Campanha contra Marin tem apoio de Chico Buarque

 

 

O cantor e compositor Chico Buarque de Holanda não conseguiu assinar, mas autorizou incluir seu nome na petição pública ‘Fora Marin!, iniciativa Ivo Herzog, que teve seu pai, Vladimir, morto pela Ditadura Militar. Chico escreveu para Ivo dizendo ter encontrado dificuldade para incluir o nome dele no Avaaz, pela Internet:

“Pode divulgar Ivo, mas não consigo mesmo preencher este formulário. Deve haver outras 15 mil pessoas com a mesma dificuldade. O espaço do país simplesmente não funciona. Abraço, Chico

 

O pedido digital tem a intenção de impedir que Marin siga à frente da Confederação Brasileira de Futebol e seja o embaixador do País no evento com a importância da Copa do Mundo de 2014. Para Ivo, “ter Marin à frente da CBF é como se a Alemanha tivesse permitido um membro do antigo partido nazista ter organizando a Copa de 2006”. De acordo com a petição, Marin fez discursos públicos em favor do assassino, sequestrador e torturados Sérgio Fleury, além de ter apoiado o movimento que levou a morte e desaparecimento de centenas de brasileiros. Parte desta história foi contada pelo colega Juca Kfouri em seu blog.

 

Até à noite desta quarta-feira, havia mais de 25 mil e 600 assinaturas apoiando o pedido de afastamento do presidente da CBF: “Fora Marin”. Se quiser assinar, ou entender a petição, vá ao site do Avaaz e se tiver problema para incluir seu nome conte para a gente fazer um alerta, também.

Foto-ouvinte: placa de rua lembra assassinato de Herzog

 

Protesto na placa

 

A frase “Herzog-Morto pela ditadura” foi escrita com tarja preta em uma placa de rua da Av Nove Julho com a rua João Adolfo, em frente ao Edifício Joelma, na Praça da Bandeira, centro. De acordo com Devanir Amâncio, da ONG Educa SP, que flagrou a imagem, “os garis dizem que havia várias placas pichadas com os mesmos dizeres ao longo da avenida que homenageia a Revolução de 32”.

A história do Brasil no site do prêmio Vladimir Herzog

 

A história contada pelos presos políticos ainda nas grades, a partir de cartas escritas com dramaticidade e realismo, deu ao jornal mineiro De Fato o prêmio Vladimir Herzog de jornalismo, em sua primeira edição, em 1979, quatro anos após o assassinato do jornalista paulista por torturadores que trabalhavam para o regime militar. Este trabalho é um documento histórico que nos ajuda a entender como foi difícil reconquistar a democracia no Brasil e como devemos valorizá-la.

A partir de agora, material com esta riqueza de informações está disponível em um site que reúne todas as reportagens – ou quase todas – vencedoras do prêmio Vladimir Herzog. De acordo com o criador do Instituto Vladimir Herzog e filho do jornalista, Ivo, ainda faltam cerca de 270 reportagens a serem digitalizadas. Muito deste material, principalmente os premiados na categoria rádio, se perdeu com o tempo e talvez esteja em poder de jornalistas ou colecionadores.

O lançamento do site do Prêmio Vladimir Herzog
será neste sábado e faz parte de uma série de eventos para lembrar os 34 anos de morte do jornalista. Logo após a apresentação do site que já está no ar, haverá debate “Nenhuma Lei, Novas Tecnologias: o Futuro dos Jornalistas e do Jornalismo” com a presença de Caio Túlio Costa, Rodrigo Savazoni e Igor Ribeiro. O evento será no Espaço Vladimir Herzog, na rua Rego Freitas, 530, centro de São Paulo.

Ouça a entrevista com Ivo Herzog, do Instituto Vladimir Herzog

Para saber toda a progamação em homenagem a Vladimir Herzog acesse aqui.