Meu filho, o rádio e o futebol

 

Por Milton Ferretti Jung

Meu filho, o Christian, também tem um Blog, como o Mílton, mas, se o deste é quase que totalmente dedicado às coisas de São Paulo, tirante o espaço chamado Avalanche Tricolor, invariavelmente postado após jogos do seu Grêmio (nosso, aliás), e este que escrevo todas as quintas-feiras, o do caçula dos irmãos Jung trata de um objeto de sua paixão. Basta que eu diga o nome do blog para que fique claro aos pacientes leitores que me concedem sua atenção qual o principal assunto abordado nele: MacFuca. Sugiro a quem gosta de carros antigos,especialmente os da marca Volkswagen, que tiveram sua época no Brasil e no mundo, que dêem uma olhadinha no MacFuca.

Toda regra tem a sua exceção,diz um adágio mais velho do que eu. O MacFuca não fugiu dela. Às vezes, além de falar em fucas, no seu e nos alheios, escreve sobre o seu pai. Afinal, se existem pais corujas, há filhos que também são. Quem se der ao trabalho de ler o desta semana vai encontrar uma história que começa com um crachá, no qual se vê uma foto de um jovem de 18 anos (os narradores de futebol diriam que se trata de um garoto) que chegava ao seu segundo emprego. Saíra de uma pequena rádio e buscava espaço em outra que, embora ainda sem ter completado um ano, já podia ser considerada grande, uma vez que pertencia a uma empresa importante no Sul: a Companhia Jornalística Caldas Jr. e, de certa forma, herdava a tradição desta: a Rádio Guaíba.

A história só começou pela imagem do crachá, para ilustrar o texto do Christian. Mais abaixo, está uma foto de um rádio que pertencera ao avô paterno do…meu filho. Os leitores, sempre sagazes, já descobriram, é claro, quem era o jovem da fotografia. Quanto ao rádio, tinha Wells como marca. Quem o olhasse por detrás, veria que possuía uma entrada para toca-discos. Nesta, resolvi introduzir um fone e descobri que podia o usar como se fosse um microfone. Daí a passar a narrar as partidas de futebol-de-mesa dos meus amigos, em minha casa, foi um pulinho.

Fazia, sem me dar conta, minha primeira experiência “radiofônica”, muito distante ainda do teste que acabei realizando, com sucesso, na Rádio Canoas, em 1954. Quatro anos depois,estreava na Guaíba. Nesta, fui locutor comercial, radioator, apresentador de notícias e narrador de futebol.

Em 1964,o então chefe do Departamento de Notícias me escolheu para apresentar a síntese informativa mais importante da Emissora – o Correspondente Renner – que esteve presente na programação da Guaíba desde a sua inauguração. Como escrevi na quinta-feira anterior, já com outros patrocinadores a partir de 1999, o ciclo foi interrompido e só retomado, para minha alegria, nessa segunda-feira, 2 de maio, conforme anunciei que seria, aqui neste meu espaço.

Choveram e-mails e torpedos de ouvintes que se confessavam saudosos do Correspondente e, a modéstia que, desta vez, se dane, deste locutor que, neste momento, não lhes fala, mas escreve, tomado por insopitável prazer.

Milton Ferretti Jung é jornalista, radialista e meu pai. Às quintas-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung (o filho dele)

Quando bicicleta e carro se entendem

 

Na leitura do Blog MacFuca me chamou atenção a imagem da bicicleta acima em destaque num espaço sempre destinado ao mais popular de todos os carros. Logo identifiquei o motivo: a bike tem a assinatura da Volkswagen.

A fabricante alemão desenvolveu este modelo elétrico, sem pedais, dobrável e pronta para ser levada no espaço destinado a estepe do carro. Enquanto é transportada pode ter a bateria recarregada no próprio veículo. Ou, então, em uma tomada elétrica.

A ideia, apresentada na Auto China 2010, é oferecer ao cidadão a oportunidade de usar os dois modais em um deslocamento na cidade. O carro trafegaria nas distâncias maiores e ficaria em um estacionamento quando a bicicleta fosse usada para encarar as áreas mais congestionadas ou com trânsito restrito.

A lição da Dona Anna do fusca

 

anavariani

Texto reproduzido do Blog MacFuca, com o título “Deus tem fuca, sim, só precisava de uma motorista”, assinado por Christian Jung:

Segunda-feira em Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, partiu do convívio de todos a Dona Anna Variani com seus 98 anos. Conhecida como a “Vovó do Fuca” e por toda a comunidade devido sua atuação no Lar do Ancião e na Sociedade Beneficiente Santo Antônio.

Ano passado, com 97 anos, renovou sua carteira de habilitação e era inseparável do seu Fuquinha Laranja. Parou de dirigir no último ano por insistência da família.

Tive o prazer de com o meu trabalho de mestre-de-cerimônia conduzir a solenidade de entrega do Troféu Ana Terra, em março de 2008, na qual Dona Anna foi a oradora de uma turma de 25 mulheres. Pequena de tal jeito que o pedestal do microfone não baixava mais para alcançá-la, falou por um bom tempo prendendo a atenção de todos que calados assistiam ao que não era somente um discurso mas, sim, uma lição de vida, provando mais uma vez que o tamanho das pessoas não tem ligação nenhuma com a grandeza de sua dignidade.

Vai Dona Anna, descansa em paz e tenha a certeza de que a lição que nos deixa é a que a senhora nos ensinou em “segredo” revelado para a jornalista Ieda Beltrão, do Blog Mel e Girassóis:

“Você precisa saber de uma coisa: o segredo da vida é sorrir”.

Conheça a história de Dona Anna em entrevista a Jô Soares