Preço baixo na moda é custeado pelo mais fraco

p> 

Por Carlos Magno Gibrail
p> 


p> 

A entrada da FOREVER 21 no Brasil suscita mais uma vez a questão dos preços baixos. Esse fato aparentemente alvissareiro encontra um mercado brasileiro de moda mais crítico. O sucesso na abertura das duas primeiras lojas Forever, com filas de consumidores ávidos por seus produtos não tem iludido observadores atentos. E já apontam ganhos e perdas.
p> 

A moda, um setor que até a pouco tempo não era levado a sério, tanto pelo jornalismo que via apenas o lado fashion, quanto pelo mundo econômico que o ignorava, evoluiu. Por isso, ficou claro que não há milagre nem novidade na operação do sul-coreano Chang.
p> 

Um pouco de fama, um salário de fome, uma ágil espionagem, uma concessão especial dos shoppings, outro tanto de dumping e um tantão de pouca qualidade na matéria prima e na mão de obra, resultam nos atrativos preços apresentados. Esta é a realidade, lida com a expertise do ramo da moda brasileiro. Entendendo que Chang, idealizador e executor deste jovem império, quando diz que não gasta com marketing nem com classe executiva nas viagens aos seus diretores, está falando a verdade, mas justificando falsamente a causa do baixo preço.
p> 

Prova é que ,segundo o jornalista Álvaro Leme, em matéria da VEJA, o Ministério do Trabalho americano tem acusações a Chang por pagar aquém do salário mínimo e submeter os funcionários a precárias condições de trabalho. Registra também que há mais de 50 ações de pirataria contra a Forever 21 por copiar modelos de outras marcas que estão sendo vendidos em suas lojas.
p> 

A sagacidade que emana da operação de Chang deve ter prevenido-o das ameaças e oportunidades de nosso mercado. Alta tributação e consumidores intensos exigirão a agilidade e esperteza que tem caracterizado a Forever 21. Welcome!
p> 

Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Milton Jung, às quartas-feiras.