Por Carlos Magno Gibrail

Que a democracia nasceu na Grécia todos sabem, embora muitos desconheçam que Aristóteles e Platão eram contra o regime do povo. Aristocratas, assim como Juvenal. Os intelectuais gregos não conseguiram barrar a democracia. Juvenal conseguiu.
Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, clube originalmente democrata, encabeçou o retrocesso político. Aumentou o mandato enquanto presidente e usufruiu da própria mudança para se manter no poder durante três períodos então aumentados, alegando que o novo estatuto zerava o passado. A partir daí o enredo é similar a todas as ditaduras. Embora convencional por estar inserido no futebol. Atividade apaixonante, mas eivada de instituições autocráticas, com frios cartolas e vivida no momento de Copa do Mundo.
Juvenal após destratar o maior cliente tenta o confronto com Ricardo Teixeira e se dá mal. Fica sem Andrés Sanches, o cliente maltratado, sem a Globo, sem a FIFA e acreditando em Kassab e Lula.
A FIFA, que já sinalizara seguir o COI na preferência pelos BRICS quando fez a China, emergente poderosa, gastar fortunas , deixava claro o indício da estratégia de exigir os mais altos investimentos nos eventos a serem realizados. A Rússia na preparação para a Copa 2018 já faz os maiores gastos da história em preparativos. O estádio Luzhniki de Moscou, de acordo com o Estadão de domingo, cinco estrelas pela UEFA, terá que investir 2 bilhões de reais para atender a FIFA.
Juvenal somava aos desafetos o estádio do Morumbi, um entrave nas pretensões da FIFA e da classe política, ávidas por maciços gastos públicos. Restava apenas o trunfo da cidade de São Paulo, única capaz de receber a abertura. Eis que o “inculto”, mas certamente experiente Andrés Sanches, já habilitado nas lides com os russos e Kia, e, evidentemente apadrinhado pelo “iletrado” Lula, equacionam o Itaquerão. De graça para o Corinthians, o inimigo numero 1 do Juvenal.
Aristóteles e Platão, embora aristocratas, deram à humanidade seus conhecimentos. Juvenal perdeu a chance de fincar a bandeira da democracia nesta aristocracia do futebol. O esporte mais popular do mundo.
Carlos Magno Gibrail é doutor em marketing de moda e, às quartas-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung