discurso no entulho

 

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Por Devanir Amâncio
ONG Educa SP

Antônio Ventura, de 77 anos, morador da COHAB Adventista, região do Capão Redondo, Zona Sul, subiu no sofá de um lixão – na esquina da rua Modelar com a Integrada – para pedir mais atenção da Prefeitura, e também fez um pedido ao povo: “É hora de reagir contra a politicagem, reagir contra si mesmo e parar com esse hábito feio de sujar o bairro”.
A redução dos recursos destinados à limpeza urbana está sendo danosa à cidade, e isso terá consequência maior assim que começar o período de chuvas. Tirar dinheiro de um serviço tão essencial como o da varrição (53,9%) é atentar contra a boa qualidade de vida da população e, além do mais, é uma grande demonstração de descaso com a cidade. A Prefeitura deveria colocar em prática a proposta de construir mais ecopontos e deixá-los abertos 24 horas, inclusive aos sábados e domingos, se assim quiser diminuir a quantidade de entulho na rua.

Lixo da cidade

 

O lixo toma o espaço dos pedestres na rua Maria Branca, Vila Rosária, em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo, conforme registra o colaborador e ouvinte-internauta Marcos Paulo Dias. “No local, proliferação de insetos e roedores”, relata.

Lixo na maria branca

Não muito diferente é a situação encontrada pelo repórter da CBN Juliano Dip que no sábado passou pelas margens do rio Tamanduateí, desde o Viaduto Grande São Paulo até a rua São Raimundo.

Lixo no Tamanduateí

Foto-ouvinte: Que caçamba !

 

Enormes latões de lixo em lugar de caçambas para entulho. Alguns sem a identificação exigida pela prefeitura, todos extrapolando a lei ao deixarem o material armazenado ‘transbordar’. Foi o que o colaborador do Blog do Mílton Jung, Marcos Paulo Dias, encontrou em suas caminhadas pelas ruas de São Paulo. E resolveu denunciá-los registrando as imagens que você encontra no álbum digital.

Foto-ouvinte: Fugaz celebridade

 

Sala na Oscar Freire

Que o mundo das celebridades é fugaz, nunca teve dúvida. Não esperava, porém, que em tão pouco tempo – as prestações sequer haviam sido pagas – seria abandonado na calçada. Este sofá, assim como a cidade, esperava um pouco mais de respeito, principalmente por ter servido a clientes e lojistas chiques que visitam a mais luxuosa das ruas paulistanas, a Oscar Freire, onde teve abandono flagrado pelo ouvinte-internauta Sérgio Mendes. Entre roto e rasgado, pensava com suas almofadas: “Tivesse a assinatura de um Kuramata iria para casas de antiguidade”.

Pauta do dia no #cbnsp 31.01.2010

 

6341Rodoanel e o impacto – O trecho sul do Rodoanel será aberto às seis horas da manhã dessa quinta-feira, 1º de abril. E no CBN SP discutimos sobre o reflexo que esta obra pode ter no trânsito da capital paulista. Duas opiniões totalmente diferentes.

O professor das faculdades de Arquitetura e Urbanismo da USP e Mackenzie João Sette Whitaker entende que a obra terá alguma impacto em até um ano, no máximo: “O aumento da frota de carros logo trará de volta os congestionamentos”. O professor também alerta para o impacto ambiental que o Rodoanel irá gerar na região dos mananciais.

O secretário estadual de Transportes Mauro Arce defende que mesmo com a cobrança de pedágio o volume de caminhões que deixará de circular por dentro da cidade será suficiente para amenizar o impacto no trânsito. Ele entende que o Governo criou mecanismos para impedir o adensamento na área do Rodoanel e preservação do meio ambiente.

Ouça aqui as duas entrevistas sobre o novo trecho do Rodoanel e outras informações.

M’Boi Mirim e trânsito – A SPTrans implantou uma faixa reversível para reduzir o tempo de viagem dos ônibus na estrada do M’Boi Mirim, na zona sul de São Paulo. Porém, conforme informações levantadas pela repórter Mônica Pocker a medida não foi suficiente para melhorar a situação dos passageiros. Há duas semanas, moradores promoveram protestos na região contra a falta de qualidade do serviço de transporte público.

