Mamãe Me Leva marca uma nova etapa na Grassi

 

O berço da indústria nacional de carroceria de ônibus foi uma tradicional rua do centro de São Paulo, graças ao pioneirismo e a criatividade de dois irmãos. Na segunda parte da história dos Grassi você vai conhecer os avanços tecnológicos que se transformaram em padrão no transporte de passageiro.

Mamãe Me Leva

Por Adamo Bazani

Um ônibus de madeira sobre chassi internacional apelidado Mamãe Me Leva. Simples assim e com este estranho nome, a Grassi fabricou a primeira carroceria de ônibus produzida em série no Brasil, em 1924. A capacidade era para 12 passageiros sentados, mas sempre cabia mais um e foi isto que inspirou a opinião pública a compará-lo ao coração de mãe.

O modelo foi um sucesso. Além de ser comercializado em São Paulo, algumas unidades foram vendidas para o Rio de Janeiro, onde o transporte coletivo da então Capital do País era o mais desenvolvido, com diversas linhas de ônibus. Foi no Rio, por exemplo, a primeira linha oficial do Brasil, criada em 1908, por iniciativa do empresário Octávio da Rocha Miranda, que aproveitou um decreto que dava isenção de 20 anos de impostos para quem prestasse serviço de auto-ônibus. Ele também soube explorar a demanda de passageiros que seguiam para a Grande Exposição Nacional, na Praia Vermelha, comemorativa ao centenário da chegada da família Real ao Brasil.

A produção industrial da Grassi nos anos 1920 era diferente da que conhecemos atualmente. Apesar de industrial, não deixava de ser artesanal. A madeira era cortada por diversos operários, as laterais e teto pregados manualmente e as peças de ferro eram forjadas em pequenos fornos e moldes. Mesmo assim, o serviço era mais profissional que as carrocerias produzidas nos fundos de quintal.

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