Cheguei tarde à série de TV The Bear (O Urso), uma das mais premiadas dos últimos anos. Antes tarde do que nunca. Aproveitei as férias e engatei um capítulo após o outro. Adorei o que assisti. Cheguei nesta semana ao fim da terceira temporada e alguém me contou que a quarta está prestes a estrear. Haja ansiedade!
Não me atrevo a uma sinopse, menos ainda a uma crítica sobre a qualidade do trabalho do roteirista, produtor e diretor Christopher Storer e do elenco que reuniu. Os muitos prêmio que a série recebeu falam por si. Trago para esse espaço a experiência que tive ao assistir The Bear e dividir com você duas lições que considero fundamentais para uma comunicação qualificada. Ambas aparecem no capítulo em que o restaurante The Bear vai inaugurar, na segunda temporada.
A equipe se reúne para ouvir as orientações antes da abertura das portas. É uma espécie de preleção para motivar e alinhar todos com o padrão de excelência no atendimento que buscam alcançar. Richie, interpretado pelo ator Ebon Moss-Bachrach, responsável pelo salão, faz um pergunta instigante: o que Vasudeva disse a Sidarta, às margens do rio Ganges? Uma referência ao romance de Herman Hesse, de 1922, que nos convida a refletir sobre escolhas, desapegos e caminhos que nos levam à sabedoria.
Diante dos olhares de dúvida da equipe, Richie responde com a frase de Vasudeva: “Listen better” ou “escute melhor”. No livro, Sidarta percebe que a verdadeira sabedoria não se ensina com palavras, mas se vive e se sente. A escuta, nesse contexto, é uma metáfora para a abertura interior necessária ao autoconhecimento. No seriado, a intenção é mais prática:os funcionários devem devem escutar os clientes não apenas pelas palavras, mas pelas atitudes e reações.
A prática da escuta é transformadora nas relações interpessoais. Arrisco dizer: é diferencial competitivo. Quando você aceita escutar o outro, se diferencia, aprende mais, entende melhor e constrói diálogos mais ricos e qualificados. Meu colega e coautor do livroEscute, expresse e fale! , Thomas Brieu, ensina escutar é, por si só, uma forma poderosa de expressão.
Na sequência da cena, em The Bear, Natalie “Sugar” Berzatto, protagonizada por Abby Eliott, reforça outra mensagem essencial: “Last reminder: ABC – always be communicating”. O tradutor adaptou como “aplicar boa comunicação” apesar de, ao pé da letra, a expressão significar “esteja sempre se comunicando”. No original ou no esforço do tradutor, o recado é direto: comunicar-se é essencial para manter a equipe alinhada e informada sobre objetivos, mudanças e avanços.
Escutar melhor e comunicar-se sempre são como os ingredientes básicos de um restaurante de sucesso: sem eles, o cardápio pode ser impecável, mas o serviço ficará abaixo do esperado. Escutar é como decifrar o pedido nas entrelinhas, e comunicar-se é servir a mensagem no ponto certo. No fim, são esses dois itens que transformam experiências, seja à mesa ou na vida. Inclua-os no seu cardápio diário.
E se ainda não assistiu a The Bear, corre lá na Disney+ antes que a quarta temporada estreie.
Leia a nova edição de “Escute, expresse e fale”
A edição revisada e ampliada de Escute, expresse e fale! Domine a comunicação e seja um líder poderoso(Rocco), que escrevi com António Sacavém, Leny Kyrillos, Thomas Brieu, foi lançada nesta semana e tem dois capítulos inéditos: um que trata do impacto da IA na comunicação e outro que apresenta o método do storytelling ao vivo.
Conheça a certificação sobre comunicação estratégica
O curso que oferecemos é on-line e gravado, com todas as aulas e masterclasses já disponíveis. Além das aulas que preparei ao lado de Thiago Quintino, fundador da WCES, temos masterclasses com professores-convidados: Luiza Helena Trajano, Mário Sérgio Cortella, Leny Kyrillos, Martha Gabriel, Arthur Igreja, Michel Alcoforado, e Thomas Brieu.
