
Beijing tem pouco mais de 17 milhões de moradores (penso que a expressão ‘pouco mais’ possa soar irônica) e frota que bate os 4,5 milhões de veículos. Este congestionamento de pessoas e carros não costuma dar muito certo – quem mora em São Paulo conhece bem a história. A capital chinesa tem o que especialistas consideram o pior trânsito do mundo. Por isso, o governo municipal está prestes a tomar medidas drásticas para conter a circulação na cidade.
Nos próximos meses, carro novo apenas se o motorista der sorte. Das cerca de 700 mil licenças concedidas por ano, serão sorteadas somente 240 mil, das quais 88% para carros particulares e o restante para veículos comerciais e instituições públicas. A frota oficial também ficará congelada nos próximos 5 anos.
Carros com placas de fora da cidade não poderão entrar em área central das 7h às 9h e das 17h às 20h, durante a semana.
Vai ficar 10 vezes mais caro estacionar na “zona azul” chinesa e o tempo de parada será reduzido pela metade, de acordo com as novas medidas. Em lugar de 2 yuan por meia hora, o estacionamento rotativo vai custar 10 yuan por apenas 15 minutos.
As mais duras medidas de restrição a circulação de carros na capital chinesa já causaram um primeiro efeito: a compra de “Zero Quilômetro” bateu recordes no mês de novembro, alcançando 95 mil unidades. São os chineses atualizando a frota antes que a lei entre em vigor.
Ao menos por lá, existem 300 quilômetros de trilhos disponível para quem prefere usar o metrô.
A titulo de comparação. A cidade de São Paulo tem em torno de 11 milhões de habitantes, frota que deve passar dos 6 milhões de carros e não mais do que 70 quilômetros de metrô. Na capital paulista, além de restringir caminhão e ônibus fretado, a medida mais drástica adotada pela prefeitura foi o rodízio municipal em vigor desde 1997. E a venda de carros continua um sucesso.