A polícia que investiga e a brincadeira da Petrobrás

 

Por Milton Ferretti Jung

 

Até esta quinta-feira,desde que comecei a escrever no blog do Mílton,sempre tratei nos meus textos de apenas um assunto. Vou,hoje,fugir à regra. Afinal,diz um ditado,não há regra sem exceção. Começo dizendo que sou fã de carteirinha de literatura policial. Já li um monte de livros que versam deste assunto e tenho um gosto especial pelos autores que, na maioria das suas obras, elegem,como protagonista, um detetive,uma agente ou alguém do ramo.Prefiro os que aparecem em mais de um livro do mesmo criador. Esse não é o caso,porém, de o “Silêncio dos Inocentes”,de Thomaz Harris,no qual uma jovem treinada pelo FBI entrevista o Dr.Hannibal Lecter,brilhante psiquiatra,mas voltado para o crime. Cinco mulheres são assassinadas de maneira brutal e a jovem policial se vê envolvida em uma teia mortífera. O assassino é,por isso,chamado de “serial killer”. Nos livros,os homens da lei ou os personagens principais das histórias de ficção,precisam trabalhar afanosamente para descobrir quem é o assassino.

 

No Rio Grande do Sul,a polícia não precisou de muito tempo para chegar ao “serial killer” que assassinou seis taxistas,três na Fronteira e mais três em Porto Alegre. Não sei se a prisão de Luan Barcelos da Silva,21 anos,de classe média,bem apessoado e sem antecedentes criminais,ocorreu em tempo recorde. Convém lembrar que tudo começou na Semana Santa e terminou nesta,o que demonstra a qualidade extraordinária da investigação realizada pelos policiais gaúchos. Dar-lhes parabéns é muito pouco,mas é o que está ao meu alcance.

 

Os romances que,atualmente,fazem a minha cabeça – e até a refrescam – são,como escrevi no início desse texto,aqueles dos quais mais gosto. Leio jornais porque esses são imprescindíveis para a gente se manter bem informado. E,às vezes,não aprecio o que está estampado neles. Não gostei,por exemplo,de uma das respostas dadas pela Presidente da Petrobrás,Maria das Graças Foster,na entrevista que concedeu a Maria Isabel Hammes,colunista de economia de Zero Hora: a de que acha lindo engarrafamento porque o negócio dela é vender combustível. Maria Isabel,na sua pergunta,faz referência ao fato de que os carros são vendidos em até cem meses. Seria interessante saber se todos são religiosamente quitados.

 

Com tantos veículos circulando o trânsito das cidades torna-se,dia a dia, mais complicado. Ambientalmente falando,congestionamentos constantes também não deveriam ser saudados mesmo por quem “vende petróleo”. Talvez,entretanto,Maria da Graça Foster estivesse apenas brincando quando disse que acha lindo carro na rua.

 


Milton Ferretti Jung é jornalista, radialista e meu pai. Às quintas-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung (o filho dele)