A volta de Donald Trump à Casa Branca, nessa segunda-feira, está permeada pelas incertezas e temores do que o líder populista americano fará com o poder reconquistado, nos Estados Unidos. Das certezas, a repetição de uma das marcas de seu primeiro governo, o uso da mentira como estratégia de comunicação e liderança. O comportamento de Trump na presidência foi motivo de uma série de estudos, alguns deles usei como referência no livro “Escute, expresse e fale!”, escrito com meus colegas António Sacavém, Leny Kyrillos e Thomas Brieu, pela editora Rocco.
No capítulo sobre líderes tóxicos citamos uma pesquisa que codificou quatrocentas mentiras proferidas por Trump, no primeiro mandato. Identificou-se que ele pode dizer sete vezes mais mentiras em seu benefício do que em benefício dos outros. Para ter ideia do que isso significa, as pessoas, por padrão, dizem duas vezes mais mentiras em benefício próprio do que mentiras em benefício dos outros.
De acordo com a pesquisadora Bella DePaulo, doutora em Harvard, apenas de 2% a 3% das mentiras contadas por pessoas comuns são cruéis, ou seja, têm o objetivo de prejudicar terceiros. No caso do presidente Trump as mentiras cruéis chegam a 50%. Apenas 10% das mentiras de Trump são consideradas bondosas. Entre nós, “mentirosos comuns”, esse tipo de mentira chega a 25% — sim a gente também mente para o bem. Portanto, além de mentir muito, Trump mente para se beneficiar e para destruir os outros.
Um outro trabalho comparou os traços de personalidades e os estilos utilizados na campanha política por Trump, assim como os de mais 21 líderes mundiais considerados populistas. O resultado é impressionante. Mesmo quando colocado ao lado de figuras políticas narcisistas e agressivas, ele se destaca como um extremo entre os extremados.
Conforme o psicanalista John Zinner, ex-chefe da Unidade de Estudos de Terapia Familiar do Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH), em entrevista ao site Raw Story em 2020, Donald Trump é considerado perigoso por conta da fragilidade de seu senso de valor pessoal. Segundo Zinner, qualquer crítica ou demonstração de desprezo é vivenciada por Trump como uma humilhação profunda e uma ameaça à sua autoestima. Para lidar com esse vazio emocional, ele recorre ao que os especialistas chamam de “raiva narcisista”, reagindo de forma agressiva. Além disso, ele demonstra incapacidade de assumir responsabilidade por erros ou falhas, preferindo culpar terceiros e atacar aqueles que considera responsáveis por sua humilhação.
No livro “Escute, expresse e fale!”, Trump ilustrou o capítulo dos líderes tóxicos em que explicamos também porque as pessoas seguem esses profissionais que persistem a frente de algumas organizações. Chamamos atenção para a forma como manipulam seus colaboradores, seduzem os colegas e forjam resultados imediatos, sem compromisso com o futuro. Encerramos o capítulo com um alerta que permanece atual: líderes tóxicos podem conquistar admiradores e alcançar resultados momentâneos, mas deixam um rastro de destruição que compromete instituições, relações e a confiança necessária para construir um futuro sustentável.
A editora Rocco lança, nesta semana, a nova edição de “Escute, Expresse e Fale!” que destaca o impacto da Inteligência Artificial na comunicação e ensina como construir um storytelling ao vivo.
A comunicação é a base das relações humanas e o pilar para liderar em tempos de transformação. Por isso, a versão revista e ampliada de “Escute, Expresse e Fale!” (Rocco) chega com novidades indispensáveis para líderes e profissionais que desejam aprimorar suas habilidades comunicativas.
António Sacavém, Leny Kyrillos, Thomas Brieu e eu apresentamos dois novos capítulos que respondem às demandas contemporâneas: Inteligência Artificial (IA) e Storytelling ao Vivo.
IA e a comunicação do futuro
A revolução da IA está transformando a maneira como nos conectamos e lideramos. Sistemas como ChatGPT e tecnologias de personalização estão remodelando interações, e trazem dilemas éticos: como equilibrar o uso de dados sem comprometer a privacidade? Como manter a humanidade no centro das decisões?
Neste novo capítulo, exploramos o conceito do “Líder AI-Driver”, um perfil que combina habilidades tecnológicas e humanas para liderar de forma ética e empática. É um convite para navegar pelos desafios e oportunidades da IA sem perder de vista a essência da comunicação: o fator humano.
Storytelling ao vivo: comunicação em tempo real
Histórias sempre foram uma ferramenta poderosa, mas o storytelling ao vivo eleva isso a outro nível. É uma abordagem dinâmica, em que narrador e público cocriam experiências únicas no momento.
Essa técnica dissolve conflitos, promove empatia e engaja equipes como nenhuma outra. No livro, apresentamos ferramentas práticas para aplicar o storytelling ao vivo em contextos corporativos e interpessoais, transformando simples conversas em experiências memoráveis.
Por que ler a nova edição?
Seja você líder, educador ou profissional, esta obra é um guia para quem deseja navegar com impacto pelas mudanças do mundo atual. A integração dos temas de IA e storytelling reflete as novas demandas de comunicação e liderança.
“Escute, Expresse e Fale!” é um mapa para fortalecer conexões humanas e transformar palavras em ações poderosas.
Está pronto para dominar a comunicação e liderar com propósito?
“Nas estradas de ferro do interior, havia sempre um aviso antes de cruzar os trilhos: pare, olhe, escute”
Cecília Russo
A construção de uma marca não é apenas uma questão de criatividade ou sorte; ela envolve uma série de estratégias e práticas fundamentais. Os ensinamentos para que a empresa, o produto ou o serviço que essa marca representa trilhem um caminho de sucesso podem ser encontrados em diversos lugares. Até mesmo diante da cancela de um trilho de trem, como destacaram Jaime Troiano e Cecília Russo, no comentário Sua Marca Vai Ser Um Sucesso, da CBN.
Jaime e Cecília se inspiraram nos três alertas que estão na placa de segurança que costuma fazer parte deste cenário: pare, olhe e escute. São três atitudes essenciais, baseadas em palavras simples que ajudam no processo de construção e ajuste de marca eficaz.
“Vamos lembrar que pare, olhe, escute é sempre o verbo conjugado no imperativo. Tem o sentido assertivo de algo a fazer”.
Jaime Troiano
Os três sinais de alerta
O “pare” representa uma atitude de cautela e reflexão. Nessa fase, é crucial evitar julgamentos precipitados e estar aberto a novas ideias, uma prática especialmente valiosa para marcas em fase inicial. Este momento de pausa permite absorver informações, sem a interferência do orgulho ou preconceitos.
A segunda fase, “olhe”, é descrita como um período de observação e análise. Aqui, a marca deve absorver as impressões recebidas anteriormente e começar a formar uma visão analítica. Esta etapa envolve olhar tanto para o mundo externo quanto para o interno da marca, garantindo que as estratégias façam sentido para ambos os lados. Esta fase ativa no processo de branding é crucial para construir os alicerces da marca.
Por fim, “escute” é a etapa onde as reações e feedbacks do público são recebidos. Troiano enfatiza a importância da humildade e atenção nesta fase, pois as reações negativas podem ser desafiadoras, mas são essenciais para o refinamento da marca. A eficácia das fases anteriores de “parar” e “olhar” se reflete aqui, pois uma abordagem dedicada e honesta tende a minimizar reações adversas.
“Uma regra é sempre verdadeira: as reações serão menos negativas na fase do escute quanto mais você tiver sido dedicado e honesto consigo mesmo no pare e olhe”.
Jaime Troiano
Além dessas estratégias, é importante reconhecer que, mesmo seguindo essas etapas cuidadosamente, o sucesso não é garantido. No mundo dinâmico do branding, a agilidade e a capacidade de adaptação são fundamentais.
“Mesmo com todos esses cuidados, não existe segurança total nesses processos de branding. Tem sempre um trem passando sobre o Pica-Pau – lembra dos desenhos animados?”
Cecília Russo
Ouça o Sua Marca Vai Ser Um Sucesso
Jaime Troiano e Cecília Russo, com sua experiência no campo do branding, oferecem uma perspectiva prática e realista, essencial para qualquer pessoa envolvida na criação ou gestão de marcas. A aplicação dessas estratégias pode ser a chave para cruzar a linha do trem do mercado com segurança e sucesso. O comentário vai ao ar aos sábados, logo após às 7h50 da manhã, no Jornal da CBN. A sonorização é do Paschoal Júnior:
A convite da jornalista Joyce Carvalho falei sobre o livro “Escute, expresse e fale”(Rocco), no programa que apresenta na CBN Curitiba. Provocado por ela, expliquei que a comunicação desempenha um papel crucial na construção de relações sustentáveis e na superação da polarização e da agressividade presentes nas interações diárias e online.
O livro que escrevi com Antônio Sacavém, Thomas Brie e Leny Kyrillos explora como a comunicação pode ser um antídoto à polarização e à violência nas sociedades. Destaquei que ouvir e compreender o outro é fundamental para aproximar pessoas com perspectivas diferentes e reduzir conflitos.
Na conversa, Joyce e eu chamamos atenção do ouvinte para o fato de a comunicação ser um instrumento poderoso para superar desafios sociais e criar um ambiente mais colaborativo e harmonioso. Além disso, destaquei a importância de influências positivas na formação de profissionais de comunicação e ressaltai a necessidade de abordar questões complexas de forma sensível e responsável.
A surpresa ficou por conta da reprodução de momentos em que atuei no rádio do Rio Grande do Sul como jornalista esportivo ao lado do meu pai, que também foi tema da conversa que você ouve aqui:
A Escolar Editora anuncia o lançamento do livro “Escute, expresse e fale!”, que explora o poder da comunicação para construir relacionamentos sustentáveis e promover mudanças positivas. Os autores são o português António Sacavém, o franco-brasileiro Thomas Brieu, e os brasileiros Leny Kyrillos e Mílton Jung. O livro se iniciou em uma conversa deles na vila portuguesa de Sintra, atravessou o Atlântico, se transformou em um sucesso no primeiro mês de lançamento no Brasil e agora retorna a Portugal.
Publicado originalmente no Brasil pela editora Rocco, “Escute, expresse e fale” chega a Portugal através da Escolar Editora, grupo editorial que ao longo de seus 70 anos conquistou relevante presença no meio universitário e acadêmico, e tem valorizado os pesquisadores e autores de países de língua oficial portuguesa. Os lançamentos estão confirmados para as cidades de Lisboa, Porto e Cascais, na última semana do mês de junho,e serão abertos com um bate-papo dos autores com seus leitores, seguido de sessão de autógrafo.
De acordo com os autores, a comunicação efetiva e afetiva desempenha um papel fundamental na redução de diferenças, na aproximação entre as pessoas e no fortalecimento dos laços humanos.
Em um mundo marcado por intolerância e conflitos, a habilidade comunicativa se torna ainda mais relevante. “Escute, expresse e fale!” reúne reflexões aprofundadas sobre o tema, fornecendo dicas práticas para aprimorar a capacidade de diálogo em diversas situações, desde conversas informais até reuniões de negócios.
“Temos a convicção de que a comunicação efetiva e afetiva é o melhor antídoto à intolerância” Mílton Jung.
Os autores, apaixonados pelo ato de conversar, são profissionais experientes em suas respectivas áreas. Mílton Jung, jornalista e âncora da rádio CBN, António Sacavém, doutor em gestão e especialista em comunicação não verbal, Leny Kyrillos, doutora em voz, fonoaudióloga e comunicadora, e Thomas Brieu, palestrante e professor de escutatória e padrões de linguagem colaborativos, uniram seus conhecimentos para fornecer uma visão abrangente sobre o poder da comunicação.
“A obra pretende ajudar você a se comunicar de forma eficiente e poderosa nas relações pessoais e profissionais, incluindo a maneira de lidar com aqueles que têm pensamentos e ações diferentes dos nossos. Nosso objetivo é fazer da comunicação a competência que nos capacite a sermos humanos melhores em um mundo melhor”, escrevem os autores na abertura do livro.
“Escute, expresse e fale!” aborda a importância de alinhar os recursos verbais, não verbais e vocais para garantir clareza na mensagem e engajamento dos interlocutores. A obra oferece uma variedade de ferramentas e ensinamentos, incluindo técnicas para líderes empresariais atuarem de forma assertiva, empática e inclusiva.
EVENTOS DE LANÇAMENTO
Os autores estarão presentes em três eventos de lançamento para compartilhar suas ideias e interagir com o público.
Confira as datas, horários e locais:
24 de junho, às 17h na livraria Ler Devagar, no LX Factory, em Lisboa.
25 de junho, às 16h na Fnac de Santa Catarina, cidade do Porto.
27 de junho, às 19h na Fnac do Cascaisshoppig, em Cascais
Esses eventos oferecerão uma oportunidade única para os leitores se aproximarem dos autores e discutirem os princípios e técnicas abordados no livro.
OS AUTORES
ANTÓNIO SACAVÉM: Doutor em gestão, com tese na área de comunicação em liderança, especialista em comunicação não verbal, é professor na Universidade Europeia e no IPAM. Professor convidado no Career Lab da Universidade Católica. Dá aulas e cursos de Comportamento Organizacional, Liderança e Gestão de Equipes, Negociação, e Competências de Comunicação. Ensina inteligência não verbal e emocional a líderes empresariais e governamentais.
LENY KYRILLOS: Fonoaudióloga da TV Globo-SP e da rádio CBN e especialista em voz, é mestre e doutora pela UNIFESP. Realiza palestras e orienta CEOs, executivos, gestores e diversos outros profissionais que veem na comunicação uma ferramenta essencial para liderar empresas, grupos de trabalho e a própria carreira. Apresenta o quadro Comunicação e Liderança, na CBN, e é coautora de vários livros.
MÍLTON JUNG: Jornalista por formação, comunicador por convicção e escritor por insistência. Desde que concluiu a Faculdade de Comunicação Social da PUC-RS, migrou do rádio para o jornal, e então para a televisão, trabalhou em revistas e na internet, usufruiu do potencial das redes sociais e se estabeleceu no rádio novamente. É âncora da rádio CBN, palestrante na área de comunicação e já escreveu quatro livros.
THOMAS BRIEU: Especialista em escutatória, comunicação verbal e padrões de linguagem colaborativos, Thomas realiza treinamentos de líderes para algumas das mais importantes organizações que atuam no Brasil. Criou um centro de encontros e estudos no interior de São Paulo, no qual o ser humano interage com a mais pura natureza de modo a aprender que ele é o seu próprio meio ambiente.
Tenho uma ótima notícia para compartilhar com você – especialmente se estiver em Brasília. No dia 13 de junho, às 19h, estaremos lançando, em parceira com a ENAP, o livro “Escute, Expresse e Fale! Domine a comunicação e seja um líder poderoso” (Editora Rocco), e tenho certeza de que será uma ferramenta valiosa para aprimorar suas habilidades de comunicação e liderança.
O livro foi escrito por mim, juntamente com meus colegas António Sacavém, Leny Kyrillos e Thomas Brieu. Nossa intenção é compartilhar ideias e estratégias práticas para ajudar você a se destacar nesses aspectos tão importantes no mundo atual.
Para celebrar o lançamento, estarei presente no evento para uma palestra sobre o tema central do livro: comunicação e liderança, ao lado de Thomas Brieu. É uma oportunidade única para trocar ideias e aprender com as experiências compartilhadas.
Vale destacar que a Biblioteca do Futuro (BdF), um projeto da Enap, está por trás dessa iniciativa. A BdF busca transformar o conceito tradicional de biblioteca, tornando-a um espaço de colaboração, construção de conhecimento e inovação. A crença que move seus organizadores é que cada pessoa é um acervo de sabedoria, e é com base nessa premissa que promovem a discussão sobre o futuro das bibliotecas.
Gostaria muito de contar com sua presença no evento e de compartilhar esse momento especial com você. As vagas são limitadas, então não deixe de se inscrever o quanto antes. Faça sua inscrição aqui e garanta o seu lugar.
Logo após nosso bate-papo, teremos uma sessão de autógrafos para aqueles que desejarem comprar um exemplar do livro “Escute, expresse e fale!” e ter um momento de interação pessoal com os autores.
A data do evento é 13 de junho, terça-feira, às 19h, na Biblioteca da Enap, em Brasília.
Tenho certeza de que será uma noite inspiradora e enriquecedora.