Sujeira na Mooca

Cidade e sujeira – A região central de São Paulo tem vários pontos tomados pelo lixo, como constatou em reportagem Cátia Toffoletto, nesta manhã. Um dos locais nos quais encontrou “montanhas” de sujeira e entulho foi a rua  Diogo de Mendonça com a avenida Presidente Wilson que você vê na foto.

Esquina do Esporte – O São Paulo erra ao ter como meta o empate contra o Monterrey, no México, pela Libertadores. A opinião é de Deva Pascovicci que debateu o assunto com Marcelo Gomes, no CBN SP. Ouça aqui.

Canto da Cátia: Um lixo de cidadão

 

Flagrante de despejo

Chegou sorrateiro, com olhar desconfiado apesar dos gestos certeiros. Parecia já conhecer o local, sentia-se em casa. A Kombi foi mal e porcamente estacionada ao lado de toda a sujeira. De dentro dela, sacos de entulho foram arrastados com habilidade típica dos experts no assunto. Em poucos minutos a tarefa estava concluída. Ninguém iria perceber aquele gesto em meio a um cenário no qual o lixo não está apenas espalhado no chão, está no carro que polui o ar e o visual, e no comportamento do cidadão. A Cátia Toffoletto percebeu ao passar pela rua Xavier de Oliveira, na Vila Nhocuné, zona leste

Canto da Cátia: Pequeno conto na sala abandonada

 

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O conjunto foi comprado em 36 vezes na loja popular do bairro e combinava com a decoração simples da casa pequena da Vila Madalena. Antes de as prestações acabarem, acabou o estofado. Pegou sol, perdeu a cor, desbotou. Para receber as visitas não servia mais. Que fim vou dar ? – perguntou conçando a cabeça. Tinha pena de se desfazer dele, lembrava o namoro novo consumado no menorzinho. Na salinha dos cacarecos nem lugar mais havia. Ouviu no rádio que jogar na calçada atrapalha os pedestres e se a prefeitura pegar, vai multa. Viu a caçamba na Aspicuelta e a confundiu com coração de mãe, onde além do entulho, do resto da obra, da terra revirada, sempre cabe mais alguma coisa. E lá deixou com dó no peito e sem-vergonha na cara, as duas peças decorando a caixa de ferro.

Pequena história prá ilustrar flagrante feito pela repórter Cátia Toffoletto na manhã de quinta-feira. Se gostou – do estofado – corre lá que talvez ainda dê para salvar

E por falar em Morumbi

 

Lixão da Paraisópolis

No contraste entre Paraisópolis e Morumbi, o lixão acumulado na rua está em primeiro plano na imagem feita pelo ouvinte-internauta André Dantas. Este cenário teria surgido no fim do ano, cruzou janeiro e não foi resolvido até agora como explica em mensagem ao CBN SP. “Importante lembrar é que não queremos que apenas retirem o lixão, pois isso é paliativo, e não resolverá o problema em si. Queremos uma reformulação na área, com caçambas distintas para o lixo doméstico e para o entulho, todas elas permanentes e que sejam limpas periodicamente”.

Se alguma autoridade estiver interessada em resolver o problema o lixão está na rua RUdolf Lotze, 9111, próximo da avenida Giovanni Gronchi.

Canto da Cátia: Olheiros para os Ecopontos, também

 

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Fiscais disfarçados de morador de rua foram usados pelas subprefeituras da Casa Verde e Freguesia do Ó, na zona norte de São Paulo, para flagrar depósito ilegal de entulho em locais públicos. O resultado de dois dias de ação foi a prisão de seis pessoas e o susto naqueles que agem de forma criminosa, conforme ressaltou o subprefeito Walter Abrahão Filho, da Casa Verde, que conversou com o CBN SP. No mesmo programa, ouvi da Cátia Toffoletto o relato de irregularidades e descaso em ecopontos mantidos pela prefeitura de São Paulo, locais que deveriam servir para o depósito deste material. No entanto, estes ambientes tem se transformado em “lixões” ao ar livre. Talvez esteja na hora de colocar “olheiros” também para verificar porque os administradores municipais não controlam o acesso aos ecopontos.

Ouça a reportagem da Cátia Toffoletto sobre o descaso nos ecopontos

Ouça a entrevista com o subprefeito da Casa Verde sobre a operação de combate ao lixo clandestino