Fama de vereadores ilustra história de prostitutas de luxo, na TV

 

karin_Fotor

 

Assisti com prazer à volta do seriado brasileiro O Negócio que, em sua segunda temporada, na HBO, retoma a história de três garotas de programa que aplicam regras consagradas de marketing para construírem carreira de sucesso. O primeiro episódio, nesse domingo, trouxe o tema da pirataria enfrentada por produtos de luxo, a medida que a empresa criada por elas, a Oceano Azul, passou a ser copiada por outras moças que atuam no mercado.

 

Além da preocupação das protagonistas Karin (Rafaela Mandelli), Luna (Juliana Schalch) e Magali (Michelle Batista) com a concorrência desleal, histórias paralelas e pessoais vieram à tela, todas ambientadas na capital paulista. Magali, a mais consumista e pragmática do trio, além de ter sofrido transformação no visual, que a deixou ainda mais sexy, é reconhecida por um dos seus clientes que, atualmente, namora a melhor amiga dela e é assediada por ele de forma explícita. Diante da situação, se vê no dilema de contar para a amiga e ter sua profissão revelada ou calar-se e assistir à amiga juntar-se com um namorado sem escrúpulo. Na busca de ajuda, conversa sobre o tema com Luna, que além de “sócia” na empresa é a narradora da história. Luna identifica os dois cenários possíveis e traça os riscos de cada um deles. Sentada no sofá do escritório da Oceano Azul, em vistoso prédio próximo da Marginal Pinheiros, zona oeste de São Paulo, Magali define assim a situação que está vivendo: “isso é como escolher vereador, não tem opção boa”.

 

É isso, excelentíssimos vereadores, “quem tem fama, deita na cama”

Avalanche Tricolor: Grêmio, até a volta!

 

Grêmio 0 x 0 Palmeiras
Brasileiro – Alfredo Jaconi/Caxias (RS)

 

 

Como você deve saber, caro e raro leitor deste Blog, esta nona rodada marca a interrupção do Campeonato Brasileiro para que todas as atenções se voltem à Copa do Mundo. Apesar do mau humor que se percebe em relação à competição que será sediada pelo Brasil, devido ao desperdício de dinheiro público e obras inacabadas, sabe-se que a medida que o Mundial se aproxima aumenta a expectativa dos torcedores da mesma forma que a programação de rádio e TV é tomada por programas especiais. Jornais e revistas também entram nesta onda, de olho no retorno publicitário que o evento pode trazer. Assistimos todos os dias à uma espécie de esquenta para o Mundial com documentários e reportagens destacando momentos marcantes, relembrando vitórias e derrotas, entrevistando jogadores do passado, técnicos que deixam saudades e torcedores que revelam suas loucuras em verde e amarelo. Não escapamos das tradicionais matérias com representantes das colônias dos países que disputarão a Copa por aqui, a maioria das quais o máximo que se aproveita é uma boa receita da culinária exótica. Como minhas habilidades na cozinha não vão além de um café no bule e do omelete pela manhã, me atento mais as histórias que destacam os valores humanos de personagens da bola. A série com os jogadores da seleção brasileira, que está no ar no Jornal Nacional, é especial. Tino Marcos tem contado curiosidades dos atletas que estão distante dos nossos olhos quando os vemos em campo, e que têm me oferecido cada vez mais subsídios para torcer pela equipe de Luis Felipe Scolari.

 

Hoje, no início da tarde, antes de a partida do Grêmio se iniciar, assisti na HBO Latin America ao documentário “Seleção Brasileira – Paixão De Um Povo”, que no episódio reproduzido neste domingo se dedicou a nossa derrota na final de 1998 para a França, após a polêmica sobre o mal-estar de Ronaldo. Em meio a depoimentos dos protagonistas daquele acontecimento, havia declarações de jornalistas, escritores e artistas sobre o Mundial no Brasil. Um dos produtores, o cineasta Luis Carlos Barreto, entrevistou o cantor Gilberto Gil que, a partir de uma retórica complexa, tentou mostrar os motivos de o Brasil ter aceitado receber a Copa do Mundo. Confesso que até entendi a lógica dele, mas não seria capaz de repeti-la nesse espaço, mesmo porque o que mais me interessou foi o trecho final de seu depoimento quando relacionou os times pelos quais torce no Brasil, lista da qual faz parte o nosso Grêmio. O curioso foi saber que o cantor baiano esteve no estádio Olímpico para assistir à final do Campeonato Gaúcho de 1977, quando encerramos uma série de sete anos sem conquistas. Ele lembrou que ao ser perguntado por jornalistas por que torcia para o Grêmio, olhou para o céu que ainda estava azul, viu a lua que já dava suas caras naquele início de noite e justificou: “o céu é azul, a luz é branca e eu sou preto, portanto sou tricolor do Grêmio”.

 

Neste domingo sem gols, no qual voltamos a desperdiçar as poucas oportunidades e os raros lances de criatividade, tivemos de agradecer ao árbitro por nos livrar de uma derrota, e encerramos esta etapa inicial fora da zona de classificação para a Libertadores, o prazer de ouvir Gilberto Gil descrevendo sua admiração pelo Grêmio foi, sem dúvida, o momento mais marcante para este gremista.

 

Grêmio, até a volta (e aproveite bem esta parada) !