Comunicação é a ação de tornar comum uma ideia, um pensamento, uma impressão. É resultado da atuação conjunta de três grupos de recursos: verbal, não verbal e vocal ou, na simplificação que os peritos do tema me permitirão fazer, palavra, corpo e voz. É a partir da coerência com que esses três recursos se expressam que a nossa mensagem se fortalece e influencia positivamente o outro. Na vida pessoal e profissional podemos nos considerar bem-sucedidos na nossa comunicação quando conseguimos inspirar e motivar os outros a colaborarem conosco. Algo essencial diante do ambiente polarizado que vivemos e da consciência de que a violência começa sempre que as palavras falham.
Um consórcio de pesquisas de Harvard, em 2006, constatou que pessoas com problemas de comunicação praticam e sofrem mais violência. A conclusão foi fruto da observação do comportamento comunicacional de presos de alta periculosidade e de vítimas de violência. Observou-se que a porcentagem de problemas de comunicação nesses dois grupos era maior do que na população em geral. Quando nos comunicamos mal geramos mais mal-entendidos. O ato da comunicação pressupõe aproximação. Nos sentimos melhores, mais felizes, quando somos capazes de explicitar para o outro o que queremos, o que necessitamos e o que esperamos dele. Quando esse processo é prejudicado, corremos o risco de não ter o retorno desejado, o que aumenta o nível de infelicidade.
Portanto, a boa comunicação nos faz mais felizes e, também, é o antídoto à intolerância que contamina as relações na sociedade atual. Seu aprimoramento permite que nos aproximemos de grupos que não pensam e não agem como nós, chamados de “insuportáveis” pelo psicólogo Luis Meirelles (que infelizmente nos deixou muito cedo), a medida que facilita a identificação de pontos de convergência.
Essas são algumas das ideias que defendemos no livro “Escute, expresse e fale! Domine a comunicação e seja um líder poderoso” (Editora Rocco), escrito com a fonoaudióloga Leny Kyrillos, o doutor em gestão e especialista em comunicação não verbal, o português António Sacavém, e o especialista em escutatória, o franco-brasileiro Thomas Brieu.
A mal-entendida regra 7-38-55
Logo nos primeiros capítulos do livro, fazemos um alerta: cuidado para não ser levado por uma avaliação inconsistente e superficial, que distorce o clássico estudo do professor emérito de psicologia na Universidade da California, em Los Angeles, Albert Mehrabian. Em 1967, ao lado de colegas da UCLA, o professor Mehrabian identificou que quando o significado da palavra contradiz a atitude comunicada, a mensagem é julgada segundo a atitude. Ou seja, o não verbal prevalece sobre o verbal. Foi além no estudo e entendeu que se prestava atenção uma vez e meia mais à expressão facial do que ao tom da voz. No fim das contas, concluiu que as pessoas comunicavam apenas 7% das informações por meio das palavras, 38% pela voz e 55% pelo corpo.
Infelizmente a regra 7-38-55 passou a ser usada de forma distorcida, dando a entender que a palavra tinha pouca importância na comunicação. O próprio Mehrabian se esforçou em alertar que não era essa a intenção dele, mesmo porque estava ciente das condições em que havia realizado sua pesquisa e dizia que havia situações em que, certamente, a palavra se sobrepunha ao corpo e a voz, por exemplo quando se trata de dar instruções para alguém. Veja que curioso, um especialista em comunicação sendo mal entendido a partir da forma como se comunicou!
Tenha consciência do seu comportamento
Daí vem uma outra lição essencial: comunicação não é o que eu digo, é o que o outro entende. Entre o que eu digo e o outro entende — entre emissor e receptor — há uma série de fatores que interferem, tais como vocabulário, tom da voz, gestos, a roupa que uso, o preconceito que tenho e que o outro tem de mim. É isso mesmo, a minha comunicação muitas vezes depende do outro, da disposição que ele tem em receber a mensagem, da confiança que ele tem em mim, por isso esse é sempre um processo complexo.
Um dos erros mais comuns dos executivos ao se comunicar, em especial diante de seus colaboradores, é a falta da consciência de como esse processo da comunicação funciona. Prepotentes ou autossuficientes, acreditam que basta falar, e falar o que bem entendem. Aos outros, cabe entender o que foi dito. E “tenho dito!”.
Falhas deixam funcionários instatisfeitos
Para se ter ideia, após ouvir 1.300 analistas, coordenadores, gestores, supervisores, gerentes e diretores, a consultoria de recursos humanos DMRH encontrou um resultado incrível tanto quanto preocupante: 47,9% dos profissionais brasileiros estavam insatisfeitos com a qualidade da comunicação no trabalho. Metade das pessoas reclamou da falta de clareza dos executivos de sua empresa. Pior: 60% disseram não saber quais eram suas metas. Trabalham sem ter ciência de onde a empresa e seus líderes querem que eles cheguem! Podemos concluir que esses, infelizmente, não são liderados, apenas cumprem ordens.
Essas falhas de comunicação afetam no relacionamento, na produtividade e na saúde mental dos colaboradores. A revista britânica The Economist, a partir de pesquisa com 403 executivos americanos, descobriu que mais da metade deles (52%) entendem que barreiras da comunicação contribuíram para ao aumento do estresse. Instruções pouco claras dos superiores, reuniões inúteis e outras situações de descontrole, impactaram os negócios como atraso ou falha na conclusão de projetos (44%), no baixo moral da equipe (31%), nas metas de desempenho não alcançadas (25%) e nas vendas perdidas (18%) — algumas no valor de centenas de milhares de dólares.
Assim como erramos nas mais diversas línguas — nos casos que citei, em português e inglês —, percebe-se nos dois estudos, a despeito de terem focos e metodologias diferentes, que estamos evoluindo muito lentamente no tema da comunicação nas empresas. A primeira é de 2007 e a segunda de 2017. Atente-se: ambas, antes da pandemia, que, certamente, impactou ainda mais a forma de nos comunicarmos na empresa.
É preciso ter atenção com a voz
Se não temos consciência sobre o processo de comunicação e, por isso, erramos, também não nos atentamos a como nossa voz é produzida e como impacta os outros. E, portanto, muitas vezes incomodamos. Ou corremos o risco de incomodar. O tempo, a melodia, a pausa, o ritmo e o volume da nossa voz, entre outros fatores, influenciam as nossas relações e constróem a nossa imagem, ensina a Dra Leny Kyrillos. Por exemplo, quando direcionamos o trabalho de projeção da voz para a garganta, geramos uma sobrecarga, enrijecemos a musculatura dessa região do corpo, a laringe fica mais elevada e a voz agudizada. Não bastasse o risco de transmitirmos uma imagem infantil, ainda tendemos a elevar o pescoço e gerarmos uma expressão de prepotência. A turma na empresa diz que o chefe tem o “nariz em pé” e se afasta. Tudo se resolveria com um ajuste vocal.
Não somos bons ouvintes
Há um erro bastante comum entre os executivos que é a dificuldade em escutar o outro. Thomas Brieu, que se dedica a linguagem colaborativa, costuma dizer que se nascemos humanos, não somos bons ouvintes. Pode ser chocante, mas é verdade. Durante bilhões de anos, nossa escuta foi orientada apenas para a nossa sobrevivência, para discernir o que é risco e o que é oportunidade. A escuta de ideias complexas por meio da linguagem é algo muito recente para o nosso cérebro. Se não escutamos, não sabemos qual é a necessidade do outro, o interesse dele naquela conversa ou se ele está aberto para receber a nossa mensagem. Temos o triste hábito de ouvir para responder e não para aprender.
A aplicação de um programa educacional de escutatória em uma empresa de callcenter, aqui no Brasil, redesenhou o planejamento da conversa dos atendentes com os clientes. Deixou de ser sobre o que a empresa queria falar e passou a ser sobre o que a empresa queria ouvir do cliente. Ganhou-se qualidade e bem-estar entre os funcionários, porque as conversas ficaram menos estressantes, e ganhou-se tempo. Com o uso de perguntas abertas e provas de escuta, um dos principais indicadores de desempenho do setor, o TMA (Tempo Médio de Atendimento) diminuiu ou ficou igual.
