Avalanche Tricolor: o futebol prevaleceu e o Grêmio está na Libertadores, em 2016!

 

Joinville 0x2 Grêmio
Brasileiro – “Arena”Joinville

 

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As poças d’água eram visíveis na maior parte do campo e a grama mal disfarçava o barro no piso de jogo de um estádio que alguém pretensioso batizou de arena. Jogar futebol era a última das possibilidades, nesta tarde, no interior de Santa Catarina, estado que vem sofrendo semanas após semanas com as chuvas. É de surpreender que as duas equipes tenham tentando jogar bola e conseguido levar emoção para a partida que marcou a última rodada do Campeonato Brasileiro.

 

Para consagrar a campanha iniciada com o comando técnico de Roger (perdão se continuo a lhe chamar da forma como nós torcedores o conhecemos), em maio deste ano, o Grêmio fez cedo o primeiro gol, em um momento raro no qual se conseguiu driblar a precariedade do campo, e confirmou a vitória, no segundo tempo, curiosamente beneficiando-se desta mesma precariedade. Chegou a sofrer pressão, mas esta também foi calculada, pois obrigou-se a adaptar-se as condições impostas, chutou bola pra cima, pro lado e pra onde mais fosse possível. E se defendeu com todas suas possibilidades e riscos – o perigo de uma lesão era eminente, Luan que o diga.

 

Achei engraçado ouvir alguns comentaristas querendo analisar a qualidade do futebol jogado hoje sem levar em consideração que naquele campo deveria ter sido proibido jogar futebol.

 

O Grêmio tem de ser avaliado pelo que construiu neste ano, pela força que teve de encontrar em seu elenco jogadores qualificados a praticar um tipo raro de futebol nos campos brasileiros, em que o passe preciso, o deslocamento constante, a aproximação em todos os setores do campo e o toque de talento na bola prevaleceram. Tudo isso sem abrir mão de um marcação sob pressão desde o campo ofensivo,que teve sucesso porque contava com participação de todos seus jogadores. Impôs respeito pelo futebol jogado, jamais pela violência aplicada.

 

Os gremistas recuperaram o prazer de torcer por seu time, não que tenham em algum momento desistido de fazê-lo, sempre o fizemos, mas a falta de evolução não nos oferecia a expectativa de tempos melhores. Ao pôr a bola no chão – exceção ao jogo de hoje, onde esta foi impedida de rolar – e privilegiar o bom futebol, Roger e sua equipe nos trouxeram esperança. Mais do que isso: nos deram resultados; alguns históricos, não é mesmo? Aliás, muito mais do que isso: nos colocaram outra vez na Libertadores, que, afinal de contas, é o que realmente nos interessa.

 

Prepara-se: em 2016, tem Grêmio na Libertadores!

 

PS: e você vai fazer o que no ano que vem?

Avalanche Tricolor: a essência de ser gremista

 

Grêmio 2 x 1 Joinville
Brasileiro – Arena Grêmio

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Só quem não é gremista ou esqueceu o que é ser, imaginava que após duas vitórias retumbantes no Campeonato Brasileiro, teríamos um resultado tranquilo apenas porque estávamos diante de nossa torcida e enfrentávamos um time da zona de rebaixamento. Sem dúvida, a goleada no clássico regional, domingo passado, e a conquista alcançada na casa do adversário, que disputa o título diretamente com a gente, na última quarta-feira, seriam motivos de sobra para acreditarmos que os três pontos desta rodada eram favas contadas. Perdão, mas o Grêmio não joga com a lógica do futebol. E o torcedor do Grêmio tem consciência disso. Se não o tem, está na hora de aprender a lição. Nascemos e escolhemos torcer por esse time porque o sofrimento nos torna maior, mais gremistas ainda.

 

Tudo bem, apesar dessa saga histórica que enfrentamos, não esperávamos um time tão apático no primeiro tempo. Tão distante daquele futebol que encantou nas últimas rodadas. Parecia queremos dar razão aos críticos que ainda põem em dúvida a qualidade técnica do Grêmio e a capacidade de disputar o título. Erramos o que não vínhamos errando ultimamente: na forma de marcar, de pressionar a saída de bola e de partir em velocidade. E deixamos de acertar o que foi nosso grande diferencial nas duas últimas vitórias: o passe.

 

Sei que agora é fácil escrever, mas se nada dava certo no primeiro tempo – nosso único mérito foi contar com a sorte – tinha esperança de que no vestiário as coisas se ajeitariam. Minha esperança era Roger. Têm falado muito das qualidades estratégicas dele e da maneira como conseguiu mudar a forma de jogarmos futebol e recuperou alguns jogadores que estavam desacreditados. Essa é uma obra que se realiza no cotidiano dos treinos e foi nele que ajustou a equipe, reposicionou jogadores e implantou o estilo moderno que vemos em campo. Hoje, porém, Roger foi colocado à prova, pois precisaria mudar o ânimo e o jogo nos poucos minutos que tinha entre o primeiro e o segundo tempos, no intervalo da partida. E conseguiu.

 

O Grêmio que voltou do vestiário foi o Grêmio que nos tem feito vibrar neste campeonato. Era um time completamente diferente já no primeiro minuto quando partiu para cima do adversário com força, velocidade e prudência. Curiosamente, nossa virada se deu por caminhos que não costumamos trilhar: na cobrança de escanteio, aproveitada por Erazo, e na de falta muito bem batida por Galhardo. “Fizeram gols de bola parada”, dirão alguns na tentativa de desmerecer nosso resultado. Ledo engano. Fizemos gols porque a equipe voltou para o segundo tempo convencida, por seu técnico, da qualidade e força que tem, e sabendo de que ambas somente fariam diferença se executadas à exaustão.

 

Daqui pra frente será sempre assim. Somos um dos times a serem batidos pelos adversários. A cada partida estaremos disputando uma decisão. É bem possível que algum revés apareça. Portanto, é bom que você esteja preparado, pois ainda haverá muito sofrimento até a conquista final. Essa é a essência de ser gremista!