Foi um colega de redação, em 2004, quem me impulsionou a entrar na plataforma Apple. Segurança, consistência, performance e um visual de tirar o fôlego foram argumentos convincentes, mesmo em uma época na qual as lojas especializadas não estavam instaladas no Brasil e os preços eram estratosféricos. Já passei por quatro Macs e os resultados foram extraordinários. Se todas as promessas iniciais não tivessem sido atingidas, o simples uso do Keynote em substituição ao lugar-comum Power Point já teria valido o preço da troca.
Hoje, a Apple não é apenas uma marca de nicho, a popularização alcançada com o Ipod e seus afilhados somado a chegada das lojas ao País aproximaram o brasileiro do mundo fantástico criado por Steve Jobs. Os preços estão competitivos e não preciso mais assistir aos filmes americanos para ver as maçãs iluminadas sobre escrivaninhas de escritório ou mesas de bar.
Está na hora, porém, de a turma que sustenta a marca no Brasil começar a se preocupar com os serviços de assistência técnica. Nestes seis anos, três vezes fui em busca de alguém para consertar minhas máquinas e nunca consegui sair satisfeito de qualquer um desses serviços. Fiquei surpreso com as respostas à pergunta-desabafo que publiquei no Twitter, há um mês, logo após mais uma frustração: Por que a Apple não tem assistência técnica a altura da Apple ? Havia muitos solidários à minha indignação.
Nessa segunda, foi o ouvinte-internauta José Antonio Zagato, arquiteto e urbanista, quem enviou e-mail descrevendo a difícil relação dele com uma das assistências técnicas da marca, em São Paulo. Problema não resolvido, desrespeito à opinião do consumidor, demora para realização do orçamento e serviço entregue fora do prazo fazem parte da extensa lista de reclamações, semelhante a que guardo na memória do meu computador (e na minha, também).
A prestadora de serviço que desagradou Zagato não é nenhuma das duas que usei, mas se comporta da mesma forma – o que apenas me deixa mais preocupado. E Jobs, envergonhado.
O usuário Mac tem em mãos computadores de alta qualidade, programas que satisfazem nossa necessidade e performance de deixar qualquer colega da mesa ao lado de boca aberta. Tem ainda lojas que são um esboço das criadas nos Estados Unidos e uma revista nacional – Mac + – que me leva às bancas todo mês.
Infelizmente, as assistências técnicas da marca constróem um padrão de atendimento que vai na contramão da imagem de qualidade embarcada nos produtos da Apple. E não se trata de pedir nada de excepcional, apenas que respeitem o direito do consumidor.