Use a palavra certa
Como escutamos pouco, aprendemos pouco. E por pouco que aprendemos temos um vocabulário limitado que atrapalha a comunicação. Sem repertório torna-se mais difícil precisar o que pensamos e desejamos. Como liderar pessoas se temos dificuldade em expressar com as palavras para onde eles devem caminhar? Aumenta a possibilidade de usarmos as palavras de maneira imprópria, causando desentendimento, e nos impede de termos versatilidade no vocabulário, prejudicando a conversa com os diversos públicos com os quais interagimos. Jargões do setor em que atuo podem fazer sentido no diálogo com os meus liderados, que estão na mesma área, e serem completamente inúteis e desastrosos quando me relaciono com os meus clientes.
Líderes também erram
Falta de consciência sobre como funciona o processo de comunicação. Falta de atenção com o padrão vocal e como influencia o outro. Incapacidade de escutar o seu interlocutor, e vocabulário restrito. Essas são falhas comuns entre executivos. Porque executivos, líderes e gestores também erram! Como erramos todos. E aqui vai um erro final e fatal: os líderes têm medo de errar e de admitir seus erros. Com isso mantém distância dos liderados e não oferecem espaço para que eles ajudem, sugiram mudanças e façam correção de rota em projetos. Prejudicam assim a comunicação. Por isso, António Sacavém, que ensina inteligência não verbal e emocional a executivos, defende a presença de líderes nas empresas que se permitam algum grau de vulnerabilidade. Líderes que não queiram ser vistos como robôs ou como exemplos de perfeição, mas como seres humanos, que têm pontos fortes, que o levaram até aquela função, e fracos, que exigem a colaboração da equipe.
Lançamento do livro
Você é convidado a participar do bate-papo e sessão de autógrafos, com a presença dos quatro autores do livro “Escute, expresse e fale!”(Editora Rocco), que se realizará nesta quinta-feira, dia 9 de fevereiro, às 19h, na Livraria da Travessa, do Shopping Iguatemi, de São Paulo. O livro já está à venda nas principais livrarias e nas plataformas eletrônicas, no formato impresso e digital.
Em entrevista ao jornal SC no Ar, na TV Record de Santa Catarina, nossa colega e fonoaudióloga Leny Kyrillos falou do lançamento de “Escute, expresse e fale!” (Editora Rocco). Na conversa com a âncora Márcia Dutra, Leny destacou a importância da harmonia nos três grupos de recursos da comunicação: o verbal, o não verbal e o vocal. E, também, apresentou sugestões importantes para quem tem de encarar as reuniões virtuais na empresa.
Assista à entrevista completa:
O lançamento de “Escute, expresse e fale!” será nesta quinta-feira, dia 9 de fevereiro, às 19 horas, na Livraria da Travessa, no Shopping Iguatemi de São Paulo. Na primeira meia hora do encontro, os quatro autores — Leny, António Sacavém, Thomas Brieu e eu — compartilharemos com os leitores alguns dos temas em destaque no livro que trata de comunicação e liderança.
Com direito a Júnior no sobrenome, o que muito me orgulha, o lançamento do livro Expresse, escute e fale! ganhou destaque, nesta semana, no Coletiva.net, portal de notícias e revista digital, dedicado a assuntos relacionados a carreiras e negócios nas áreas de Marketing e Comunicação, no Rio Grande do Sul:
A seguir, reproduzo alguns trechos da entrevista:
Comunicar-se de forma efetiva, seja pessoalmente ou virtualmente: essa é a proposta do novo livro do jornalista gaúcho Mílton Jung Jr.
“O livro pretende ajudar as pessoas a terem uma comunicação poderosa nas relações pessoais e profissionais”, explica Mílton.
Ainda de acordo com ele, os quatro autores são unidos pelo “sonho de fazer da habilidade, a competência que nos capacite a sermos humanos evoluídos em um mundo melhor”. Vocabulário, escuta, abertura para o outro, identificação de emoções e o uso da voz são algumas ferramentas exploradas pela obra.
Embora a estreia da produção esteja marcada primeiramente para a capital paulista, o objetivo é poder lançar, também, em Porto Alegre.
Junto com o gaúcho, estão os escritores António Sacavém, doutor em Gestão e especializado em comunicação não verbal, e Leny Kyrillos, fonoaudióloga da TV Globo de São Paulo, da rádio CBN e pesquisadora da voz. Além deles, assina a obra, também, o prático em escutatória, comunicação verbal e padrões de linguagem colaborativos, Thomas Brieu.