Por Carlos Magno Gibrail
As recentes manifestações de taxistas e os depoimentos de árbitros de futebol defendem a manutenção das condições atuais de suas funções e atribuições, repudiando a inovação que ora lhes é apresentada. É coerente, mas não é inteligente.
O naturalista Charles Darwin já demonstrou que a preservação das espécies é efetivada pela adaptação às mudanças. Mais recentemente o economista Joseph Schumpeter alertou que as novas tecnologias destroem antigos modelos de negócios e profissões, mas é inevitável.
O tema é recorrente, pois uma análise do passado reflete a repetição deste processo (inevitável) de inovação.
Não é difícil apostar no predomínio do Uber contra os taxistas, do WhatsApp contra as telefônicas, da Netflix contra as TVs a cabo. É o novo contra o velho. Ou será que as pessoas irão preferir médicos, remédios e hospitais sem tecnologia?
Os taxistas de São Paulo teriam melhor caminho se absorvessem a tecnologia em benefício próprio, e entendessem que o Uber é o futuro, enquanto o ponto será coisa do passado. Por bem ou por mal.
De outro lado, a proposta da CBF, de experimentar o uso da tecnologia simples, agregando um árbitro com recurso da imagem para dirimir dúvidas, recebeu dura oposição de árbitros notáveis.
Estes árbitros-personagens, com espaço nobre nas TVs, antes de criticar, deveriam estudar outros esportes que utilizam os recursos eletrônicos como tênis, handebol, vôlei, futebol americano e atletismo. Mesmo porque a tecnologia criou uma emoção adicional, por exemplo, no tênis, quando se espera a imagem de um desafio que pode decidir uma partida.
As cidades e o futebol esperam em breve a tecnologia que ora lhes é negada, com a dúvida de quando virá, mas a certeza que virá.
Carlos Magno Gibrail é mestre em Administração, Organização e Recursos Humanos. Escreve no Blog do Mílton Jung, às quartas-feiras.
A foto do taximetro capelinha é do Blog FuscaClassic
A foto do árbitro de futebol é do álbum de Andrea Re Depaolini no Flickr
